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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eco-tolices televisivas

Por Klauber Cristofen Pires

Andei assitindo a um programa de tv pela tv a cabo, de certa forma divertido, mas ao mesmo tempo patente por sua tendência eco-marxista. Para (não) variar, era inglês. O quadro apresenta uma família de quatro pessoas que exerce as suas atividades diárias em uma casa movida a...esforço humano! Interessante, não? Para tanto, uma usina humana é instalada ao lado da casa, em que os que fornecerão a energia pedalam bicicletas conectadas a dínamos.

O argumento da experiência tem sim o seu lado legítimo, porém, dentro de uma visão plenamente capitalista, deixou a desejar. Registro os meus elogios quanto às denúncias contra os desperdícios, que somados, levam a Grã-Bretanha a torrar aproximadamente 1,3 milhão de libras anualmente...

 Entretanto. o que a usina humana pretendia provar é que os cidadãos do século XXI consomem tanta energia que, para aquelas quatro pessoas, às vezes eram necessárias mais de cinquenta bicicletas para suprir a demanda. Apenas para o chuveiro, foram necessárias trinta ciclistas pedalando com vontade. Um forno micro-ondas consome o equivalente ao trabalho de dezoito ciclistas.

As imagens geram o seu apelo emocional, mas escapam a um raciocínio idôneo. Isto porque a capacidade do homem de produzir energia se exponencia com o passar do tempo. A cada dia, somos mais eficientes em produzir eletricidade, cada vez mais limpa e segura, cada dia mais eficiente, abundante e barata. 

Quem se der ao trabalho de conferir as imagens de um filme antigo, poderá perceber como as cidades, mesmo as metrópoles, eram escuras, relativamente aos tempos atuais. Em um futuro que não necessite de uma precisão muito acurada, a oferta de energia será muito maior, para suprir uma variedade também acrescida de outras facilidades domésticas que ainda não conhecemos. Fazer as contas em termos de ciclistas, portanto, não tem sentido algum.

Se fosse para nos mantermos com as formas mais incipientes de fontes energéticas, o trabalho braçal e dos animais seguiriam sendo suficientes. Todavia, eles não lograriam sustentar as necessidades mínimas da população dos dias atuais. Há quem defenda, contudo, um retorno a este estado de coisas, e os ambientalistas estão entre a maioria deste tipo de gente. Claro, suas fórmulas são aplicáveis sempre aos outros. São os outros que devem defecar na casinha, para não gastar água com descarga; são os outros que devem transformar o microondas em armário e a cafeteira em um simpático vaso de flores. São os outros que devem guardar seus carros populares na garagem para seguir a pé ao trabalho, enquanto eles desfilam com seus jipes pretensamente ecológicos que não fazem mais de quatro quilômetros por litro. 

Não é preciso falar mais a respeito de economia de energia do que mostrar a uma família o quanto ela paga por seus desperdícios, dinheiro este que poderia ser usado de uma forma melhor, gerando mais conforto para todos. Quanto à produção de energia, isto é um problema de quem a produz, e se for deixado livre para tal, procurará atender às demandas da forma mais eficiente possível.  O mundo nem sequer se apossou de  uma parcela ínfima do petencial de energia que o planeta pode perfeitamente suprir. 

4 comentários:

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