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terça-feira, 20 de março de 2012

Aonde nos levam as extravagâncias


As coincidências, as mais das vezes, são na verdade a confluência de vários fatores que culminam no desastre.
Por Klauber Cristofen Pires


Bastou um extrato junto ao Detran do Rio de Janeiro para que constatasse um histórico de delitos cometidos por Thor Batista, a maioria, olhem lá, por excesso de velocidade.
Não vou eu aqui sustentar que tenha sido ele o culpado pela morte de Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, na Rodovia Washington Luís, na altura de Xerém, na Baixada Fluminense. Pode ter sido o ciclista. Os ciclistas também cometem muitas imprudências.
Não obstante, a vida tem me ensinado que as coincidências, as mais das vezes, são na verdade a confluência de vários fatores que culminam no desastre. Thor Batista, ao que parece, não possui uma reputação ilibada no assunto, de modo que as suspeitas contra seus argumentos são consideráveis.
Não há muito, uma grande revista de atualidade fez uma reportagem justamente sobre uma nova geração de milionários que não se sentem envergonhados pela riqueza auferida. Salvo engano, numa destas aparece justamente a foto de Eike Batista exibindo um de seus belos carros...numa das salas de sua mansão...
Como um liberal, nada tenho contra a fortuna do pai do rapaz; pelo contrário, assumindo aqui aprioristicamente que tenha sido toda ela adquirida do trabalho honesto, louvo-a.
Como um conservador, no entanto, percebo os males que as extravagâncias causam às pessoas que ascendem socialmente, turvando-lhes a razão, o equilíbrio, o senso de justiça e de humanidade.
Em uma sociedade livre, a riqueza não constitui pecado, porque advém da competência em servir aos concidadãos. Porém, fazem-se necessários os modos suavizados, o comedimento e a frugalidade, especialmente em um país onde a maioria do povo é muito pobre.
Há empresários muito ricos que não abrem mão dos chamados “valores tradicionais da classe média” e vamos adicionar aqui o que qualquer petista diria...”burguesa”, no que importa à educação de seus filhos. Presto minha adesão à filosofia que abraçam.
Meu caro leitor, se você tem um bom padrão de vida, agradeça a Deus e aqueles que a patrocinam (seus clientes, por exemplo), e curta a vida o quanto puder. Mesmo passeando ou fazendo festas, você ajuda alguém, porque paga por tais confortos. Todavia, viva com os olhos enternecidos pela honesta compaixão; com a mente alerta para os exageros, e com a razão inviolável contra todos os males da alma.






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