Brasil
mutilado e sem prioridade
Por Armando Soares
"Desenvolvimento sustentável é incompatível com o capitalismo que construiu o mundo onde se constata a boa qualidade de vida, onde o desenvolvimento aconteceu de fato e onde houve efetivo avanço da civilização".
Abre-se
o jornal e lá está a ação do ambientalismo apertando mais o cerco em torno da
Amazônia, na verdade em torno dos estados amazônicos, uma vez que a Amazônia é
apenas uma figura geográfica. Ignorar a existência de Estados na região
amazônica é mais uma discriminação e ou uma maneira de ver a Amazônia sem os
Estados, o que agrada mais os colonialistas. Cada vez se cria mais bancos de
dados para facilitar a desocupação populacional e destruir os núcleos
produtivos. O que os donos de jornais dos Estados amazônicos precisam se
convencer é da necessidade de se lutar para enfrentar e vencer a pobreza
endêmica, o subdesenvolvimento e dar segurança a uma população totalmente
desprotegida. Emprestar o jornal para servir aos interesses de estrangeiros, ao
comércio ambiental, a ONGs ambientalistas é fomentar e facilitar a dominação
dos estados amazônicos é contribuir para ampliar a pobreza é apoiar o
subdesenvolvimento. Jornalistas e proprietários de jornais sabem muito bem que
a pobreza só pode ser erradicada e a qualidade de vida alcançada com o
desenvolvimento capitalista. Desenvolvimento sustentável nada mais é do que uma
arma para o domínio da Nova Ordem Mundial disputada pelos blocos Bildeberg
(ocidental), Russo/Chinês e Islâmico, uma arma do novo comunismo estabelecido
pela Perestróika, que serve aos interesses de dominação de qualquer bloco. O
desenvolvimento realizado com base numa economia de mercado não interessa a
nenhuma bloco, daí as ordens emanadas via ONU para priorizar na região
amazônica o desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento
sustentável é incompatível com o capitalismo que construiu o mundo onde se
constata a boa qualidade de vida, onde o desenvolvimento aconteceu de fato e
onde houve efetivo avanço da civilização.
Professor José Roberto Moreira
Vamos nos utilizar das afirmações
sensatas de um PhD graduado em Economia pela Universidade de Cornell, nos
Estados Unidos que comprovam a verdade que venho esclarecendo sistematicamente,
verdade que tem uma infinidade de adeptos, mas que são ignoradas diante da
força e poder dos interesses dos blocos hegemônicos. Contrariando as teses ambientalistas que
ganharam corpo com a contracultura dos anos 1960, o capitalismo se mostra capaz
de, em espantosa vitalidade, transformar o ecossistema em mercadoria. A
afirmação, polêmica, é do professor Roberto José Moreira, do Programa de
Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
(CDPA), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Em sua pesquisa
Ruralidades: assimetrias de poder e identidades sociais no campo, apoiada pelo
edital Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, ele questiona a ideia do que
entendemos hoje por desenvolvimento sustentável e procura construir, a partir
da ciência contemporânea, um olhar relativista que incorpore a ideia de
incerteza e de indeterminação para discutir questões como identidades e núcleos
hegemônicos de poder no campo. "Para mim, o mundo rural envolve várias
identidades e diversos modos de vida. Não só o agricultor, mas também o
artesão, ou o músico sertanejo, por exemplo. Mesmo se considerarmos só o
agricultor, podemos estar falando do latifundiário, de um pequeno produtor, de
um usineiro ou de um produtor orgânico. A identidade contemporânea é complexa e
não única como se acreditava na modernidade", explica o pesquisador. Por
isso mesmo, não é possível ver essas várias identidades sem localizá-las no
jogo social, em que entram distintas relações de poder. Agrônomo de formação,
Roberto Moreira é PhD em Economia pela Universidade de Cornell, nos Estados
Unidos, e professor da UFRRJ. Seu objetivo na pesquisa é buscar um esforço
maior de compreensão do rural atual. Como ele explica, na idade antiga, em que
o imaginário cultural buscava na religião os fundamentos para a realidade, a
