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domingo, 23 de setembro de 2018

O afunilar da campanha.

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por Vanderli Camorim


As últimas notícias de jornal tem trazido alento para uns e desespero para outros. O FHC que no passado entregou de mão beijada o governo para o Lula agora escreve uma carta a nação sub-repticiamente com a intenção clara de repetir a dose de seu remédio amargo sem nenhum pudor. Age como quem não tem culpa nenhuma, sente-se como o príncipe dos intelectuais que disseram que ele era. Na outra ponta os jornais estampam o desespero do Alkiquimista que vê  atônito e impotente o chão lhe escapar sob os pés e os seus partidários fugindo na direção dos outros partidos que tem promessa de sucesso


Está havendo um realinhamento a medida que vai se definindo a disputa politica.
 Políticos que querem salvar o seu mandato vão aos poucos entendendo que fizeram a escolha errada e procuram corrigir-se mudando de partido ou de candidato. É um movimento que muita gente gosta de dizer ser semelhante aos ratos que fogem de um navio que naufraga. É com certeza um pensamento arbitrário, pois se trata de homens de negócio que procuram se ajustar às novas situações da disputa política porque ninguém faz nada para perder e nem governa sozinho.

 Ninguém mais joga tendo em vista só o primeiro turno.  Todos tem as vistas voltada para o segundo turno. Embora Bolsonaro tenha uma situação confortável, a luta não está ganha.Seus adversários estão trazendo o seu passado que prima pela falta de tato político. Ele reclama e diz que é um ataque covarde.

Pelo que indicam as últimas pesquisas o embate final será entre Haddad e Bolsonaro. Uma disputa entre PT e o anti-pt. Capitalismo está longe de questão. Tão somente algumas de suas verdades inquestionáveis.
Bolsonaro se quer ganhar essa parada não pode se fazer de gostoso. A experiência do PSDB e do PMDB, por exemplo, com relação as alianças com o PT que fizeram no passado lhe pode ser util. 

O PT mostrou que faz aliança até com diabo, só que depoiá se sentem dono do inferno e querem alijar o diabo de sua zona de conforto. Se eles não aprenderam no passado vamos saber logo.

 Bolsonaro terá que agradecer e cotejar este apoio. Não tem esta conversa de que um presidente uma vez vitorioso diga que foi eleito pelo voto popular. Isto não passa de retórica. Quem elege o presidente são os variados grupos de interesses particulares que se juntam na perspectiva de um bom negócio.
 No final do processo volta aquela velha frase da época do segundo reinado, de que nada se assemelha mais a um conservador do que um liberal no governo.

Quem se lasca mesmo é  aquele eleitor que acredita piamente no seu escolhido que promete lutar contra o dragão da maldade e instituir o reino da Bondade e da Justiça.

Não são os políticos que mudam o panorama social.  São os intelectuais ao combater as falácias que reina no seio da sociedade, e estas são de natureza Econômica. Sem este combate não haverá mudança de humor na opinião pública e consequentemente nenhum incentivo para que os políticos possam agir de outra maneira. Só desconstruindo tais falácias é que se arma o cidadão contra os maus governantes pressionando-os na direção acertada.

O cargo de presidente da república, que lembra a posição dos antigos Reis e imperadores, é  muito importante porque ele encarna o poder do Estado.
Porem se o estado for intervencionista, mais este presidente se parecerá um rei absoluto cercado de cortesãos a quem deve cargos e privilégios que a multidão de homens comuns tera que custear, mesmo a contra gosto.

Se por acaso a ordem social fosse a mais perfeita Ordem Liberal esse presidente teria a mesma função que um delegado de polícia. A sua função seria apenas a de garantir a segurança e a liberdade de seus cidadãos  para empreender e trabalhar como bem achasse melhor. O pressuposto é que o presidente, encarnando o Estado, não interferiria no mercado. Mas não é o caso. Vivemos sob o intervencionismo. O governa manda é quem tem Juízo obedece...e paga.

A ordem Liberal não cai do céu, nem é possível por um passe de mágica muito menos resultado de um governante “lobo solitário". Ele é o resultado de um prolongado e porfiado combate de ideias que abriria o caminho para o reconhecimento por parte do Homem comum do ambiente social que lhe é favorável.

 É por isso que atual corrida eleitoral funciona como um instrumento de desvio da atenção da população dos assuntos que lhe diz respeito. Quanto mais longe ficar da discussão  de um futuro estado Liberal  melhor para os grupos de pressão . É por isso que vemos todos empenhados nesta tarefa. Os órgãos da Imprensa controladas pelo governo não falam outra coisa e estão empenhados em ilustrar a figura do futuro presidente como se fosse o próximo salvador. 

