Luz, empreendedorismo e governo.

Por Vanderli Camorim




O avião corre na pista e decola. São 5h da manhã. Ao decolar o avião inclina para a direita e posso ver a cidade de Belém ainda sob o manto da noite toda iluminada pela luz elétrica e me ponho a pensar: eis o trabalho de Thomas Edison. Ninguém dá a mínima, nem se dá o trabalho em pensar os benefícios que está invenção facilitada pelo capitalismo proporcionou a todos ajudando a mudar a face da Terra.  

A eletricidade não foi sua invenção. Mas foi seu gênio de empreendedor que tornou possível que esta facilidade elevasse o padrão de vida de toda a humanidade. Mas nem todos estimam que as coisas  são desta maneira. Não entendem que se trata de um bem e não de um direito de todos.

E é justamente no rastro deste pensamento que apoiaram a atitude do governo na sua nacionalização. Quem se permite pensar deste modo chegará inevitavelmente no ponto de achar que quem não a tem é porque alguém a impede de tê-la. E vem logo a figura do homem de negócio como o algoz do pobre... 

Não se dá conta que foi a desapropriação pelo governo que tornou difícil gozar das amenidades criadas pelo capitalista. Algo que veio melhorar, mas que nas mãos do governo opera na direção contrária. Isto também serve para o combustível, que tem causado muito transtorno. 

Um problema criado pelo governo dificilmente será resolvido por ele. Muito pelo contrário. Mas se vai culpar só o governo e os políticos por estas mazelas. Principalmente porque tudo isto é resultado de um modo de pensar - no qual a população está imersa até a alma, - que sempre olha na direção contrária do problema e a procura de solução se resume em apontar um bode expiatório. Estas coisas que tem mudado a nossa vida para melhor são produto do capitalismo e só sob ele pode continuar beneficiando a todos. 

Uma vez levadas à esfera do governo, o que denota a cega obediência aos dogmas do socialismo, não tem como funcionar e beneficiar a todos. O que se observa após a entrega ao governo desses bens é que grupos dele politicamente protegidos se beneficiam as expensas do resto da população. 

O que se pode observar sobretudo com o episódio do combustível é que o mercado dispõe e o governo indispõe. É de se perguntar se não chegou o tempo de se dispensar o governo dos assuntos econômicos e mantê-lo na segurança e na administração da justiça que é pelo qual se dá a razão de sua existência. Nesta função, governo faz bem a todos. Na economia, somente aos grupos dele protegidos politicamente.

O progresso de uma nação é condicionada por um tripé constituído de pessoas que poupam parte de seu consumo que vira capital, dos inventores e dos empreendedores. Todos são importantes mas só se tornam instrumento do desenvolvimentismo se contarem com a disposição do governo de não interferir em suas atividades, limitando-se à função de segurança. Mas se o governo não obedece este limite tudo corre perigo. 

A poupança é dilapidada e deixa de se tornar capital, os empreendedores perdem sua vitalidade e os inventores tem seus inventos tornados sem utilidade. A luz se apaga. E a sociedade começa a ser destruída.   

Vanderli Camorim
   


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