terça-feira, 21 de agosto de 2007

Responsabilidade Social? Não, Ação Humana!



Por Klauber Cristofen Pires

A exemplo do presidiário que preenche seu tempo e suas energias costurando bolas, e com isto distrai-se das agruras da vida de detento ao mesmo tempo em que, cansado da rotina de trabalho estafante, volta para a sua cela adiando qualquer plano de fuga, podem se considerar os empresários que aderem de corpo e alma a determinadas campanhas de responsabilidade social. Ignoram, ao colaborar com um projeto alheio, quais os seus objetivos últimos e para que fins emprestam os seus recursos.

Aproveitando o exemplo acima, cumpre lembrar que a boa fama pelo programa de recuperação dos presos é auferida, afinal, pelo diretor do presídio: ele é quem vai aparecer na entrevista da tv como sendo magnânimo, humanitário e genial; certo, os presidiários também podem vir a serem entrevistados, mas de uma maneira bem diferente, isto é, com a câmera apontada de cima para baixo, para transmitir aos telespectadores uma imagem de sua inferioridade, e o com um tom impresso pelo entrevistador que lhes extraia sentimentos tais como arrependimento e anseio pelo perdão, quando não também a alegria de poderem se redimir e diminuir as suas penas.

Pessimamente assessorados por uma geração inteira de administradores formados segundo teorias marxistas e keynesianas, que na vida profissional somente reproduzirão os cânones gramscistas de formação cidadã da futura sociedade socialista, permitem-se acreditar que investem na boa imagem de suas empresas, e devido a isto que aumentarão a aceitação de seus produtos por parte de um público consumidor cada vez mais exigente e “politicamente consciente”.

Bom, no que depender de mim, desistam, pois decido o que comprar medindo variáveis que eu conheço, tais como qualidade, preço, quantidade ou facilidades de pagamento. Não me permito comprar algum produto porque na tv determinada empresa alega que cuida de crianças carentes, patrocina a dança do boi-qualquer-coisa ou protege o mico-leão dourado, simplesmente porque, para mim, na condição de um consumidor varejista, é impossível medir o custo-benefício disso com base na oferta de um produto que se encontra na prateleira. Tampouco, desconheço quem, mesmo entre aqueles a quem sabidamente conheço como defensores públicos de tais políticas, ajam diferentemente quando de forma prosaica e baixando a vigília, visitam o supermercado ou a loja de departamentos, tal como já os flagrei.

Os alegados bens sociais não podem ser medidos, e não tenho como saber se a empresa age de forma eficiente ou não. Hipoteticamente, é possível que, para cuidar de uma creche com duzentas crianças, por exemplo, uma empresa extraia dos seus consumidores uma quantia tal que exceda em muito o custo necessário para este fim; uma quantia que poderia, a bem dizer, ser mais bem utilizada para o bem de mais crianças se fosse deixada na mão dos próprios consumidores, que poderiam decidir de per se como utilizá-la.

Ademais, não deixa de ser uma certa agressão ao direito de propriedade e de escolha do consumidor: já houve em minha vida determinadas instituições que pediram a minha colaboração,e eu, julgando a sua idoneidade, com algumas tenho colaborado, com outras deixei de colaborar e a outras mais nem sequer dei ouvidos. Idoneidade, portanto, também não é uma característica extrínseca do produto, e muitos consumidores podem acabar pagando a mais, mesmo sem querer, por uma eventual falta de escolhas no mercado local, como por exemplo, a pessoa que pára em frente a um posto de gasolina e que por isto obriga-se a financiar o maracatu, os jogos pan-americanos, a proteção à baleia jubarte e à tartaruga marinha, a restauração de um sem-número de igrejas (mesmo se for um ateu), quando o que tudo o que desejava era não mais que alguns litros de gasolina.

Voltando ao esquema gramscista, tais empreendedores negligenciam o cuidado de a quem entregar a execução de seus empreendimentos sociais, e expõem gerações de jovens ingênuos aos cuidados de ardilosos agentes de transformação social, que ali edificarão as madraçais para a criação de um PT-eleitorado, havido por esclarecer aos seus pupilos que seus patrocinadores se encontram, se utilizarmos a metáfora acima, não no papel do diretor, mas no do presidiário arrependido. (isto, na melhor das hipóteses).

