Paradoxo da inteligência
Por Armando Soares
Às vezes
me pergunto por que fico perdendo tempo com esse cenário político brasileiro
imundo que está conduzindo o Brasil para o caos? Subconscientemente
estou querendo dar continuidade aos meus negócios, cuidando da minha família e
dos políticos para que os políticos não destruam os meus negócios e a minha
família. O que está acontecendo no Brasil é que os políticos tudo estão fazendo
para destruir o Brasil, levando de roldão os meus negócios e jogando a minha
família na desgraça, assim como todas as famílias brasileiras. Esta é a razão
porque devo lutar contra a politicagem, como acredito que todos os brasileiros
devem lutar, exceto os desajustados, os anormais, os que estão do lado da
desgraça e da lama pútrida.
A
estupidez humana não tem fim e é fator do atraso de alguns povos. Alguns povos
mais espertos e práticos escolhem bons caminhos e se desenvolvem garantindo
qualidade de vida as pessoas, outros menos espertos e atraídos pelo canto
enganoso de intelectuais adoradores do ego ficam travados e atrasam o avanço da
civilização. O assunto desse artigo é o papel do intelectual e do empreendedor
no mundo.
O termo
intelectual deriva do latim tardio intellectualis, adjetivo que indica aquilo
que, em filosofia, diz respeito ao intelecto na sua atividade teórica, ou seja,
separado da experiência sensível - esta considerada como de grau cognitivo
superior. Na concepção aristotélica, eram definidas, como intelectuais,
virtudes como ciência, sapiência, inteligência e arte, as quais permitiriam à
"alma intelectiva" - distinta da "alma vegetativa" e da
"alma sensitiva" e entendida como princípio vital do Homem - alcançar
a verdade. No campo da metafísica, o termo indicava a abstração, em
contraposição à concretude e à materialidade.
Contemporaneamente,
a definição do intelectual é geralmente construída pelos próprios intelectuais
e segundo suas respectivas concepções, o que resulta em várias abordagens e
definições do termo. Autores como Norberto Bobbio e Bernard-Henri Lévy
concordam em pelo menos um aspecto: o intelectual se define social e
historicamente, segundo o papel das ideias em uma dada sociedade. Segundo
Bobbio, "toda sociedade em todas as épocas teve seus intelectuais ou, mais
precisamente, um grupo mais ou menos amplo de pessoas que exercem o poder
espiritual ou ideológico, em oposição ao poder temporal ou político."
A
maioria dos intelectuais se inclina para o comunismo achando que o comunismo
(do latim communis - comum, universal "coisa pública", segundo
Platão) pode melhorar o mundo. Comunismo é uma ideologia política e
socioeconômica, que acredita que pode promover o estabelecimento de uma
sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade
comum dos meios de produção. Os intelectuais que vem insistindo sua implantação
no mundo partindo do pressuposto de que existe no mundo ser humano evoluído a
tal ponto que amam o próximo como a si mesmo. Ora, homem ainda é uma besta egoísta
incorrigível que só conseguiu viver em relativa paz e harmonia em sociedade após
a criação de um Estado que aplica leis reguladoras e punitivas para conter a
sua bestialidade. Se Jesus, com todos os seus poderes não conseguiu transformar
o ser humano, não será um intelectual egoísta qualquer que poderá conseguir. Entretanto,
esse intelectual conseguiu estimular o ódio entre os povos e provocar o
assassinato de milhões de pessoas, o que prova a bestialidade humana. O
intelectual adorador do seu ego satânico encontra campo em regiões atrasadas e
constituí fator de atraso econômico e social como é o caso do Brasil que tem um
cenário social degradante onde se digladiam negros, índios, pardos e brancos
sob os olhares distantes, em escritórios luxuosos insensatos e criminosos
intelectuais.
