27 de nov de 2015
5 reações da mídia chapa branca
com a prisão de Delcídio
Amaral
Por Eric Balbinus
A prisão de Delcídio Amaral era mesmo inesperada. Quem
imaginaria que o senador calmo, com sua insuspeita aparência de vovó Mafalda e
que estava longe dos holofotes da opinião pública mesmo após a denúncia de que
teria recebido mais de R$ 1 milhão no Petrolão, iria ser flagrado em um áudio
tentando seduzir Nestor Cerveró com uma mirabolante proposta de fuga? A mídia
que até então centrava fogo em Eduardo Cunha e trabalhava contra o impeachment
ficou mais atordoada que os petistas. A reação deles foi mesmo impagável.
1.O Globo resolveu usar o bom transito de Delcidio no
tucanato para tentar dissociar os crimes do senador do governo de Dilma
Rousseff. Como se o fato dele ter pertencido ao PSDB mudasse sua filiação
partidária ou atenuasse o fato de que ele agia para impedir que a Lava Jato
descobrisse os detalhes da negociação de Pasadena.
2.O El País Brasil trouxe uma suposta retrospectiva sobre o
senador, alegando que o político sempre sofreu “restrições dentro do seu
partido”. Sério? Será que o El País está falando do mesmo senador que foi líder
do governo no Senado e que conduzia importantes negociações para Dilma? O fato
de Delcídio não ser petista puro sangue era de fato um trunfo, pois sua saída
do PSDB por “não suportar a conivência de FHC com a corrupção” foi muito útil
para reforçar o discurso pretensamente moralista do petismo. Delcídio só foi
ocupar cargos eletivos quando se candidatou ao senado, apoiado por Zeca do PT
(de quem foi secretário). Eleito, foi presidente da CPI dos Correios, que
investigou o Mensalão. A ascensão nos círculos petistas ainda rendeu a
candidatura ao governo do Mato Grosso do Sul, que terminou na derrota para
Reinaldo Azambuja no segundo turno. Ou o jornalista do El País não estudou a
vida do político, ou estão se arrastando na lama para garantir a permanência
daqueles vistosos anúncios estatais em seu portal. Aliás, quanto àqueles
banners custam ao contribuinte? Vamos verificar depois.
3.O progressista Brasil Post como sempre, deixou sua
obsessão contra Eduardo Cunha falar mais alto. Segundo a jornalista Grasielle
Castro, “Se prisão de Delcídio virar exemplo, Cunha pode ser o próximo”. Bom,
se a moça se deu ao trabalho de ler a lei que garante imunidade parlamentar,
verá que um político que está no exercício do mandato só pode ser preso em
flagrante por crimes inafiançáveis. Se é certo que há uma polemica entre os
juristas quanto a validade da prisão do senador petista, é certo que a decisão
do Supremo Tribunal Federal foi tomada no sentido de proteger a investigação e
um crime que estava sendo planejado pelo político e pelo advogado Édson
Ribeiro. Soma-se a isso o fato de que aquele áudio expunha toda a estrutura do
estado, e que seria inadmissível que um cidadão flagrado em uma conversa digna
de gângsteres continuasse nas ruas livre para prosseguir com suas conspirações
sem maiores constrangimentos. Tanto a equipe do BR Post quanto os demais
progressistas devem ficar tranquilos e aguardar; no pé em que estão as coisas,
todos os olhos estão voltados para Brasília. Se Cunha for flagrado em alguma
escuta, vídeo ou imagem comprometedora, ele pode se preso sim. Mas primeiro
deve surgir essa prova material. Por enquanto o que o condena são as
justificativas frágeis, os acordos e pornográficos e a oposição covarde ao
Planalto. É público e notório que essa gente moderna e descolada não suporta
quem se coloque contra o aborto, impunidade de menores e outras pautas da
esquerda, mas colocar o carro na frente dos bois não vai mudar nada. Pelo
contrario, isso pode diminuir mais ainda a credibilidade do veiculo. Algumas
pessoas podem começar a suspeitar que a eterna citação à Cunha seja uma nuvem
de fumaça... Vamos aqui usar um linguajar que os pós-modernos possam entender:
“BR Post, apenas pare”. Ou então “Seje menas”.
4.O UOL e todos os seus portais deram a notícia de que o
governo Dilma temia ser alvo de “mentiras” por conta da prisão do senador,
tanto por parte do encarcerado quanto por parte da oposição. O banqueiro André
Esteves é quem iria bancar a fuga de Nestor Cerveró. Por acaso, ele é acionista
do UOL, empresa do grupo Folha. O Grupo Folha é um dos que fecharam com o
governo para impedir o impeachment de Dilma Rousseff. O portal UOL inclusive é
um dos mais conhecidos governistas. Vendo por esse lado as coisas ficam mais
claras. Poucos se sujeitam a agir como cães que mordem a mão que os alimenta.
5.O impagável Paulo Moreira Leite não se fez de rogado;
sentenciou que a prisão de Delcídio Amaral era um “erro”. Em seu artigo para o
Brasil 247 (o diário do jornalista de dedos sujos Leonardo Attuch, o menino do
Daniel Dantas), PML começa o texto condenando a opção dos 59 senadores que
resolveram atender o clamor público por ética. “Ao decidir por 59 votos a 13
que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) deve permanecer em prisão preventiva, conforme
resolução aprovada por unanimidade pela Segunda Turma do Supremo Tribuna
Federal, o Senado brasileiro preferiu jogar para a plateia da Justiça do
espetáculo em vez de defender páginas mais honradas de sua história.”
Considerando que Moreira Leite diz que o senado jogou para plateia ao invés de
defender “páginas mais honradas da história”, devemos entender que para o
distinto chapa branca, defender páginas honradas é permitir que um criminoso do
colarinho branco tenha privilégios de não ser preso, apesar das provas
infalíveis contra ele. Moreira Leite se mostra qualificado para ministrar
cursos sobre ética na Fundação Perseu Abramo ou no Instituto Lula. (que fique
bem claro: é a moral deles, não á nossa).
Como se vê essa gente não esperava ser obrigada a noticiar
algo do tipo, por isso abriram sua caixa de mentiras para limpar a barra do
partidão. Mas não pensem que defender um governo corrupto e autoritário e
sacrifício. Essa turma já está calejada. Esperem mais uns dias e verão eles
fazendo malabarismos retóricos ainda elaborados. A imprensa mainstream
brasileira há muito deixou de noticiar os fatos para fazer panfletagem para o
Partido dos Trabalhadores. Deveriam ao menos deixar de se identificar como
jornalistas, visto que estão mais para marqueteiros de criminosos.
Eric Balbinus
Um comentário:
Pérsio Menezes27 de novembro de 2015 20:48
Excelente trabalho! Aguém tinha que ter colecioado essas
pérolas.
Colaboração E
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