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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Novas Regras para os Planos de Saúde

Por Klauber Cristofen Pires

Já que estamos beirando a Copa, vale uma metáfora futebolística: o Brasil é um time que começa jogando futebol, aos quinze minutos já transformou em Futivolley, aos 30 já virou futebol americano, aff, e antes que termine o jogo, sabe-se lá no que mais terá se transformado...golfe, quem sabe!

Mais uma vez, os sabichões barbudinhos vêm mexer nas regras dos planos de saúde. Segundo eles, a medida vai beneficiar 44 milhões de usuários. No pacote, são mais de setenta novos procedimentos que passarão a ser cobertos, bem como a ampliação do número de consultas em novas especialidades. 


Jamais os burocratas com seus terninhos e suas barbas aparadas à moda "Che-chique" (e "de banho tomado") conseguiram dizer quanto gastam com a seguridade social, se o modelo é viável e só para usar um termo deles mesmos, se é "auto-sustentável". Para esta lição, foi o professor quem faltou. Mas dar piteco em planos de saúde privados, ahh, é com esta raia de gente que estudou em livro grosso de letra miúda mesmo.

Antes que eu, como futuro beneficiado das medidas, pergunte quanto vou pagar a mais por algo que não contratei, vale a pena conferir como tem andado o mercado de planos de saúde. Não raro, os médicos têm andado a cobrar por fora pelas consultas e procedimentos, consagrando a grande promoção em que tornou o Brasil: "Compre um, pague dois" (senão, três ou quatro). Isto, claro, quando pura e simplesmente, não se descredenciam. Ahh claro, mas no papel, o preço do plano não subiu um centavo...tá, entendi...

Por outro lado, as operadoras vivem na dança das cadeiras: todo dia na tv é dia de uma operadora nova. Como pensar que os clientes dos planos falidos graças à intervenção externa - estatal, frise-se - possam ser beneficiados, é algo que realmente eu não sei. O que sei é que, para entrar em planos novos, eles terão de pegar carência mais uma vez e encarar uma tabela de preços atualizada.

Com tanta intervenção, não me admira a construção de planilhas de preços preventivamente altos, o que pode ser especialmente danoso aos novos pretendentes, e isto sem dizer de algo que é importantíssimo para o mercado e para a população: as empresas simplesmente não têm chance de criar diferencial e reputação.

O diferencial é justamente a possibilidade de oferecer ao público um produto novo com base em estimativas comerciais sólidas, baseadas em uma gestão de recursos a mais eficiente possível. Reputação significa laurear aquelas que tradicionalmente se mostram mais aptas a honrar seus clientes com a melhor qualidade e o menor preço possível.

Saliente-se aqui que, dentro da solução privada, nada escapa à venda: pode-se muito bem oferecer a cobertura adicional destes e daqueles procedimentos, que aquelas pessoas afetadas ou interessadas optarão por contratar. Isto, necessariamente, faz todo o processo ficar mais barato aos demais, mais ou menos tanto quanto aquele que compra filé mignon facilita a vida de quem adquire coxão duro. Com o decreto estatal, porém, o negócio vai virar um "embrulha-e-manda": cobre-se o produto e majora-se o preço. Ô solução! E ainda me chamam de "beneficiado com a medida"...

No andar da carruagem, em breve não haverá muita diferença entre planos privados e o SUS: formalmente, capacitam-se a tudo fornecee e cobrir, mas na vida real os coitados que pagam as contas morrem em macas ou ao relento. 

Um comentário:

  1. Resta que o melhor a fazer é não ter plano de saúde, e pagar sempre tudo como particular. Pega-se o dinheiro que seria para o plano e faz-se um fundo com ele, é muito mais negócio. E o atendimento sempre de primeira. E se for algum procedimento absurdamente caro, aí é porque você já tá pela bola sete, talvez nem valha a pena gastar a grana acumulada.

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