As pessoas se empenham nessa disputa de uma forma cega como o  gado que se lança no precipício sob o comando de uma palavra de ordem que sequer refletiram.

 Não se dão conta que estão endossando um sistema que os mantém na miséria intelectual e não conseguem enxergar que é em si mesmo e não neles que está a chave e a solução do problema.

 É um movimento semelhante ao dos escravos que se sentem impotente em lutar por sua liberdade achando que foram condenados por alguma força divina ou trama diabólica a uma situação que acham não vale a pena lutar e se acomodam  restando apenas a luta desesperada a espera de um senhor bondoso,  magnânimo e paternal que alivie o sofrimento.

Presidente da República escolhe-se por várias maneiras, desde a queda do império, e nada muda. As mudanças que gozamos não advém desta escolha, mas do avanço do capitalismo que os mais variados governos tem se empenhado em combater.

Enquanto não mudar esta mentalidade o governo jamais será o parceiro do homem e sim o seu algoz.


Vanderli Camorim


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vanderlicamorim@ig.com.br

Um comentário:

  1. Sempre Mais do MESMOsetembro 22, 2018 3:11 PM

    Brilhante texto e foi fechado com chave de ouro e diamantes.

    Esperar algo de políticos ou da alta hierarquia estatal é o mesmo que esperar de Senhores de escravos.
    Para mudar de forma autosustentável (..rsrs) só por meio da mudança moral. Fora isso se estará condenado a sempre mais do mesmo.

    Dizem que a INVEJA é a homenagem que o vício presta à virtude.

    Pode ser, pois que é o reconhecimento da superioridade da virtude sobre o vício. Este último, inconformado com a inferioridade que constata, passa a odiar a virtude e assim deseja de toda forma destrui-la a fim de fazer seu portador "igualar-se" ao portador do vício.

    Inveja e cobiça são diferentes. Quem cobiça deseja o mesmo que o outro usufrui. Já o invejoso deseja a destruição daquilo que o outro usufrui ao constatar a própria incapacidade.
    Ou seja, a inveja é um SENTIMENTO de INFERIORIDADE que o portador deseja que ninguém mais o perceba. Vai daí o desejo do invejoso em destruir àqueles a quem inveja. Algo como culpando os invejados por eles lhes serem superiores e OSTENTAREM essa verdade que o faz sofrer.

    Por isso que ao invejoso sempre dói mais a feleicidade alheia do que a própria infelicidade. Afinal sente-se incapaz de propmover a própria felicidade, porém capaz de TENTAR destruir a felicidade alheia.

    A destruição da felicidade e orgulho alheio pode ser tentada FISICAMENTE ou MORALMENTE.
    Assim o invejoso, fisicamente impotente, tenta CONSOLAR-SE atacando moralmente aqueles a quem inveja.

    Então dedica-se a IRRACIONALIDADE da FOFOCA e passa a tentar denegrir o mérito alheio. Nem mesmo importa-se em destruir a si junto. Seu maior desejo é vingar-se daquele que faz os demais perceberem "que lhe é inferior" (a "inferioridade" esta no que ambiciona e espera de si e o que percebe-se capaz de construir). Não ambicionasse tanto, jamais seria atormentado pela inveja resultante de seu COMPLEXO de INFERIORIDADE.

    Maldizer, sob todos os aspectos, os invejados é um consolo dos invejosos. Então fingir-se "INJUSTIÇADO" ante o "PRIVILÉGIO" alheio é um meio de TENTAR consolar-se moralmente atacando o "privilégio injusto" do invejado que, então, acusado de "moralmente inferior".

    Spinoza é certeiro e explica o ódio aos presumidos felizes, ou orgulhosos de si, satisfeitos com o que são:

    Algumas características comuns a todos os homens e suas emoções passionais:
    .
    1) Que cada homem se esforça para conseguir que todos amem o que ele ama e que todos odeiem o que ele odeia.
    .
    2) Que cada um tem por natureza o apetite de querer ver os demais vivendo segundo ele mesmo é: e como todos têm este mesmo apetite, todos impedem-se uns aos outros de viver.
    Todos querem ser queridos, amados e admirados e justamente por isto acabam por se odiarem mutuamente.
    .
    3)Se presumimos que um homem desfruta o prazer e a felicidade de uma coisa tal, que não podemos ou não conseguimos fazer e alcançar, passamos a nos empenhar esforçados para destruir a posse daquele prazer e felicidade que o tal homem tem.
    .
    4)Vimos desse modo que em virtude da natureza dos Homens, estes geralmente são dispostos a sentir comiseração e dó pelos desgraçados e a invejar, proibir, coibir e censurar os que são felizes: e que seus ódios e repulsas em relação aos que desfrutam a felicidade são enormes e sem limites.

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