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sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Verdadeiro Serviço Público

Por Thomas Sowell

"Universidades podem ensinar muitas habilidades valiosas, mas podem também alimentar muitas ilusões perigosas. Se você realmente deseja ser útil à sociedade, permita-a decidir qual o serviço no qual ela está disposta a gastar seu dinheiro conquistado com esforço".

Todos os anos, nesta época, os “grandes liberais” (nos EUA, os “liberais” são, em sua grande maioria, socialistas de vários matizes) apresentam-se diante dos graduandos de todo país, estimulando-os a fazerem a coisa mais nobre possível: tornarem-se grandes liberais de governo.

Não é exatamente o que dizem suas palavras, claro. Oradores de formaturas expressam grande reverência pelo “serviço público”, distinguindo-o assim da mesquinha “cobiça” da iniciativa privada. Normalmente não sentem o menor sinal de constrangimento neste tipo de auto-celebração de suas próprias carreiras sobre as demais, que nos fornecem a comida que comemos, as casas onde vivemos, as roupas que vestimos, os serviços médicos que curam nossas doenças e salvam nossas vidas.

O que eu gostaria de ver seria alguém com coragem suficiente para dizer àqueles graduandos: você gostaria de ser útil e prestimoso ao seu próximo? Então deixe os outros dizerem o que precisam – não com palavras, mas alocando seu dinheiro onde a sua necessidade demanda.

Você quer ver mais pessoas usufruindo melhores moradias? Construa-as! Torne-se um construtor ou um empreendedor imobiliário. Você pode suportar o deboche e o desdém dos seus colegas de classe e dos professores, a quem a simples palavra – empresário - causa repulsa.

Você gostaria de ver mais coisas se tornarem mais acessíveis para mais pessoas? Imagine meios mais eficientes de produzi-las ou maneiras mais eficientes de fazê-las chegar aos consumidores a um custo menor.

Isso foi o que fez um homem chamado Sam Walton ao criar o WalMart, uma benção para pessoas de baixa renda e um estorvo inexplicável para a “intelligentsia”. No processo, Sam Walton se tornou um homem rico. Teria sido essa a “cobiça” que você ouviu seus colegas e professores denunciarem tão confiantemente como perniciosa? Se foi, então foi essa mesma “cobiça” que repetidamente baixou os preços e elevou o padrão de vida dos americanos.

No princípio do século XX, apenas 15% das famílias americanas tinham vasos sanitários em suas casas. Não chegava a 25% os que tinham água corrente. Apenas 3% tinham eletricidade e 1% tinham aquecimento central. Apenas uma família em cem tinha um automóvel.

Em 1970, a grande maioria das famílias americanas vivendo em estado de pobreza tinha vasos sanitários, água corrente e eletricidade. Ao final do século passado, mais americanos estavam conectados à internet do que estavam conectados ao sistema de água ou de esgoto no início do século.

Mais famílias têm ar condicionado hoje do que tinham eletricidade então. Hoje, mais da metade das famílias com renda abaixo do nível oficial de pobreza possuem um automóvel ou um caminhão e têm um forno microondas.

Isso tudo não aconteceu por conta dos políticos, burocratas, ativistas ou outros em “serviços públicos” que querem que você admire. Nenhuma nação jamais venceu o caminho da pobreza à prosperidade através da retórica e da burocracia.

Foi Thomas Edson quem nos trouxe a eletricidade, não o Sierra Club. Foram os irmãos Wright que nos levaram a voar, não a Administração Federal de Aviação (FAA). Foi Henry Ford que acabou com o isolamento de milhões de americanos, ao fabricar um carro a preço acessível, não Ralph Nader.

Os que mais ajudaram realmente os mais pobres não foram os que andaram em público expressando sua “compaixão” por eles, mas sim os que encontram meios de tornar a indústria mais produtiva e a distribuição mais eficiente, para que os pobres de hoje consigam adquirir coisas que os afluentes de ontem podiam apenas sonhar em ter.

Esses lugares maravilhosos que se espera que você vá para fazer o “serviço público” são tão blindados contra o brutal choque da realidade quanto o ambiente em que você esteve, na universidade, nestes últimos quatro – ou seis? – anos. Nestes pequenos casulos, o que importa é você falar o que se fala. Os que se expõem ao mercado têm que caminhar ao aberto.

Universidades podem ensinar muitas habilidades valiosas, mas podem também alimentar muitas ilusões perigosas. Se você realmente deseja ser útil à sociedade, permita-a decidir qual o serviço no qual ela está disposta a gastar seu dinheiro conquistado com esforço.


http://www.JewishWorldReview.com
The Real Public Service
Tradução: FDR

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