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sexta-feira, 1 de julho de 2016

refUma das queixas mais comuns dos comentaristas de esquerda na Europa e nos Estados Unidos a respeito do Brexit é que a realizaçãode referendos é uma má ideia.
O exemplo mais recente é o desprezo que a esquerda tem dispensado ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, por ter sugerido a realização do referendo.
Mas por que a esquerda odeia os referendos? Não é a esquerda que se diz a representante do povo? Não é “o poder pertence ao povo” uma das frases mais repetidas pela esquerda?  A esquerda americana não está tentando abolir o “Colégio Eleitoral” justamente porque ele não está representando a vontade direta do povo?
Poderia se imaginar, sendo assim, que se existe alguém que gostaria de realizar referendos seria a esquerda.
Então, o que está acontecendo?
A resposta explica muita coisa sobre a esquerda.
Em primeiro lugar, a esquerda se preocupa com “o povo” tanto quanto o Partido Comunista da União Soviético se preocupava com “os trabalhadores.” Para a esquerda, ou o povo é massa de manobra política ou, quando eles apoiam a esquerda, idiotas úteis. A Esquerda ama o poder, não as pessoas.
Repito: A esquerda ama o poder, não as pessoas.
Se isso não for compreendido, a esquerda não será compreendida.
A União Europeia é um exemplo perfeito. É um teste da esquerda de controle das pessoas – ou melhor, de nações inteiras. Principal fonte de deterioração da sociedade, o burocrata sem rosto e sem nome – sediado em Bruxelas – busca controlar o máximo possível da vida de cada indivíduo europeu. Não há um limite para a quantidade e a abrangência das leis aprovadas na UE.
Para a esquerda, as nações são instituições arcaicas, empecilhos para o mundo ideal sem identidades nacionais dos esquerdistas. Essa utopia, que seria governada em última instância por uma Bruxelas mundial – pela ONU ou algo parecido – seria gerida por um clero secular e totalitário, composto por partidos de esquerda, intelectuais de esquerda na academia e na mídia, grandes corporações que disputam os subsídios do governo e grandes sindicatos trabalhistas, cujos líderes encarnam o amor ao poder. Outros parceiros incluiriam as organizações ambientalistas e feministas e a esquerda religiosa (supondo que ainda existirá alguma religião ocidental organizada num mundo governando pela esquerda).
Desde sempre, o principal, senão o único, interesse que a esquerda teve pelas pessoas é o de controlá-las. Essa é a razão pela qual a esquerda tem medo e aversão aos referendos. Cada referendo dá às pessoas que ainda não são controlados pela esquerda a oportunidade cada vez mais rara de exercer o poder.
É isso o que o povo da Califórnia fez quando votou uma emenda para alterar a Constituição do seu Estado, para definir o casamento como uma união entre um homem e uma mulher. A esquerda abominou a proposta em si, rotulando-a como “discurso de ódio”. E, depois que ela foi aprovada, a esquerda fez o que ela sempre faz quando pode – usou o judiciário para revogar a vontade popular.
O povo britânico fez, na semana passada, a mesma coisa que os cidadãos da Califórnia fizeram. Eles exerceram sua vontade independentemente da esquerda. Aqueles britânicos cujas mentes ainda não foram influenciados pela esquerda disseram que eles preferem que a Grã-Bretanha permaneça britânica e auto-governada do que se torne um país europeu sem identidade e governado por Bruxelas.
Agora, a esquerda está furiosa: ninguém pode contrariá-la e sair impune. Assim como quase todo mundo que de alguma forma apoiou a Emenda na Califórnia acabou sendo punido (como o CEO da Mozilla Firefox, que, apesar de ser universalmente reconhecido por tratar bem todos os gays, foi demitido simplesmente por apoiar a noção de que o casamento deveria permanecer definido como sempre foi, como entre os dois sexos).
Os Estados Unidos deveriam ter um referendo sobre a possibilidade de sair da ONU, um deserto moral amado pela esquerda. No embalo do Brexit, os republicanos deveriam apoiar fortemente essa ideia, mesmo que os resultados não sejam vinculantes.
A Brexit representa um fio de esperança. Mas, no longo prazo, até mesmo os referendos podem perder sua importância. Enquanto a esquerda controlar a educação, a mídia e a indústria do entretenimento, as pessoas com lavagem cerebral irão votar para destruir suas nações e a civilização ocidental – como já vem ocorrendo na instituição mais controlada pela esquerda, a universidade.
Por enquanto, viva o referendo! A última alternativa restante para que quem não pertence às elites e nem à esquerda possa se expressar.

Publicado no National Review.

Tradução: Gustavo Boraschi
Revisão: Israel Pestana
http://tradutoresdedireita.org

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