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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Carinho ou "Caning"?

Por Klauber Cristofen Pires

Ahh, quanto é necessário discorrer em linguagem decente e de bom senso por uma curta besteira dita por um petista... Lá vem a Dona Dilma prometer "carinho" para os viciados em crack. Cada vez que ouço um petista falar em carinho, tremo na base; onde foi mesmo a última vez em que ouvi um petista falar de carinho? Ahh, me lembro: foi aqui mesmo no Pará, quando a ainda candidata Ana Júlia Carepa prometia que cuidaria da nossa saúde: pois foi só assumir o governo que mais de trezentas crianças morreram na Santa Casa de Misericóridia. Ela não havia explicado que o termo era pra ser entendido no sentido Che-Guevariano...


Nestes tempos em que políticos expertos mentem tanto que nem sabem mais quando estão mentindo ou falando a verdade (quem se lembra daquela do José Dirceu: "- estou cada vez mais convencido da minha inocência..."), ou quando o fazem por pura ignorância mesmo (temos sempre de dar este crédito, não?), uma lembrança oportuna me vem à tona:

Houve, há alguns anos atrás, aqui em Belém, o caso de um jovem que foi pego em flagrante por soldados do exército pichando o muro do 2ª Batalhão de Infantaria de Selva. Aqui vale uma introdução: por ser uma unidade militar, e por possuir um muro muito bem pintado em cores que lembram um uniforme camuflado de selva, com vistas para a movimentada Avenida Almirante Barroso, o extenso muro daquela organização significa, para as gangues de pichadores, a maior glória, tenso sido sabido que existem até mesmo prêmios para os que forem bem-sucedidos.  

Pois bem, o que o comandante de plantão decidiu fazer com o rapaz? Deu-lhe um pincel e um balde de tinta, e fez-lhe repintar a sua "obra", vigiado por soldados. Uma autêntica lição de moral e civismo, e prestem atenção: ninguém tocou em um só fio de cabelo do jovem delinquente. O garoto pagou pelo seu delito reparando o seu erro. E isto sem contar que ele não pagou pela tinta. Bastou-lhe a vergonha de passar o dia, embaixo do sol, tendo de recompor o seu ato de vandalismo, sob o olhar vigilante dos soldados e das pessoas de bem que por aquela calçada passavam. Bom, quem trabalhou pelo dinehiro suado do mês também passou vários dias ali, debaixo do escaldante sol equatorial, não?

O que este comandante fez teria sido o mesmo que um barbeiro ou um mero dono de uma residência fariam, há algum tempo, quando todos estávamos com o juízo mais ou menos equilibrado.

Êpa, mas foi esta a reação da imprensa? Já deu para o leitor perceber que não, certo? Pois veio até o Ministério Público processar o comandante daquela instituição, acusando-lhe de ter agido com abuso de poder, e que não tinha competência para tal mister. Lembro-me das páginas do jornal onde se lia sobre o "trauma" imposto ao pequeno delinquente. Este é o nosso estado atual. Esta é a nossa imprensa. E o povo calado, bem, este é o nosso povo.

A milhares de quilômetros dali, em um lapso de tempo não muito extenso, um marmanjo americano de 18 anos, Michael Fay,  decide pichar carros em Cingapura. Resultado: Prisão e "caning". Isto mesmo, CANING! Pra quem não viu ou não lembra, o rapaz foi condenado a 6 aplicações de vara de bambu nas costas. O caso foi famoso no mundo inteiro, e graças à intervenção do governo americano, a pena foi aliviada...para 5 aplicações!

Doeu? Imagino que sim. Mas Cingapura é um país limpo, organizado, onde as pessoas passeiam e se divertem sem medo de gangues, bandidos, traficantes e balas "achadas". Cingapura não é só tudo isto, que já faria as nossas vidas um pouco melhores por aqui. É também um país extremamente produtivo, cujos cidadãos se orgulham dos seus altos salários e excelente padrão de vida.

Enquanto isto, Belém, como qualquer cidade brasileira, é o próprio mural da pichação. Não consigo imaginar como estes garotos que não têm dinheiro às vezes nem para comer sempre têm uma lata à mão, a causar um prejuízo danado à cidade e aos moradores.

Pois é...lá vem a Dona Dilma, com aquele seu plástico sorriso, oferecer carinho e amor aos viciados. Eu ofereceria "caning". Eu ofereceria um serviço militar obrigatório, tal como em Cingapura. Lá, os viciados, aqueles que são flagrados com apenas uma dose de droga para consumo imediato, são postos para acordar sob o toque da corneta, para começar seus dias de intensas fainas e exercícios físicos, de modo a expelirem pelo suor as toxinas.

E quanto aos traficantes? Vão pesquisar o destino reservado a quem se mete a besta de chegar a Cingapura, à Malásia ou à Tailândia com um pacotinho proibido...

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