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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cara-de-pau: Sérgio Cabral justifica CPMF com recordes de arrecadação da Receita Federal.

Cabral: volta da CPMF não é má gestão haja vista os recordes de arrecadação tributária. Ei, mas não é o contrário?

Por Klauber Cristofen Pires



No dia 05 de setembro de 2011, o governador Sérgio cabral, do Rio de janeiro, declaou que "a extinção da CPMF foi uma covardia e fez muito mal, não ao governo Lula, mas ao povo brasileiro". Da sua própria boca pode-se constatar a sua índole totalitalista, vez que preza em primeiro lugar o culto à personalidade do "grande líder", como se a sociedade brasileira tivesse de aconselhar-se com Lula ou pedir a sua permissão sobre o que ele pensa antes de tomar as suas decisões que dizem respeito a si mesmas. 

Como um hábil inversor de causa e efeito, disparou esta: 

"Ele discorda da avaliação de que o problema é mais da incapacidade de gerir o sistema público de saúde do que de um novo imposto, já que a Receita Federal tem registrado, mês a mês, recordes na arrecadação e o governo federal tem obtido sucessivos superávits primários.

Ora, ora, senão vejamos: a Receita Federal tem obtido mês a mês sucessivos recordes de arrecadação, e isto é a prova de que a falta de recursos para a saúde não é um problema de gestão... Como é que é, Dr. Cabral? Mas que cara-de-pau! Haja óleo de peroba! Imagine alguém justificar uma coisa com um fato que é justamente a prova da sua própria falta de justificativa, ou melhor dizendo, com o fato que é a justificativa do contrário desta coisa!

Se o Brasil tem obtido sucessivos recordes de arrecadação e de superavit primário, então o dinheiro deveria começar a aparecer aqui neste hospital, ali naquele posto de saúde, lá naquela praça, acolá naquela escola, e portanto, a alegada falta de recursos não poderá significar outra coisa que não a péssima gestão pública, de que o próprio Cabral é exemplo dos mais concretos: afinal, para patrocinar o movimento gay nunca faltou dinheiro, mas para os bombeiros e para o bondinho de Santa Tereza...

O estado brasileiro consome hoje praticamente 40% de toda a riqueza produzida neste país. O que sobra serve para os brasileiros se virarem para resolverem todas as demais necessidades da vida que não estão sob a órbita governamental. Vamos ilustrar isto com uma visão breve da ordem das coisas no mundo concreto:
Olhemos como funciona um carro: em primeiro lugar, ele possui um equipamento chamado central de controle, ou qualquer nome parecido. Ali são coletados todos os dados vindos de vários sensores instalados em locais apropriados para um pequeno computador tomar as decisões de modo a ordenar a quantidade de combustivel e de ar, o avanço dos cames, as centelhas das velas de ignição, o arrefecimento do motor, a lubrificação adequada, e quaisquer outras decisões que forem necessárias, segundo o modelo de automóvel.  Em seguida, temos o motor propulsor e todos os demais equipamentos que ajudam a fazê-lo entrar em funcionamento ou que perfazem alguma outra função qualquer. Por fim, temos o habitáculo reservado aos passageiros e o porta-malas.

Ao fazermos uma comparação lúdica de um carro com a sociedade, veremos que neste primeiro a central de controle faz o papel do governo; que o motor propulsor e demais equipamentos fazem o papel da sociedade, especialmente a sua parcela produtiva, e que o habitáculo dos passageiros e o porta-malas, por assim dizer, representa o fruto do trabalho desta sociedade, isto é, a soma do que ela é capaz de produzir. 

Se alguém se der ao trabalho de buscar a central de controle, poderá constatar que se trata de um objeto  que tem mais ou menos o tamanho de uma embalagem de CD, enquanto  o motor propulsor e demais equipamentos ocupam o espaço sob o capô, enquanto que o PIB do carro está em sua capacidade de carregar, digamos cinco passageiros e uma quantidade qualquer de bagagem. 

Façamos o seguinte, agora: vamos inverter os lugares: a central de controle passa a ocupar o espaço dos passageiros do bagageiro e vice-versa. O que teríamos? Certamente, um tipo novo de carro, mas desta vez bastante inviável, não é? Alguém poderia conceber um automóvel de uma tonelada ou mais que fosse capaz de transportar somente o conteúdo que pudesse caber em um envólucro do tamanho de uma caixinha de CD?

A piadinha acima é engraçadinha, mas nem por isto menos apropriada. Com efeito, quanto mais o estado brasileiro nos impõe impostos, mais se nos toma do nosso PIB, e o pior, para fazer cada vez menos. Se hoje compararmos o estado brasileiro a um automóvel, poderemos verificar que a "central de controle" ocupa metade dos bancos disponíveis e mais uma boa parte do porta-malas. Será que podemos ver agora o absurdo?

No dia em que o governo se livrar de todos os seus corruptos; de todos os seus DAS criados só para albergar os companheiros derrotados na urnas; de tantos ministérios e órgãos absolutamente aspones; de tanto dinheiro jorrado para o MST e milhares de ONG's chupa-cabras; aí então eu vou me dar ao trabalho de considerar a real necessidade da criação de mais um imposto. No momento, isto se me afigura mais como o jovem filho mimado que alega não poder estudar porque precisa de um tênis de marca novo.

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