(Hayek).
Por Armando Soares
O processo de desenvolvimento econômico supõe ajustes institucionais, fiscais e jurídicos, incentivos para inovações, empreendedorismo e investimentos, assim como condições para um sistema eficiente de produção, circulação e distribuição de bens e serviços à população.
O processo de desenvolvimento econômico supõe ajustes institucionais, fiscais e jurídicos, incentivos para inovações, empreendedorismo e investimentos, assim como condições para um sistema eficiente de produção, circulação e distribuição de bens e serviços à população.
Uma analogia ajuda a entender o
significado: quando uma semente se torna uma planta adulta, está exercendo um
potencial genético: em outras palavras, está desenvolvendo-se. Quando
qualificado pelo adjetivo "econômico", refere-se ao processo de
produção de riqueza material a partir do potencial dado pela disponibilidade de
recursos humanos e naturais e uso de tecnologia. No campo da economia, a
palavra "desenvolvimento" vem, normalmente, acompanhada da palavra
"capitalista", para mostrar que o desenvolvimento refere-se ao todo
social.
A célula ou a semente
desenvolvimentista agropecuária e florestal paraense começou a se desenvolver a
partir da chamada “Operação Amazônia”, programa de desenvolvimento criado e
implantado pelo governo do saudoso presidente Castelo Branco que buscava
despertar a Amazônia do sono secular do subdesenvolvimento, iniciativa que
rapidamente despertou e atraiu a iniciativa privada para as oportunidades de
investimentos na região. Os instrumentos usados pelo governo foram os
incentivos fiscais derivados de 50% da receita tributária da União em favor de
projetos e investimentos realizados na Amazônia, incentivos esses que coube a
administração a Superintendência de Valorização da Amazônia – SUDAM e do Banco
da Amazônia S.A – BASA, organismos de desenvolvimento e fomento criados na
ocasião. Através da “Operação Amazônia”, e da estrada Belém-Brasília foi que o
Pará começou a se libertar de uma prisão estagnadora e de uma solidão
territorial que separava a região paraense do resto do Brasil, impedindo a sua
integração ao resto do país. Através, portanto, desse despertar incentivado
pela política governamental vários municípios e núcleos produtivos
agropecuários foram criados em locais onde antes só havia uma floresta estéril
e uma economia extrativista antieconômica responsável pela pobreza crescente e
consequente subdesenvolvimento. Com a implantação de núcleos produtivos
agropecuários a fisionomia da econômica e social da região pouco a pouco foi se
modificando e novos municípios foram nascendo, o que prova e confirma a verdade
de que o modelo capitalista gera verdadeiramente desenvolvimento. Nesse novo
cenário econômico nascente se destaca os núcleos produtivos de florestas
plantadas, da palma de óleo, de citricultura, da pecuária, da avicultura, da
agricultura, do leite, da seringueira, do açaí, da mandioca, da fruticultura e
da aquicultura entre outros. Necessário destacar que todo o sucesso do setor
agropecuário paraense se deve ao acúmulo conhecimento de práticas agrícolas e
pecuárias, assim como da coragem dos produtores de enfrentar um gigantesco
desafio de substituir parte da floresta pela produção de alimentos e
matérias-primas, além do aproveitamento da madeira. Diante desse cenário
agropecuário vitorioso cabe aos produtores paraenses o privilégio de sugerir ao
governo paraense o melhor caminho para acelerar o desenvolvimento econômico do
Estado do Pará e a consolidação dos núcleos produtivos existentes. Diante deste
ação vitoriosa o governo paraense deveria criar um programa de apoio e
fortalecimento dos núcleos produtivos existentes, e criar em paralelo um programa
de incentivo para novos investimentos, antes ajustando o setor de meio ambiente
e fundiário que não funcionam, na realidade são espanta investidores, ou seja,
o governo paraense tem que priorizar a produção e deixar de lado o setor de
meio ambiente que diante do produtivo é apenas acessório.
