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sábado, 30 de dezembro de 2017

Amazônia

Por Armando Soares


(continuação)


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engessamento da Amazônia facilitando as ações de ONGs estrangeiras para consolidar a dominação estrangeira e o controle das riquezas minerais, biodiversidade e outras, de forma sutil sem intervenção militar.


                A Política Ambiental Brasileira espelha com autenticidade e fidelidade o documento oficial que acaba com a soberania amazônica, e transforma em soberania relativa, reduz a região a um “produto de troca” para servir a interesse de estrangeiros e brasileiros do sul, sudeste, confisca sutilmente a propriedade privada através da “reserva legal”, puro confisco, inexistente em qualquer parte do mundo, limita o crédito às exigências ambientais impossíveis de serem cumpridas, cria custos com predominância do econômico, que no médio prazo mata o núcleo produtivo florestal e agropecuário, atividade que sustenta o governo brasileiro. A única coisa criada pelo ambientalismo-indigenismo durante o governo civil foi a criação de “municípios verdes”, idealizada pela ONG IMAZON, ligada ao governo paraense, sabe lá com que interesses.


Anunciada a proposta de conservação da floresta amazônica pelo governo Collor, Manu militari, como sempre acontece quando se trata da Amazônia, é logo integrada à política de desenvolvimento regional que nunca existiu efetivamente, ficou apenas no papel e no discurso, política de dominação que teve profundas repercussões na Amazônia, interrompendo o processo de desenvolvimento regional iniciado com muita competência e propriedade no governo do presidente Castelo Branco. A proposta de conservação da Amazônia, originária dos sete países mais ricos do mundo, ignorou o social e priorizou apenas a floresta e as riquezas do subsolo para uso estrangeiro; a Amazônia, para efeito de domínio, foi mascarada de patrimônio mundial para disfarçar as verdadeiras intenções que era de transformá-la em reserva estratégica, para uso das grandes potências e países ricos, das riquezas naturais, quando conviesse e se fizesse necessário. Todo esse processo, a pauperização da região, os conflitos de toda a natureza e o crescimento geométrico do narcotráfico na região, tem muito a ver com o vazio de poder, alertado sistematicamente com muita responsabilidade pelos militares brasileiros, o que não impediu a imposição de políticas públicas equivocadas, todas, sem exceção, fracassadas e danosas à região.


                A bem da verdade, foi realizada uma venda da Amazônia ao chamado Grupo dos Sete, (Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá), disfarçada de Proposta Preliminar para um Programa Piloto para a Conservação da Floresta Amazônica Brasileira, em 12.10.90. A proposta apesar de pronta desde novembro de 1990, só em princípio de março de 91, é que foi dada ao conhecimento da sociedade brasileira através das ONGs estrangeiras e brasileiras sustentadas por países ricos, talvez para oficializá-las como  parceiros e mascarar o processo arbitrário, de iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República - SEMAN/PR, em reunião realizada em Brasília, em 04.03.91, com a presença de representantes do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, do Ministério das Relações Exteriores, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Regionais da Presidência da República.


 A proposta que “vendeu” a Amazônia tinha como objetivo pagar a dívida interna e externa e propiciar o ingresso de recursos pela Amazônia, para despejar dólares em outras partes do país, um perfeito vazo comunicante amazônico.


Em nossa memória ainda permanece viva um dos maiores crimes históricos praticado por maus brasileiros e governantes que, associados aos interesses ingleses, trocaram borracha por café no começo do século, que estagnaram a Amazônia e a impediram de ingressar no Primeiro Mundo levando o Brasil consigo, permitindo o fortalecimento do Império Britânico e o domínio do comércio e industrialização da borracha, matéria-prima que iria promover a revolução do sistema de transportes no mundo com a invenção da roda pneumática, do automóvel e do avião, ou seja, sem a borracha esses inventos não teriam utilidade.


Também, estão ainda vivas na nossa memória, as diversas tentativas de internacionalização da Amazônia levadas a efeito a partir do século passado como a criação da República do Cunani, no atual Estado do Amapá, por parte da França; o chamado Sindicato Boliviano, empreitada anglo-americana, onde é hoje o Estado do Acre; o Projeto da Academia de Ciências de Washington; a criação do Grande lago Amazônico; a Expedição Alemã no Jary (1935/37), com aval do Governo Brasileiro e do Museu Nacional do Rio de Janeiro e comandado por membro da S.A (Pelotão de Assalto do Partido Nazista bem equipada, incluindo hidroavião, tendo os expedicionários coletado no Rio Jarí, no Amapá, farto material e ampla documentação). O livro contendo a história da expedição foi retirado de circulação e destruído pelo governo Brasileiro culminando com a ridícula e absurda proposta do presidente francês em nossos dias de transformar a Amazônia em patrimônio mundial da humanidade, pegando como gancho a formação de nações indígenas, projeto que esconde os interesses da pirataria internacional.



Outro exemplo dessa fixação estrangeira pela Amazônia: em 1945 se consumou a proposta do Instituto Internacional da Hileia Amazônica de autoria do representante do Brasil na ONU, professor Paulo Barredo Carneiro, que com anuência do governo brasileiro foi aprovado por unanimidade, sob a justificativa de soerguer a Amazônia, dando-lhe novas dimensões, com a ajuda de técnicos e cientistas do mais alto gabarito internacional. Graças à reação de eminentes brasileiros, que denunciaram o golpe criminoso contra os interesses do Brasil e da Amazônia e a ameaça de sua internacionalização e perda de soberania, o projeto fracassou. A história se repete, agora com mais cinismo e perversidade diante do avanço tecnológico do novo mundo que permite, em velocidade espantosa, o conhecimento da verdade, mesmo àquelas estabelecidas nos gabinetes fechados, onde o povo é tratado como coisa sem nenhum valor, um farrapo.


Continua

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