O
intelectual político é só ego. Ego, por definição, é a imagem que cada um tem
de si próprio. O ego é o eu, a essência de cada um. É ele que determina a
personalidade do indivíduo. Em outras palavras, o ego é aquilo que dá ao
indivíduo a capacidade de diferenciar a realidade dos seus processos interiores
e daquilo o que ele gostaria que fosse a realidade. Ele permite que cada um
possa se perceber como um ser excepcional. O ego do cientista e do empreendedor
é diferente do ego do intelectual. O ego do intelectual é destruidor e o ego do
cientista e do empreendedor é construtivo. Os intelectuais através de seus egos
geram revoluções, conflitos, guerras que sacrificam milhões de vidas inocentes.
O ego dos cientistas e dos empreendedores gera qualidade de vida e
desenvolvimento. São exemplos entre muitos desses intelectuais Karl Max e
Antonio Gramsci. Karl Marx está na frente da URSS, da China comunista, de Cuba
comunista e outros países comunistas geradores de escravidão, de atraso
econômico e de outras mazelas sociais e econômicas. Antonio Gramsci é produto
de uma família com o seguinte perfil: em 9 de agosto de 1898, seu pai foi preso
sob a acusação de peculato, concussão e falsidade ideológica e, em 27 de
outubro de 1900, foi condenado à pena mínima de 5 anos, 8 meses e 22 dias de
cadeia, com a atenuante do pequeno valor, pena que seria cumprida em Gaeta. Sem
poder contar com os ganhos do pai, a família Gramsci viveu anos de extrema
miséria, que a mãe enfrentou vendendo sua herança e trabalhando como
costureira. O ego de Gramsci respondeu adotando o comunismo, um modelo
maquiavélico que hoje faz parte da estratégia do novo comunismo que abandonou a
força e penetra nas instituições e na igreja para em seguida dar o bote venenoso
e dominador.
O
capitalismo não tem um ou mais intelectuais determinando suas ações, tem
milhares de cientistas e milhões de empreendedores produzindo bens e alimentos
para bilhões de pessoas no mundo e gerando desenvolvimento, renda e emprego.
Uma diferença brutal que prova a nocividade do comunismo e de seus princípios.
Enquanto
os intelectuais travam o desenvolvimento do Brasil, a iniciativa privada, de
modo efetivo, retira pessoas da pobreza e dignifica a vida. Não devemos
esquecer que ao longo da história da humanidade, as condições humanas foram de
penúrias e pobreza abjetas, período em que reis, príncipes e ordens religiosas
vivam melhor que o resto de humanos. Mas, mesmo considerando o padrão de vida
desse pessoal, seu padrão de vida era algo pouco acima da subsistência. Por
milhares de anos assim era a vida dos humanos. Em menos de trezentos anos atrás
a vida começou a mudar, primeiro na Europa e depois na América do Norte. Há
apenas 200 anos 95% da população mundial vivia na pobreza, sendo que 85% viviam
na pobreza abjeta. Em 2015, menos de 10% da humanidade vivem em pobreza abjeta,
um avanço extraordinário principalmente se levado em consideração o insucesso
do regime comunista que arrebentou com os países que compunham a União
Soviética, a China e os demais países que abraçaram o comunismo todos falidos.
Quem
promoveu esse extraordinário avanço foi o capitalismo, foi a livre iniciativa,
foram os cientistas e os milhões de empreendedores. Enquanto o regime comunista
produzia bens caros e mal elaborados, o regime capitalista produzia bens
baratos para pobres, classe média e rica. Foi o capitalismo que associado à
criatividade tecnológica que contrariou Malthus. As fábricas capitalistas passaram a empregar
os pobres ociosos advindos do meio rural que passaram a produzir alimentos em
quantidade suficiente para alimentar uma população mundial crescente. Tivesse o
mundo nas mãos do comunismo grande parte da população mundial teria morrido de
fome.
O
comunismo pelas razões expostas é um paradoxo da inteligência, contraria a
realidade histórica, o bom senso e dá valor a intelectuais egocêntricos e
criminosos em potencial.
Armando Soares – economista
e-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com
Soares é articulista de Libertatum
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