terra era considerada como dádiva divina. A partir da idade moderna, com a
mudança do foco de poder para a cidade e para a indústria, o rural passou a ser
visto como algo a ser civilizado, que precisava passar por uma modernização de
técnicas semelhantes às usadas na cidade. Nesse contexto, a terra passa a
ser mercadoria. "O processo é múltiplo, segue os particularismos de cada
caso, que não é idêntico nem para as diversas regiões de um mesmo país",
diz. Para o professor, a ideia que se tem do campo hoje é a que vem da
globalização. "Se em seus primórdios, o movimento ambientalista era
crítico, contrário a qualquer modo de produção, fosse ele socialista ou
capitalista, agora está em curso uma mudança de paradigma. As ideias que
vigoram, mais uma vez, são as que vêm das cidades avançadas, metrópoles
mundializadas, de onde surgem essas noções ambientalistas de se resgatar a
natureza", diz. Ele explica que a formulação das Nações Unidas para
desenvolvimento sustentável é vaga o suficiente para não ferir os interesses
hegemônicos de nações, corporações nacionais e transnacionais, de classes
sociais, de domínios territoriais e tecnológicos. "O que ganha status é um
conceito hegemônico, adequado à lógica dos mercados globalizados",
explica.
Nesse contexto, como obter consenso político para construir-se o
futuro que consideramos mais adequado se o que impera é a lógica e a dinâmica
do capitalismo, que são sempre da maior lucratividade no menor tempo possível?
Na verdade, essas questões sobre o que fazer empurram, cada vez mais, para
decisões de curto prazo, de um maior imediatismo. "Não se trata unicamente
de uma questão de discurso, mas de domínio numa relação de poder", fala.
As elites nacionais, que já se organizaram em torno da produção de culturas
específicas ao longo dos grandes ciclos econômicos do país cana-de-açúcar,
cacau, café, algodão e mesmo o ouro, vão continuar pressionando o governo por
políticas específicas para seu produto ou interesses econômicos específicos. Os
grupos mais fortes, ou que dominam produtos mais estratégicos num determinado
momento, são os que conseguem. Para Moreira, em um sentido amplo, esse
exercício de um determinado poder reflete a construção de uma determinada visão
de mundo, de uma determinada realidade, que se torna hegemônica. "Os que
acham que o desenvolvimento sustentável vai resolver os problemas de
desigualdade e exclusão social em nosso país estão equivocados. O capitalismo é
capaz de transformar o ambiente, o ecossistema, em mercadoria, mantendo o
status quo", diz. Para tornar sua ideia mais clara, ele explica que, sem
negar a existência da propriedade privada ou da lucratividade capitalista, essa
ecologia capitalista apoia-se numa utopia de mercado, que pressupõe a igualdade
de todos. Ou seja, um mercado livre e perfeito. "Mas na realidade da
globalização e da ordem transnacional contemporânea, no domínio dos oligopólios
e das multinacionais, isso não existe. Esse discurso mascara os fundamentos
sociais e políticos da desigualdade, e esconde assimetrias de poder", diz.
Até o conceito de sustentabilidade que pressupõe satisfazer-se as necessidades
do presente sem arriscar as necessidades das futuras gerações traz
contradições. "Queremos garantir às gerações futuras o mesmo padrão de
vida que temos hoje? Mas isso não equivale a manter as diferenças e a exclusão
social dos atuais padrões de vida?", critica. E prossegue: "Além
disso, como conciliar tempo econômico de acumulação e de rotatividade do
capital com o tempo da biosfera? Vamos esperar um eucalipto crescer durante
vinte anos? Ou uma floresta se recompor em cinquenta?", questiona. Para
Moreira, a sustentabilidade das sociedades humanas estaria associada à
capacidade de conhecer e aceitar os limites a partir dos quais o crescimento
populacional deveria ser zero para não haver degradação dos recursos. "O
que também é utopia", diz o professor. Impor limites ecológicos à lógica
capitalista exigiria regulamentar direitos de propriedade e de uso de recursos.
