Ligeiras observações sobre o MST e a Revolução Bolchevique.

Por Vanderli Camorim

Assisto na TV vídeo de entrevista de invasor do MST. Sim, sua fala é cheia de contradição. Mas não se deve discutir com essa gente pois ela é mentalmente atrasada. E eles possuem mil anos de experiência do alto dessa retórica espúria. Assim, eles vencem toda disputa teórica mesmo sem razão pelo simples fato de te cansar e te arrastar para o esgoto onde já estão acostumados. 

Dentre outras barbaridades, o MST está destruindo as torres de energia no Rio Grande do Sul para que os grandes agricultores não produzam alimentos, para irem a falência e o governo possa tomar suas terras. Essa gente não entende e se for na força aí é que eles crescem pois seu alimento e fortificante é a violência. Quanto mais baixar o pau neles mais eles crescem. É como massa de bolo. O desarme deles só ocorrerá quando se mudar a mentalidade o suficiente para se pressionar o congresso para se consertar as brechas que deu a essa gente o poder que tem, tal como os sindicatos onde se pretende cortar o imposto sindical tirando a sua força econômica. Estas manifestações precisam de dinheiro. Por outro lado, acompanhando essa pressão, o combate das falácias que são o seu suporte ideológico com que ganham as massas.   

Também na TV assisto matéria de enviado do Estadão à Russia para cobrir as comemorações da revolução bolchevique naquele país. O rapaz, em estado de êxtase, narra: "comunistas de todo o mundo se uniram para uma marcha da Estação Finlândia ao Cruzador Aurora, em São Petersburgo. E prossegue, emocionado: O momento mais bonito era sempre quando a melodia da Internacional era cantada em vários idiomas." O entusiamo do correspondente é notório, chama o hino de melodia, mas, por ignorância ou má fé só não diz que o que ele proclama como revolução foi na verdade um golpe de estado. O seu jornal disse que se iria fazer uma cobertura, mas a coisa é propaganda pura. 

Mas isso faz sentido. O socialismo é algo santificado pela propaganda de forma que o distinto público é levado a crer no que dizem e não no que se vê. A comemoração da revolução russa foi um fracasso? Não creio. Se levarmos em consideração que ela foi mera consequência da adoção das ideias socialistas tanto quanto foram as duas guerras mundiais e mais as inúmeras guerras civis bem como golpes de estado, ela já cumpriu sua missão que foi dar um maior impulso nas ideias socialistas hoje compartilhadas até por quem se diz anti-socialista, não marxista e democrata. 

O fato de a URSS ter desmoronado também não significou a vitória sobre o socialismo, mas a expressão de que essas ideias são impraticáveis. É evidente que a comemoração da revolução russa será sempre lembrada por poucos devido a relação estreita com o seu messianismo filosófico. 

A revolução russa só foi possível porque as grandes potencias já haviam abandonado as políticas do liberalismo econômico e a favoreceram ativamente. Os alemães transportaram Lênin e lhe deram uma montanha de dinheiro. A ideia era que uma vez Lênin no governo a Russia sairia da guerra e favoreceria a expansão da Alemanha. A América por sua vez queria expandir as suas indústrias e Lênin representava uma grande oportunidade de negócios. Lênin contrariou um pouco os planos das potencias da época mas não alterou na essência seus objetivos. A URSS não poderia ter ido tão longe se não tivesse tido tais "ajudas". 

Grandes homens da época como Morgan, Ford, e outros, grandes empresas como Fiat, Westinhouse e tantas outras tiveram nesta construção tanta importância quanto Lênin e Trotsky, este pessoalmente ajudado por Woodrow Wilson...

América, Alemanha, Canadá, Finlândia e França, entre outros países menores, estiveram empenhados na aludida construção que bem podemos dizer que a revolução proletária russa foi uma coalizão de países. 

A revolução russa tem sua importância no desastre do século XX, mas mais importante e determinante foi a mudança de mentalidade ocorrida nas últimas décadas do século 19 da qual a Alemanha foi a sua parte mais visível e pioneira na nossa época de socialismo.     

Vanderli Camorim