quarta-feira, 26 de julho de 2017

Ideologia, sinônimo de ódio e de atraso.

Por Armando Soares

                O poder e a lei não são sinônimos. Na verdade, frequentemente são opostos e irreconciliáveis. Existe a Lei de Deus, da qual surgem todas as leis de equidade do homem, segundo as quais os homens devem viver, se não quiserem morrer na opressão, caos e desespero. Divorciado da Lei eterna e imutável de Deus, estabelecida antes da criação dos sóis, o poder do homem é mau, sejam quais forem as palavras nobres com que seja empregado ou os motivos dados para aplicá-lo. Os homens de boa vontade, que atentam na Lei estabelecida por Deus, se oporão aos governos cujo domínio é dos homens e, se desejarem sobreviver como nação, deverão destruir esse governo que tenta determinar pelo capricho ou poder de juízes venais. — CÍCERO

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Não canso de alertar que estamos vivendo no Brasil dias de trevas, o que torna mais importante a advertência de Cícero feita a mais de 2000 anos, prova que mostra que os homens ainda não aprenderam a lição.

Os comunistas, os socialistas que tentaram impor aos brasileiros uma economia de comando através do Estado nesses últimos 30 anos, jogaram o Brasil numa crise política e econômica difícil de sair, dado seu tamanho e profundidade, a não ser que os brasileiros busquem um novo caminho com auxílio de mentes conservadoras, sadias acostumados a conviverem com políticas sensatas que valorizem os costumes, condição necessária para realizar uma união nacional que exprima sentimentos comuns permitindo que haja uma continuidade desses sentimentos destruídos por ideologias criminosas.

                Os ideólogos e seus seguidores fizeram os brasileiros sentirem na pele, no bolso, e na alma como é viver sob o comando do comunismo e do socialismo nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma. Uma experiência sofrida desnecessária caso a história não fosse por eles ignorada. A ideologia como provada no Brasil é uma fórmula política que promete um paraíso terreno à humanidade, mas na realidade criou no mundo uma série de infernos na Terra.

                Russel Kirk numera alguns vícios da ideologia: 1. A ideologia é uma religião invertida, negando a doutrina cristã e salvação pela graça, após a morte, e pondo em seu lugar a salvação coletiva, aqui na Terra, por meio da revolução e da violência. A ideologia herda o fanatismo que algumas vezes, afetou a fé religiosa e aplica essa crença intolerante a preocupações seculares. 2. A ideologia faz    do entendimento político algo impossível: o ideólogo não aceitará nenhum desvio da verdade absoluta de sua revelação secular. Essa visão limitada ocasiona guerras civis, a extirpação dos “reacionários”, e a destruição de instituições sociais benéficas e em funcionamento. 3. Ideólogos competem entre si, em uma imaginada fidelidade à sua verdade absoluta; e são rápidos em denunciar os desviantes ou traidores de sua ortodoxia partidária. Dessa forma, facções pronunciadas se criam entre os próprios ideólogos, e fazem guerra sem piedade e sem fim, uns com os outros, como fizeram os trotskistas e stalinistas.

                O que nasce na mente de ideólogos é dominação, violência e desesperança. Não é à toa que o Brasil chegou onde chegou e se transformou num território de assassinos e corruptos onde a vida não vale nada. O que impressiona nesse cenário é a insensibilidade do povo brasileiro que diariamente assiste a morte de dezenas de inocentes sem nenhuma reação contundentes que intimide os assassinos e aceita pacificamente a proibição de não poder se defender com armas, privilégio dos bandidos que podem traficar e adquirir armas sem encontrar obstáculos.  

                Kirk adverte que a ideologia, a causa maior do problema brasileiro, é uma religião invertida, e o político prudente, sensato e honesto sabe que “utopia” significa lugar nenhum, que não se pode marchar em direção a uma Sião terrena, que a natureza e as instituições humanas são imperfeitas, que a “justiça” agressiva na política acaba em massacre. A verdadeira religião é uma disciplina para a alma, não para o Estado. Tomem como exemplo a Venezuela onde a “utopia” está sendo aplicada com esmero para todo mundo ver, tudo sob a batuta de um ignorante criminoso, produto exemplar da ideologia.

                Todos os políticos brasileiros sabem, mas fazem de conta que não sabem, que o propósito original do Estado é manter a paz, mas ignoram por conveniência essa verdade; sabem também que isso pode ser alcançado através de um equilíbrio tolerável entre os grandes interesses da sociedade, mas fecham os olhos. Quando o fanatismo ideológico rejeita qualquer solução conciliatória, os fracos vão para o paredão – vide Cuba. As atrocidades ideológicas do “Terceiro Mundo”, nos últimos tempos ilustram melhor o que dizemos: os massacres políticos do Congo, Timor, Guiné Equatorial, Chade, Camboja, Uganda, Iêmen, El Salvador, Afeganistão, Somália e Cuba. A boa política busca a reconciliação não o extermínio como é próprio da ideologia. As revoluções, como registra a história, devoram seus filhos. As estruturas políticas e econômicas não são meros produtos de uma teoria, a serem erigidos num dia e demolidos noutro como querem e estão acostumados a fazer comunistas e socialistas; pelo contrário, instituições sociais se desenvolvem ao longo dos séculos, como se fossem orgânicas, verdade ignorada pelo o reformador radical proclamando-se onisciente, atitude corriqueira dos comunistas e socialistas no Brasil. Tudo isso é usado por esses ideólogos como justificativa de poder chegar mais rapidamente ao Paraíso terreno, mas ao invés disto criou-se uma série de infernos na Terra, pôr último no Brasil.

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                O comunismo e o socialismo praticado no Brasil reduziram os seres humanos a átomos sociais e fonte principal dos modernos projetos de alterações sociais por decreto. Planejadores coercitivos estabelecidos pelo Estado que tem à disposição poderes efetivos de coerção, que não existiam anteriormente, frustra o curso natural do desenvolvimento, como se verificou na Amazônia com a economia da borracha e da tentativa de planificação econômica. O planejamento destrói a comunidade espontânea e põe em seu lugar um plano central ineficaz. Na Amazônia o plano veio através da política ambiental que engoliu o território amazônico para atender aos interesses internacionais com apoio do MP, do STF, da mídia.

                Não sei se estou perdendo tempo querendo mostrar aos brasileiros verdades que eles precisam conhecer para se libertarem da venda colocada em seus olhos, e da canga colocada nos seus pescoços por elites políticas e econômicas cínicas, incompetentes e desonestas.

Armando Soares – economista


e-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com


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Soares é articulista de Libertatum

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