domingo, 3 de junho de 2018


Fachin e os sindicatos

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Por Vanderli Camorim

As noticias de jornais dão conta que o ministro Fachin ficou sensibilizado aos apelos dos sindicatos de que estes, sem as “contribuições obrigatória” dos trabalhadores terão suas contas seriamente prejudicadas e consequentemente< as suas atividades, que ele crê pertencer ao mundo democrático de modo que ele vê razões até de sobra do seu retorno. Inclusive, acha ele, que basta uma decisão monocrática, ou seja, dele mesmo apenas perscrutando a sua consciência infectada pela teoria das lutas de classes,para restabelecê-lo e assim anular os esforços, sobretudo do congresso, a representação popular, cuja maioria foi forçada a pensar o contrário.

E interessante observar a contradição do termo “contribuição obrigatória” que usa com a mesma naturalidade com que limpa as lentes de seus óculos. Afinal de contas ele é um ministro que acha pode tudo mesmo que seu cargo seja apenas o de interpretar a constituição e não fazer novas leis para o qual não foi eleito.

Podemos ficar indignados com a atitude do ministro, mas uma coisa é certa, ele se move seguindo os dogmas do marxismo para quem os sindicatos são os mais legítimos representantes da classe trabalhadora e não o braço da compulsão e da violência do estado com que se imiscui no mercado do trabalho e cria desemprego e desespero.

Os sindicatos nunca foram e jamais serão os representantes dos trabalhadores, mas sim dos interesses particulares e inconfessáveis,pelo menos à luz do dia, de um grupo de privilegiados  protegidos politicamente pelo  governo contra as intempéries do mercado e suas leis inexoráveis, como a lei da oferta e procura que desejam vê-la abolida, as custas, como sempre, da imensa maioria.

Mesmo Marx, que chamava aos dirigentes sindicais de aristocratas da classe trabalhadores, jamais achou que os sindicatos poderiam aumentar os salários de toda a classe trabalhadora. Tão somente de uma minoria, restando a grande maioria penar no desemprego, forçado deste modo,constitucionalmente. 

É inegável que os sindicatos acirram os conflitos entre os trabalhadores que recebem salários obtidos pela violência dos sindicatos e os trabalhadores que permanecem desempregados.  Os salários obtidos por pressão sindical impede que haja demanda para atender a toda a oferta de mão de obra e cria o mercado negro do trabalho, também chamado de informal ou paralelo, levando a precarização das relações trabalhistas constituindo um manancial de oportunidade aos caçadores de trabalho escravo. 

Também afeta os trabalhadores cuja situação desvantajosa do mercado de trabalho em seus países emigre, pois encontram nos sindicatos e nas leis que ajudam a criar uma barreira intransponível nas leis de  imigração criando verdadeiros guetos que em alguns países nem a policia entra tornando território proibido.

A declaração de que a substituição do capitalismo pelo socialismo é do interesse de todos os proletários não passa de afirmativa arbitrária de Marx e de outros socialistas. Não pode ser provada pela mera alegação de que a ideia socialista é a emanação do pensamento proletário e, portanto, certamente benéfica aos interesses do proletariado.

Mas o ministro está se lixando. Quer fazer media como qualquer politico que garimpa votos para lustrar sua biografia. Não está também se importando que com sua atitude alimenta uma situação que no futuro poderá ser ainda mais dramática do que os sindicatos dos caminhoneiros propiciou nestes recentes episódios.

O ministro aposta no socialismo e mostra que não tem a menor simpatia com o capitalismo, um termo politico e pejorativa que os socialistas e os intervencionistas fazem ao que chamamos de economia de mercado.

Fica aí um alerta para aqueles que acham estamos longe de sermos uma Venezuela e que não temos um congresso bolivariano. As coisas costumam acontecer, primeiro como um arranhão insignificante, para depois se constituir em um câncer.

Vanderli Camorim

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