Não trato aqui, e que isto fique bem claro, de detratar tantas iniciativas – principalmente as humanitárias – postas em prática de boa-fé por estes empreendedores. Apenas chamo a atenção para o fato de que a classe empresarial adepta destas campanhas está a criar graves dificuldades para si mesmas. Percebam que o próprio termo “responsabilidade social”, assim como “justiça social”, provém da mesma ideologia que cria sua própria língua com o fim de implantar seus objetivos, à margem de qualquer possibilidade de dissensão, e os coloca ex-ante como sujeitos culpados pelas mesmas mazelas as quais os governos apresentaram como argumentos na hora de aumentar os impostos.

Com isto, o Estado de índole totalitarista alcança vários objetivos de uma só tacada: drena dos empresários os recursos com os quais poderiam investir mais em seus produtos ou até mesmo se imbuírem em um esforço do esclarecimento de sua verdadeira contribuição à sociedade; colhe gratuitamente os louros pelo relativo sucesso dos empreendimentos sociais privados (ahh..esta eficiência burguesa...); como um chupim, celebra ao ver suas vítimas criarem seus filhotes que no futuro irão comer seus irmãos adotivos no ninho, e finalmente, libera-se dos recursos que arrecadou com o pretexto de fazer o serviço para financiar ong’s e movimentos sociais, os quais ainda mais instigarão o ódio à iniciativa privada, às relações consensuais e à liberdade de expressão.

Todos os dias, ao acordar e tomar o café da manhã, milhares de pessoas, a maioria das quais nem conheço empenham-se em fazer a minha vida melhor, e me permitem também me especializar, como retribuição a elas, com o fruto de meu trabalho. É claro que elas buscam o lucro. Mas egoísmo, sim, seria exigir que tudo o que fazem por mim tivesse de ser gratuito. O mero fato de eu não ter de acordar às quatro da madrugada para ordenhar uma vaca, moer e torrar o café e preparar a massa do pão já demonstra o imenso mutirão nesta sociedade em que todos contribuímos com algo em troca de outras coisas mais. Isto é somente para dizer que não há maior responsabilidade para um empresário que fornecer seu produto ao menor custo possível e na maior quantidade possível, para tantas pessoas que dele dependem, e que confiam nele para isto, ou senão não teriam deixado a roça!

Aos empresários realmente incorporados de um espírito patriótico e humanitário, sugiro que modifiquem um pouco a orientação de tais programas. A começar, vamos mudar de nome? Que tal “Ação Humana”, por exemplo? “Ação” indica dinâmica, movimento, empreendedorismo; “Humana” sugere humanitarismo, colaboração, acordo. “Ação Humana” foi a obra-prima monumental do filósofo Ludwig von Mises, um judeu-austríaco que fugiu da Alemanha Nazista para nos ensinar que os seres humanos são colaboradores entre si.

A seguir, sugiro que seus projetos sejam enfatizem a valorização do ser humano como indivíduo; da existência de Deus como fonte de amor e de confiança a cada uma destas pequenas almas; da autoconfiança e da responsabilidade pessoal; do empreendedorismo e da liderança; da confiança mútua como atmosfera das relações humanas; da função social da propriedade, considerada em seu aspecto apriorístico, e não segundo as definições casuístas, arbitráveis por conveniência alheia, expressas pela estrutura jurídico-ideológica vigente. (Observem como propositadamente, a palavra “confiança” aqui aparece abundantemente).
Façam isto agora: telefonem para seus amigos e combinem todos juntos esta mudança de postura. Reúnam-se, façam uma avaliação de seus programas sociais à luz do que acabei de explanar-vos e implementem, para ontem, mudanças construtivas. Não percam tempo!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Quem faz mais Medalhas?

Por Klauber Cristofen Pires

De vez em quando dou uma passada na imprensa cubana, principalmente no Granma Internacional Digital e no Juventud Rebelde. Move-me a curiosidade, de um de lado, de procurar saber alguma coisa da vida cotidiana dos cubanos (muitas vezes a verdade transparece em meio à névoa propagandista), e por outro, de acompanhar o desempenho de seus jornalistas.

