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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

4 Ideais Neandertais do governo sobre ciência e tecnologia


Se você acha que o maior vexame que o Brasil já passou quando se trata de ciência e tecnologia, foi esse mais recente, dado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que durante um evento da OEA nos Estados Unidos em que se discutia o seríssimo tema da violência no Brasil, disse que games estimulam a violência, talvez você não esteja a par de todas as ideias e iniciativas neandertais que nosso governo mantém sobre o assunto. Veja alguma delas:

Novo ICMS mais burocrático inviabiliza e-commerce
Na tentativa burra de acabar com a guerra fiscal entre os estados, tentativa essa que acabará punindo os estados mais produtivos e com melhores políticas fiscais, o governo federal propôs uma PEC que altera o recolhimento do ICMS.
O problema é que a mudança aumentou a burocracia para os sites de e-commerce de uma maneira tão insana, que já fez cair as vendas e em alguns casos, chegou mesmo a tornar o negócio inviável.

Eletrônicos mais caros do mundo e desindustrialização ao mesmo tempo
Cobiçados mundialmente, os produtos eletrônicos de alto valor agregado estão no topo da lista dos sonhos de consumo do brasileiro, mas alguns dos itens vendidos no Brasil estão entre os mais caros do planeta.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) indica que a carga tributária sobre alguns desses equipamentos passa de 70% do seu valor de prateleira. Há casos em que, além das taxas cobradas habitualmente, incidem impostos de importação pesados. Assim, certos produtos de marca conhecida atingem facilmente o seu preço máximo. É o caso da Apple. O iPhone 5 vendido aqui é o mais caro do mundo, e o iPad, o segundo. O celular de 16GB custa US$ 1.030 (R$ 2.299), sendo 63,29% desse valor impostos. Nos Estados Unidos, o aparelho sai por US$ 640.

O governo mantém altos impostos sobre produtos importados, sob o pretexto de proteger a indústria nacional. Mas que indústria nacional é essa? Aí está uma boa pergunta. Alguma coisa parece não estar funcionando, porque paradoxalmente, a indústria brasileira só encolhe há anos.

Materialismo dialético como ciência da natureza
Talvez a razão para tanto atraso seja o fato de que nosso governo insiste em colocar pessoas, digamos assim, muito versáteis, para tomar conta das coisas. Uma dessas pessoas é Aldo Rebelo. O membro do Partido Comunista do Brasil atualmente é ministro da Defesa, mas já foi deputado, ministro dos Esportes e por incrível que pareça, também já foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. Como podem perceber, trata-se de um sujeito com tantas utilidades que chega a causar inveja no Bombril.

No passado, Rebelo criticou políticas de prevenção ao aquecimento global com argumentos bastante, digamos, heterodoxos. Em 2010, como relator do projeto de lei que restringiu os limites de protecção a vegetação natural no Código Florestal, Aldo Rebelo exaltou sua "devoção ao materialismo dialético como ciência da natureza" para se referir às previsões de aumento da temperatura global como "cientificismo [que] tem por trás o controle dos padrões de consumo dos países pobres".
Na mesma carta em que fez essa afirmação, Rebelo reforçou seu antagonismo com cientistas da área de recursos naturais ao associar o aquecimento global ao "chamado movimento ambientalista internacional", que para ele, "nada mais é, em sua essência geopolítica, que uma cabeça de ponte do imperialismo".

Proibir tecnologia poupadora de mão-de-obra
Se você acha que usar o instrumental teórico marxista para analisar o aquecimento global não foi tão grave assim, saiba que a heterodoxia de Aldo Rebelo não terminou aí. Em 1994, Rebelo apresentou um projeto de lei para proibir a "adoção, pelos órgão públicos, de inovação tecnológica poupadora de mão-de-obra".
Este mesmo sujeito também foi o autor de um projeto de lei aprovado em 2001, que restringia o uso de palavras estrangeiras no Brasil.

Fonte: Porco Capitalista

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