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sexta-feira, 15 de março de 2013

Quem realmente ama


 Quem realmente ama, da vida nada quer além de viver esse amor.
João Bosco Leal 


Mesmo que simplesmente por instinto de preservação da espécie, desde a juventude, todo ser humano está em busca de um grande amor, com quem possa constituir uma família e envelhecer junto.

Durante essa busca, surgem pessoas bastante diferentes, oriundas de diversos locais, com graus de educação, instrução, posições econômica e social totalmente distintas das suas.

Bastante comuns, as mentiras, deslealdades e traições, quando descobertas, não permitem a sobrevivência de nenhum relacionamento sadio. Por estes motivos, sempre fui e serei um apaixonado pela transparência e lealdade em tudo, o que certamente dificulta as tentativas e, consequentemente, os acertos.

Mas a continuidade das buscas aumenta as possibilidades dos relacionamentos serem mais duradouros, abrindo a possibilidade esperada de uma paixão se transformar em amor.

É o que me faz estar sempre buscando, pois a vida, a honestidade, o trabalho e as mulheres, admito, são minhas grandes paixões.

Desde a infância são elas - as mães -, que nos transmitem os primeiros ensinamentos e o aprendizado, nossos maiores tesouros, pois aqueles que aprenderam mais sempre terão maiores chances.

Tenho paixões ideológicas e por alguns hobbies - como as motos -, mas com as mulheres, mesmo aquelas da infância e juventude, a intensidade com que costumo viver minhas paixões é sempre enorme, vibrante, o que me torna um eterno apaixonado, encantado por elas.

Apesar de algumas experiências piores e independentemente do tempo que duraram, não me arrependo das paixões que tive por nenhuma das mulheres que passaram por minha vida.

Com todas pude aprender algo e mesmo que a convivência não tenha continuado, valeu a pena pela experiência que pude adquirir.

Cada uma me mostrou seus erros e acertos e apontou os meus, de modo que, corrigindo aqueles em que concordava estar errado, e evitando aproximação de pessoas que possuíam os mesmos da anterior, pude ao menos tentar melhorar a cada novo relacionamento.

Penso que devemos continuar buscando, nos apaixonando, mesmo que na maioria das vezes errando, até encontrarmos o amor que tanto desejamos.

Apesar de hoje eu ser, praticamente, um sexagenário, confesso que, até agora, só por uma pessoa senti esse amor verdadeiro, maduro e profundo, tão maravilhoso, sublime, que só quem já o viveu pode descrever.

Nele não há cobranças, segredos ou dúvidas, mas transparência, cumplicidade, amizade, carinho e liberdade. A integração é tanta que não há lugar para a palavra “eu”, mas só para “nós”. Os planos, ideias, projetos, dúvidas, medos e aflições são totalmente compartilhados.

Quem já viveu algo assim não aceita mais uma relação onde isso não ocorra. Procura alguém que queira viver o mesmo ou algo ainda maior, o que torna a nova busca quase impossível.

É raro encontrar um amor verdadeiro, mas a procura é deliciosa e mesmo com os erros, sentimos, aprendemos, vivemos e a recompensa, quando o encontramos, surge em forma de milhares de emoções fascinantes.


* Jornalista e empresário

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