Amazônia
Por Armando Soares
(continuação)
engessamento da Amazônia facilitando as
ações de ONGs estrangeiras para consolidar a dominação estrangeira e o controle
das riquezas minerais, biodiversidade e outras, de forma sutil sem intervenção
militar.
A
Política Ambiental Brasileira espelha com autenticidade e fidelidade o
documento oficial que acaba com a soberania amazônica, e transforma em
soberania relativa, reduz a região a um “produto de troca” para servir a
interesse de estrangeiros e brasileiros do sul, sudeste, confisca sutilmente a
propriedade privada através da “reserva legal”, puro confisco, inexistente em
qualquer parte do mundo, limita o crédito às exigências ambientais impossíveis
de serem cumpridas, cria custos com predominância do econômico, que no médio
prazo mata o núcleo produtivo florestal e agropecuário, atividade que sustenta
o governo brasileiro. A única coisa criada pelo ambientalismo-indigenismo
durante o governo civil foi a criação de “municípios verdes”, idealizada pela
ONG IMAZON, ligada ao governo paraense, sabe lá com que interesses.
Anunciada a proposta de
conservação da floresta amazônica pelo governo Collor, Manu militari, como sempre acontece quando se trata da Amazônia, é
logo integrada à política de desenvolvimento regional que nunca existiu
efetivamente, ficou apenas no papel e no discurso, política de dominação que teve
profundas repercussões na Amazônia, interrompendo o processo de desenvolvimento
regional iniciado com muita competência e propriedade no governo do presidente
Castelo Branco. A proposta de conservação da Amazônia, originária dos sete
países mais ricos do mundo, ignorou o social e priorizou apenas a floresta e as
riquezas do subsolo para uso estrangeiro; a Amazônia, para efeito de domínio,
foi mascarada de patrimônio mundial para disfarçar as verdadeiras intenções que
era de transformá-la em reserva estratégica, para uso das grandes potências e
países ricos, das riquezas naturais, quando conviesse e se fizesse necessário. Todo
esse processo, a pauperização da região, os conflitos de toda a natureza e o
crescimento geométrico do narcotráfico na região, tem muito a ver com o vazio
de poder, alertado sistematicamente com muita responsabilidade pelos militares
brasileiros, o que não impediu a imposição de políticas públicas equivocadas,
todas, sem exceção, fracassadas e danosas à região.
A bem da verdade, foi realizada uma venda da Amazônia ao
chamado Grupo dos Sete, (Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá),
disfarçada de Proposta Preliminar para um
Programa Piloto para a Conservação da Floresta Amazônica Brasileira, em
12.10.90. A proposta apesar de pronta desde novembro de 1990, só em
princípio de março de 91, é que foi dada ao conhecimento da sociedade
brasileira através das ONGs estrangeiras e brasileiras sustentadas por países
ricos, talvez para oficializá-las como
parceiros e mascarar o processo arbitrário, de iniciativa da Secretaria
do Meio Ambiente da Presidência da República - SEMAN/PR, em reunião realizada
em Brasília, em 04.03.91, com a presença de representantes do Ministério da
Economia, Fazenda e Planejamento, do Ministério das Relações Exteriores, da
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e Secretaria de
Desenvolvimento e Assuntos Regionais da Presidência da República.
A
proposta que “vendeu” a Amazônia tinha como objetivo pagar a dívida interna e
externa e propiciar o ingresso de recursos pela Amazônia, para despejar dólares
em outras partes do país, um perfeito vazo comunicante amazônico.
Em nossa memória ainda permanece viva um
dos maiores crimes históricos praticado por maus brasileiros e governantes que,
associados aos interesses ingleses, trocaram borracha por café no começo do
século, que estagnaram a Amazônia e a impediram de ingressar no Primeiro Mundo
levando o Brasil consigo, permitindo o fortalecimento do Império Britânico e o
domínio do comércio e industrialização da borracha, matéria-prima que iria
promover a revolução do sistema de transportes no mundo com a invenção da roda
pneumática, do automóvel e do avião, ou seja, sem a borracha esses inventos não
teriam utilidade.
Também, estão ainda vivas na nossa memória,
as diversas tentativas de internacionalização da Amazônia levadas a efeito a
partir do século passado como a criação da República
do Cunani, no atual Estado do Amapá, por parte da França; o chamado Sindicato Boliviano, empreitada
anglo-americana, onde é hoje o Estado do Acre; o Projeto da Academia de Ciências de Washington; a criação do Grande lago Amazônico; a Expedição Alemã no
Jary (1935/37), com aval do Governo Brasileiro e do Museu Nacional do Rio
de Janeiro e comandado por membro da S.A
(Pelotão de Assalto do Partido Nazista bem equipada, incluindo hidroavião,
tendo os expedicionários coletado no Rio Jarí, no Amapá, farto material e ampla
documentação). O livro contendo a história da expedição foi retirado de
circulação e destruído pelo governo Brasileiro culminando com a ridícula e
absurda proposta do presidente francês em nossos dias de transformar a Amazônia
em patrimônio mundial da humanidade, pegando como gancho a formação de nações
indígenas, projeto que esconde os interesses da pirataria internacional.
Outro exemplo dessa fixação estrangeira
pela Amazônia: em 1945 se consumou a proposta do Instituto Internacional da Hileia Amazônica de autoria do
representante do Brasil na ONU, professor Paulo Barredo Carneiro, que com
anuência do governo brasileiro foi aprovado por unanimidade, sob a
justificativa de soerguer a Amazônia,
dando-lhe novas dimensões, com a ajuda de técnicos e cientistas do mais alto
gabarito internacional. Graças à reação de eminentes brasileiros, que
denunciaram o golpe criminoso contra os interesses do Brasil e da Amazônia e a
ameaça de sua internacionalização e perda de soberania, o projeto fracassou. A
história se repete, agora com mais cinismo e perversidade diante do avanço
tecnológico do novo mundo que permite, em velocidade espantosa, o conhecimento
da verdade, mesmo àquelas estabelecidas nos gabinetes fechados, onde o povo é
tratado como coisa sem nenhum valor, um farrapo.
Continua
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