Observatório do Camorim
Combustível e Impostos
Por Vanderli Camorim
Essa crise, mais uma que o governo está passando, a que envolve os caminhoneiros o combustível e imposto, fez surgir as mais disparatadas explicações e ainda mais disparatadas são as reivindicações e ainda muito mais são as propostas.
A raiz do problema é a tentativa de sufocar o mercado, estrangulá-lo, eliminá-lo tirando-o da face da terra. Faz parte da crença mitológica dos marxistas, socialistas e intervencionistas de todos os tipos, de que a força do governo é capaz de fazer as coisas tomarem uma direção diferente da que o mercado, ou seja, da que o capitalismo daria.
O capitalismo se move pelo lucro, e isso aí é imoral. O governo pode aboli-lo. Só que isso não pode ser feito, sem que se pague o seu alto preço.
Getúlio Vargas considerou que o petróleo seria um bem de utilidade pública, uma bela desculpa para a nacionalização do petróleo. Já Castelo Branco acreditava que as estradas de ferro eram coisas obsoletas e que o futuro estava nas estradas e nas rodas dos caminhões. Entre os trilhos e a pista de rolagem ele preferiu esta última. Havia muitas vozes no passado que diziam, nos seus dois momentos, que não eram políticas adequadas, que existiam outras ações, que ambas não trariam a longo prazo os resultados desejados.
O nacionalismo levado a economia tem a propriedade de turvar a mentalidade do homem público que não presta atenção para as vantagens da cooperação internacional do trabalho.
Pela confusão que esta crise está causando parece que ninguém entendeu que isso é resultado de décadas de monopólio. Monopólio é o contrário de mercado competitivo. O Preço que é um fenômeno de mercado deixa de existir nessa situação. O governo só não fica cego de vez porque ele se orienta pelo preço internacional. E dele pode tirar uma indicação de preço nacional que entretanto jamais será o preço do mercado o que refletiria o verdadeiro preço.
Os economistas costumam chamar a esses preços de 'preços administrados', ou seja preço político.
O problema é que a economia a tudo está interligada. Não se pode mexer num tijolo que não afete toda a muralha.
Como todo cálculo econômico é baseado no preço de mercado expresso em moeda; sendo esta falsa resulta que todo edifício se tornará falso e um dia cairá.
Enquanto perdurar esta situação de monopólio esta crise não tem como chegar ao fim. A única coisa que os políticos, os governantes, tem que fazer é empurrar com a barriga, como fazem agora, jogando a conta para o consumidor final.
O remédio para isso seria o livre mercado, mas isso não passa pela cabeça de nenhum dos lados. A Petrobras é um monstro sagrado. Seu monopólio não pode ser tocado. Muito menos os impostos gerados por ele, pois o estado do Bem-Estar Social depende dele, senão de todo, pelo menos em grande parte.
Vanderli Camorim
vanderlicamorim@ig.com.br
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