quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Paradoxo da inteligência

Por Armando Soares

                Às vezes me pergunto por que fico perdendo tempo com esse cenário político brasileiro imundo que está conduzindo o Brasil para o caos? Subconscientemente estou querendo dar continuidade aos meus negócios, cuidando da minha família e dos políticos para que os políticos não destruam os meus negócios e a minha família. O que está acontecendo no Brasil é que os políticos tudo estão fazendo para destruir o Brasil, levando de roldão os meus negócios e jogando a minha família na desgraça, assim como todas as famílias brasileiras. Esta é a razão porque devo lutar contra a politicagem, como acredito que todos os brasileiros devem lutar, exceto os desajustados, os anormais, os que estão do lado da desgraça e da lama pútrida.

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                A estupidez humana não tem fim e é fator do atraso de alguns povos. Alguns povos mais espertos e práticos escolhem bons caminhos e se desenvolvem garantindo qualidade de vida as pessoas, outros menos espertos e atraídos pelo canto enganoso de intelectuais adoradores do ego ficam travados e atrasam o avanço da civilização. O assunto desse artigo é o papel do intelectual e do empreendedor no mundo.

O termo intelectual deriva do latim tardio intellectualis, adjetivo que indica aquilo que, em filosofia, diz respeito ao intelecto na sua atividade teórica, ou seja, separado da experiência sensível - esta considerada como de grau cognitivo superior. Na concepção aristotélica, eram definidas, como intelectuais, virtudes como ciência, sapiência, inteligência e arte, as quais permitiriam à "alma intelectiva" - distinta da "alma vegetativa" e da "alma sensitiva" e entendida como princípio vital do Homem - alcançar a verdade. No campo da metafísica, o termo indicava a abstração, em contraposição à concretude e à materialidade.

                Contemporaneamente, a definição do intelectual é geralmente construída pelos próprios intelectuais e segundo suas respectivas concepções, o que resulta em várias abordagens e definições do termo. Autores como Norberto Bobbio e Bernard-Henri Lévy concordam em pelo menos um aspecto: o intelectual se define social e historicamente, segundo o papel das ideias em uma dada sociedade. Segundo Bobbio, "toda sociedade em todas as épocas teve seus intelectuais ou, mais precisamente, um grupo mais ou menos amplo de pessoas que exercem o poder espiritual ou ideológico, em oposição ao poder temporal ou político."

                A maioria dos intelectuais se inclina para o comunismo achando que o comunismo (do latim communis - comum, universal "coisa pública", segundo Platão) pode melhorar o mundo. Comunismo é uma ideologia política e socioeconômica, que acredita que pode promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção. Os intelectuais que vem insistindo sua implantação no mundo partindo do pressuposto de que existe no mundo ser humano evoluído a tal ponto que amam o próximo como a si mesmo.  Ora, homem ainda é uma besta egoísta incorrigível que só conseguiu viver em relativa paz e harmonia em sociedade após a criação de um Estado que aplica leis reguladoras e punitivas para conter a sua bestialidade. Se Jesus, com todos os seus poderes não conseguiu transformar o ser humano, não será um intelectual egoísta qualquer que poderá conseguir. Entretanto, esse intelectual conseguiu estimular o ódio entre os povos e provocar o assassinato de milhões de pessoas, o que prova a bestialidade humana. O intelectual adorador do seu ego satânico encontra campo em regiões atrasadas e constituí fator de atraso econômico e social como é o caso do Brasil que tem um cenário social degradante onde se digladiam negros, índios, pardos e brancos sob os olhares distantes, em escritórios luxuosos insensatos e criminosos intelectuais.

                O intelectual político é só ego. Ego, por definição, é a imagem que cada um tem de si próprio. O ego é o eu, a essência de cada um. É ele que determina a personalidade do indivíduo. Em outras palavras, o ego é aquilo que dá ao indivíduo a capacidade de diferenciar a realidade dos seus processos interiores e daquilo o que ele gostaria que fosse a realidade. Ele permite que cada um possa se perceber como um ser excepcional. O ego do cientista e do empreendedor é diferente do ego do intelectual. O ego do intelectual é destruidor e o ego do cientista e do empreendedor é construtivo. Os intelectuais através de seus egos geram revoluções, conflitos, guerras que sacrificam milhões de vidas inocentes. O ego dos cientistas e dos empreendedores gera qualidade de vida e desenvolvimento. São exemplos entre muitos desses intelectuais Karl Max e Antonio Gramsci. Karl Marx está na frente da URSS, da China comunista, de Cuba comunista e outros países comunistas geradores de escravidão, de atraso econômico e de outras mazelas sociais e econômicas. Antonio Gramsci é produto de uma família com o seguinte perfil: em 9 de agosto de 1898, seu pai foi preso sob a acusação de peculato, concussão e falsidade ideológica e, em 27 de outubro de 1900, foi condenado à pena mínima de 5 anos, 8 meses e 22 dias de cadeia, com a atenuante do pequeno valor, pena que seria cumprida em Gaeta. Sem poder contar com os ganhos do pai, a família Gramsci viveu anos de extrema miséria, que a mãe enfrentou vendendo sua herança e trabalhando como costureira. O ego de Gramsci respondeu adotando o comunismo, um modelo maquiavélico que hoje faz parte da estratégia do novo comunismo que abandonou a força e penetra nas instituições e na igreja para em seguida dar o bote venenoso e dominador.

                O capitalismo não tem um ou mais intelectuais determinando suas ações, tem milhares de cientistas e milhões de empreendedores produzindo bens e alimentos para bilhões de pessoas no mundo e gerando desenvolvimento, renda e emprego. Uma diferença brutal que prova a nocividade do comunismo e de seus princípios. 

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Enquanto os intelectuais travam o desenvolvimento do Brasil, a iniciativa privada, de modo efetivo, retira pessoas da pobreza e dignifica a vida. Não devemos esquecer que ao longo da história da humanidade, as condições humanas foram de penúrias e pobreza abjetas, período em que reis, príncipes e ordens religiosas vivam melhor que o resto de humanos. Mas, mesmo considerando o padrão de vida desse pessoal, seu padrão de vida era algo pouco acima da subsistência. Por milhares de anos assim era a vida dos humanos. Em menos de trezentos anos atrás a vida começou a mudar, primeiro na Europa e depois na América do Norte. Há apenas 200 anos 95% da população mundial vivia na pobreza, sendo que 85% viviam na pobreza abjeta. Em 2015, menos de 10% da humanidade vivem em pobreza abjeta, um avanço extraordinário principalmente se levado em consideração o insucesso do regime comunista que arrebentou com os países que compunham a União Soviética, a China e os demais países que abraçaram o comunismo todos falidos.
                Quem promoveu esse extraordinário avanço foi o capitalismo, foi a livre iniciativa, foram os cientistas e os milhões de empreendedores. Enquanto o regime comunista produzia bens caros e mal elaborados, o regime capitalista produzia bens baratos para pobres, classe média e rica. Foi o capitalismo que associado à criatividade tecnológica que contrariou Malthus.  As fábricas capitalistas passaram a empregar os pobres ociosos advindos do meio rural que passaram a produzir alimentos em quantidade suficiente para alimentar uma população mundial crescente. Tivesse o mundo nas mãos do comunismo grande parte da população mundial teria morrido de fome.

                O comunismo pelas razões expostas é um paradoxo da inteligência, contraria a realidade histórica, o bom senso e dá valor a intelectuais egocêntricos e criminosos em potencial.

Armando Soares – economista



Soares é articulista de Libertatum

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