Páginas

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sem limites para o absurdo: Projeto obriga filmes nacionais nas escolas


Em breve, todas as escolas brasileiras do ensino fundamental e médio, isto é, as públicas e as privadas,  serão obrigadas a reservar duas horas mensais de exibição de filmes nacionais: é a educação a passos largos para o brejo!

Por Klauber Cristofen Pires


Olhem que sinecura! Imagine você criar um negócio no qual as pessoas são obrigadas a comprar seus produtos! 

Estamos diante da ditadura dos produtores cinematográficos: Não basta-lhes os financiamentos a fundo perdido da Ancine, nem mesmo o mercado consumidor obrigatório das tv's pagas; agora até mesmo as escolas terão de pagar para exibir suas suas nauseabundas películas. 

A educação brasileira merece todos os créditos por seus sinceros esforços em se tornar a pior do mundo: nossas crianças formam-se sem saber fazer as quatro operações matemáticas básicas; metade delas desconhece onde fica o Brasil; ensinam-lhes que escrever errado é o certo; recebem intenso assédio sexualista; e agora, estão à mercê de suportar os indigestos filmes nacionais, onde a tônica será a doutrinação ideológica e o efeito colateral a disseminação dos palavrões e baixarias. 

A autoria desta extrema ridicularia vem do senador Cristovam Buarque (PDTDF), na forma do PL 7507/2010 (alguma surpresa?), e já foi aprovado por unanimidade pela CEC (Comissão de Educação e Cultura). Neste momento, está tramitando na CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania). 

Não se esperam modificações profundas em sua proposta, até mesmo porque é bastante lacônica, consistindo apenas de um parágrafo aditivo ao artigo 26 da Lei 9394/96, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, com a seguinte redação:  "A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais.” 

Para quem duvida das intenções dos legisladores em incutir a doutrinação ideológica, basta conferir o que afirma o  senador Buarque em seu site: “o cinema é a arte que mais facilidade apresenta para ser levada aos alunos nas escolas” e que “os jovens que não têm acesso a obras cinematográficas ficam privados de um dos objetivos fundamentais da educação: o desenvolvimento do senso crítico”.(Band - os grifos são meus.

Um comentário:

  1. Surfista Prateadomaio 21, 2012 12:23 PM

    Esse é o futuro das cotas... Ainda seremos, pessoas físicas e jurídicas, a contratar cotistas, porque apenas as cotas nas faculdades não serão suficientes.

    ResponderExcluir

Olá! Seja benvindo! Se você deseja comunicar-se, use o formulário de contato, no alto do blog. Não seja mal-educado.