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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O petróleo é nosso?

Pasadena_PetrobrasEmbora discorde da ideia, penso que predomina no País a ideia de que o petróleo é nosso simplesmente porque é extraído (em terra e no mar) por uma empresa estatal.
A questão da aquisição da refinaria de Pasadena*, nos EUA, nos obriga a uma reflexão: por que comprar uma velha refinaria fora do País, quando consumimos tudo que produzimos? Um raciocínio mais imediato nos leva a concluir que a aquisição resultou de uma decisão meramente comercial, ou seja, o que a Petrobras fez foi avalizar um bom negócio fora do padrão que vem dominando a empresa.
Não tem sentido produzir petróleo nos EUA para embarcá-lo para o País, a menos que se trate de realizar um bom negócio. Embora a compra tenha sido autorizada pelo Conselho de Administração da Petrobras – onde Dilma tem assento – dúvidas sobre o valor de sua aquisição em 2006 por US$790 milhões continuam gerando suspeitas. A Presidente, até por fazer parte do Conselho, não pode ignorá-las.
Cerveró, ex-diretor, estava “fechando” a operação para que a comissão de venda atendesse a compromissos políticos já existentes entre duas gestões sucessivas. Presumivelmente, as “comissões” de compra/venda abasteceriam a campanha de Dilma Rousseff.
O Procurador responsável pela Operação Lava-Jato informa que vai tentar manter o exame das operações baseado no absurdo do preço, ou seja, do valor do negócio. A refinaria é velha e a aparência só faz confirmar o fato. Se combinado isto com o absurdo do preço, tudo parece indicar que, sob o ponto de vista dos intermediários, a operação foi ótima. O petróleo continua sendo uma combinação letal de nacionalidade e rapinagem.
O produto vem, há muitos anos, minando não só a economia nacional como toda a rationalia. O petróleo é nosso, mas, provavelmente, devido ao seu elevado custo de extração, se fosse importado em bruto ou seus derivados, teríamos nas bombas preços muito mais razoáveis e, certamente, teríamos um país muito mais desenvolvido na medida em que a gasolina e o diesel são meios e não, fins. Assim, seus preços de extração e refino seriam muito mais adequados e uma série de empresas ter-se-ia desenvolvido a partir de produtos muito mais baratos.
Na verdade, acho que a campanha bem sucedida de O Petróleo é Nosso tem custado ao Brasil uma taxa decrescente de desenvolvimento anual. A questão é que o assunto Petrobras não é nosso, como defende a campanha. O que é nosso é seu resultado na taxa de crescimento do País.

Veja também:
fonte da imagem: site da Petrobras / blog Fatos e Dados [vis. em 17/11/2015]

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