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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Do Leitor

Colaboração V. Camorim

Isto é capitalismo. Cosanpa, socialismo. 

Empresa vai extrair água do ar da Amazônia
Garrafinha de 250 ml da Ô Amazon Air Water custará € 6,5 (cerca de R$ 20). Cerca de 95% da produção será destinada a mercado de luxo na Europa
Água é produzida a partir de geradores, que condensam umidade do ar da floresta.
O 'raio gourmetizador', como brincam os usuários das redes sociais com a moda dos produtos cercados por cuidados mercadológicos, terá a partir de março uma pequena, mas já ilustre participante: uma marca de água mineral retirada não de debaixo da terra, mas da atmosfera da floresta amazônica. A Ô Amazon Air Water, de 250 ml, terá preço sugerido de aproximadamente 20 reais, ou para ser preciso, 6,5 euros.
Isso porque 95% da produção terá como destino o mercado europeu, onde será distribuído para 200 pontos de venda de luxo, como o hotel FOUR SEASONShttps://blu177.mail.live.com/Handlers/ImageProxy.mvc?bicild=&canary=BLc8sJiCKg%2fsKUeWXZa6hnxs6IAatfkwj3CeRhvuE0k%3d0&url=http%3a%2f%2fcdncache1-a.akamaihd.net%2fitems%2fit%2fimg%2farrow-10x10.png de Lisboa. Os 5% restantes serão reservados para o consumidor brasileiro, vendidos em um e-commerce da marca e por uma flagship store, ou loja conceito, prevista para ser anunciada em julho e, certamente, ocupando um endereço chique da cidade de São Paulo, como o Jardim Europa, por exemplo.
Um grupo formado por quatro empresários brasileiros é responsável pela ideia. Já experimentados no empreendedorismo, eles aportaram 20 milhões de reais na empresa A2BR, que abriga a marca Ô Amazon. Outros 10 milhões de reais estão previstos para os próximos 12 meses, dinheiro destinado para o início da produção (na segunda quinzena de março), estratégias de marketing e comunicação, além do subsídio ao mercado na primeira leva a ser exportada.
"Nossa estratégia de abordagem de mercado é financiar a primeira compra do nosso cliente", diz o sócio Cal Junior, que em dez anos estima um retorno de 100 milhões em lucros. "A ideia por trás dessa estratégia é selecionar nossos revendedores", acrescenta. 
Instalados em uma casa com perfil de sede de startup na cidade de São Paulo, os quatro empresários mantêm um parque fabril de 1,75 milhão de metros quadrados às margens do Rio Negro, na Amazônia. É lá, no espaço concedido por 30 anos pela prefeitura de Barcelos, que eles instalaram duas máquinas que se parecem com grandes geradores de eletricidade, e que serão responsáveis por condensar a umidade do ar da floresta, fazendo a água passar por filtros e equipamentos de mineralização.
Potencial - O processo é similar ao do aparelho de ar-condicionado, que desumidifica o ar e, em seguida, devolve o ar refrigerado, eliminando a água. Nesse caso, como o objetivo não é a climatização do ambiente, e sim gerar água potável, todo o potencial da máquina está voltado para o desempenho de condensação e posteriores filtragem, mineralização e engarrafamento. Uma simples máquina, feita com exclusividade na China, é capaz de produzir 5 mil litros de água por dia.
"As pessoas nos perguntam qual será o impacto da produção na Amazônia e eu digo que é zero. É como tirar um copo de água de uma piscina olímpica, sendo que durante a noite, a natureza trata de restituir a perda", afirma o sócio e diretor financeiro do negócio, Ricardo Rozgrin. "Vai ser a água de luxo mais exclusiva do mundo", diz Cal Júnior, outro sócio. 

Com embalagem de vidro e uma tampa com resina de amido de milho, repleta de sementes, a proposta é que o cliente depois plante a tampa e compartilhe a informação com a marca e demais consumidores por meio de um aplicativo para smartphones. "Nosso projeto é totalmente sustentável, da embalagem de vidro à energia elétrica da fábrica, 100% solar", afirma Cal.  

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