Não se sabe por que o governo
paraense rejeita a colaboração e parceria da Federação da Agricultura e
Pecuária – FAEPA, especialista em desenvolvimento do setor agropecuário,
preferindo a colaboração do IMAZON e de determinados membros do Ministério
Público Federal, ambos refratários a consolidação da agropecuária e
consequentemente ao desenvolvimento do Pará. A FAEPA já deu demonstração em
várias oportunidades de colaborar com os seus conhecimentos para o desenvolvimento
do Estado do Pará. Numa das vezes oferecendo como contribuição para a política
ambiental pela primeira vez no Brasil um programa chamado de Desmatamento Zero, um pacto da sociedade
paraense para consolidação da fronteira aberta. O que objetivou a FAEPA: A
superação dos entraves ao desenvolvimento do agronegócio paraense; o estímulo
ao agronegócio paraense, através de um conjunto de oportunidades de
investimentos, baseado no potencial dos recursos regionais; e a dinamização da
economia como um todo, através de uma
sequência de processos produtivos que se inicia no segmento rural e se estende
aos segmentos industrial e de distribuição (comércio e serviços). Quais as
premissas do programa da FAEPA: Mudança da base produtiva tendo como eixo
dinâmico a inovação tecnológica e sua disseminação e a utilização eficiente dos
recursos naturais; base espacial – áreas já antropizadas (desmatamento zero);
Organização da produção – cadeias produtivas; Novo
Modelo de Pecuária - intensivo, rotacionado e sistemas integrados de produção
(silvoagropastoril); Reversão de 11milhões de hectares da área de pastagem para
agricultura e silvicultura; Floresta Nativa – ativo natural voltado à produção
de bens e serviços ambientais. Como se prova a iniciativa e o modelo de preservar
o meio ambiente partiu da visão maior dos produtores rurais. O que resultou
dessa proposta inovadora e honesta? Mais ação policialesca dos organismos
ambientais e caracterização do produtor como se inimigo fosse do meio ambiente.
De produtor de alimentos passou a ser bandido.
Num segundo momento, a FAEPA
provocada pelo governo para a realização de um pacto pela produção e emprego,
sob a justificativa de que “a atual situação econômica do Brasil aponta para o
agravamento do quadro recessivo, com uma retração do Produto Interno Bruto
combinado com um aumento da projeção da Taxa de Inflação para o ano 2015”, o
que nada mais é do que uma confissão da debilidade da economia paraense, a
FAEPA de pronto reuniu seus técnicos e diretores e elaborou um rol de sugestões
que considerou fundamental para que a economia paraense tivesse a dinâmica
necessária para enfrentar as trovoadas recessivas, sugestões que abrangiam as
áreas ambiental, de segurança, fundiária, essas os principais obstáculos não só
para garantir a sustentação econômica das células produtiva em operação, como
os ajustes também necessários para atrair novos investidores. Além dessas
áreas, a FAEPA sugeriu construções de ferrovias, abertura de canais, adequação
de hidrovias, construção de dispositivos de transposição, acessos e construção
de portos, pavimentação e construção de rodovias; sugestões para atração de
investimentos; redução do preço da energia e incentivos às potencialidades das
cadeias produtivas de palma de óleo, floresta plantadas, seringueira, mandioca,
fruticultura (cacau, açaí e cupuaçu), aquicultura, avicultura e rizicultura.
Pelo que consta nenhuma sugestão da FAEPA foi considerada e, se pergunta: quem
além das células produtivas pode oferecer sugestões mais factíveis senão os próprios
produtores? Voltamos a afirmar categoricamente que nenhum governo realiza o
desenvolvimento econômico, apenas o induz construindo a infraestrutura que é a
que falta no Pará para atrair investidores.
Esses os homens (produtores) que estão construindo o Pará e chamados de vilões.
Armando Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br
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