Mas esse é um campo de interesses sociais em que a eficiência econômica de
recursos naturais não renováveis, as demandas de justiça social na distribuição
de renda e bem-estar entre indivíduos e nações, e a prudência ecológica
necessária à conservação da biodiversidade são conflitantes. Some-se a este
quadro o fato de que a ciência moderna clássica pressupõe que o conhecimento
científico seria responsável por revelar as leis imutáveis da natureza.
"Essa visão de ciência nos faz acreditar que a técnica por ela legitimada
é a melhor forma de se orientar decisões e ações humanas. Mas essa crença
obscurece a própria dinâmica do conhecimento científico. Ele é relativo ao
tempo histórico em que é gerado e ao cientista observador, que também é um ser
humano com uma individualidade socialmente produzida, como reconhece hoje a
ciência relativista contemporânea." Seguindo essa lógica, os usos sociais
e ambientais do ecossistema emergem das demandas da lógica de mercado. Assim,
desenvolvimento sustentável torna-se apenas uma questão do funcionamento dessa
lógica, resultado de regulações políticas legitimadas em acordos
internacionais. "Para um país como o nosso, não seria mais interessante
fazer uma imensa reforma agrária, empregando maciçamente mão-de-obra e assim
reduzindo os custos em saúde ou segurança?", critica. Ele questiona
ainda que autonomia tem um país como o Brasil, em usar seu território
desvinculado das demandas externas. "Como já aconteceu nos ciclos
econômicos da cana-de-açúcar ou da borracha, ainda hoje continuamos produzindo
para o mercado externo. Hoje, nossas culturas alimentam o gado europeu e
americano, e não o nosso povo. É como se as nações desenvolvidas usassem os
países periféricos como quintal", explica. Na visão de Moreira, ao se
pensar na complexidade das questões contemporâneas, o enfoque de
sustentabilidade ambiental deveria incorporar a multiplicidade de aspectos
econômicos, sociais, culturais etc. Do outro lado dessa luta pela preservação
da biodiversidade, estão presentes os interesses contra hegemônicos, ou de
resistência. "Eles envolvem movimentos indígenas, ecológicos e artísticos
na busca de valores culturais alternativos, na luta pela proteção da natureza e
contra essa visão hegemônica", diz.
Como se mostra, o paradigma buscado
pelo ambientalismo mundial destaca bem o professor Moreira, tem origem nos
países desenvolvidos que usaram e abusaram do meio ambiente para realizar o seu
desenvolvimento utilizando para esse fim o modelo de economia de mercado e não
o desenvolvimento sustentável criado como arma de dominação econômica.
Portanto, o que ganha status, esclarece o professor Moreira é o conceito
hegemônico, adequado à lógica dos mercados globalizados que não querem
concorrentes, usando como arma para conter a concorrência o poder dos blocos
Bildeberg, Russo/Chinês e Islâmico, onde se concentra a construção da Nova Ordem
Mundial.
Diante do exposto pode-se afirmar que
dinheiro existe em abundância para o desenvolvimento do Pará, e dos outros
Estados amazônicos, mas que são destinados apenas para conter um desmatamento
fictício, criado nos escritórios de ONGs e na ONU. Essa política imposta aos
Estados amazônicos pouco difere da nazista e do comunismo russo, chineses
responsáveis pelo assassinato de milhões de pessoas. A única diferença é que ao
invés do assassinato em massa, criam-se guetos de miséria que geram bandidos criminosos
que estão matando nas ruas do Brasil mais pessoas que em guerras ou genocídios
programados.
Querem ver a formação de guetos em
Belém e no Pará? Tirem fotos do alto. Toda a verdade é constatada sem precisar
de maiores provas. Essa fotografia cruel se estende por todo o Brasil e serve
também para mostrar com absoluta fidelidade a irresponsabilidade de nossos
políticos e governantes. Essa é a realidade de um Brasil mutilado e sem
prioridade.
Armando Soares – economista
e-mail: armandoteixeirasoares@uol.com.br
Soares é articulista de Libertatum
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