Acompanhar as colunas de opiniões é um hobby particularmente interessante, e adianto, pode ser um rico campo de estudo para a Psicologia. Como destaque, os colunistas cubanos são peritos em fazer de uma nota de rodapé um tratado: qualquer fato que em um jornal qualquer não ocupe mais que duas linhas e meia, nos jornais “.cu” merece cinqüenta! O personagem “Rolando Lero”, da escolinha do professor Raimundo, enfim, encontraria um emprego digno de seus talentos...

Terminados os Jogos Pan-Americanos, o negócio de lá agora é colher os louros. Sem falsa modéstia – e até mesmo, eu diria, com justa razão - Cuba se orgulha de ser uma potência esportiva e de vender seu sucesso como o corolário de uma política de saúde e educação providas pelo Estado, ou melhor, pela Revolução.
Ademais, para que se não diga que no país vige uma repressão à liberdade de expressão, há uma enquete sobre os jogos no site “Trabajadores.cu” (http://www.trabajadores.cubaweb.cu/, dia 13/08/2007), onde os internautas podem se manifestar sobre a seguinte pergunta: “¿Por qué Cuba gana en Panamericanos a países con 10 veces más habitantes, más recursos y sin bloqueo económico?” , com as seguintes alternativas: “Porque es Socialista”, “Porque el deporte es para todos”, “Porque el Estado apoya el desarrollo deportivo”, e “Porque em otros paises no apoyam el deporte tanto como Cuba”.

Consideradas “todas” as respostas disponíveis, votei naquela que dizia que outros países não apóiam tanto o esporte como Cuba, embora, no contexto, como se vê, todas as alternativas levassem ao mesmo resultado... Com efeito, há uma grande diferença entre Cuba e os demais países da América: enquanto que no Brasil, Canadá, Estados Unidos ou México as pessoas buscam realizar seus próprios sonhos e laboram por seus objetivos, em Cuba todos recebem o apoio do Estado, mas somente aquele destinado a realizar os objetivos de um só homem.

Todavia, seria oportuno mostrar que há um equívoco ainda não-esclarecido: isto porque, mantidas as mesmas condições com que Fidel mantém o seu plantel de estrelas, o Brasil logra conseguir muito mais medalhas que Cuba. Com efeito, são tantos os campeões nacionais que hoje a liderança mundial no quadro de medalhas, cabe, indiscutivelmente, ao nosso país. De quê estou falando? Ora bolas, claro, do nosso rebanho bovino! Por quê não? Seria injusto compará-los com os atletas caribenhos?

Para quem duvida, leia da própria pena de Fidel Castro, em seu artigo “La Constancia Escrita”, publicado no dia 08 de agosto de 2007: ...“En una entrevista con un diario brasileño, el empresario alemán Ahmet Öner, promotor de cuatro boxeadores cubanos ya refugiados en Alemania, admitió que organizó la fuga de Rigondeaux y de Lara, por la que dijo haber pagado cerca de medio millón de dólares.”... “...Cuba dispone de muchos buenos deportistas pero no se los ha robado a nadie.”

Ora, como se vê, (“...Cuba dispõe de muitos bons esportistas, mas não os roubamos de ninguém!”) o entendimento do Comandante é que os dois boxeadores quase lhes foram roubados! Portanto, não são os jovens atletas seres humanos e donos de seus próprios corpos, dotados do direito natural de decidir sobre a própria vida, mas literalmente, são tratados como uma “coisa”, ou como se diz em latim, “res”. Ora, pelo visto, porquê então não comparar as “reses” cubanas com as brasileiras?

Talvez ainda assim Cuba saia perdendo muito: só para começarmos pelo campo da “saúde e educação”, por exemplo, eu não apostaria um atleta cubano contra um Nelore tupiniquim : afinal, o rebanho brasileiro tem andado muito bem, obrigado. São tratados com veterinários bem-qualificados, remédios de última geração e equipamentos caros e modernos. Quem se lembra de alguns anos atrás, quando, desafiados pelo Canadá, eles é que acabaram tendo de se explicar sobre as suas vacas doidinhas?

Mas as diferenças não param aí. Enquanto que os bois e vacas brasileiros recebem uma muito boa alimentação, balanceada e controlada por veterinários e nutricionistas, em Cuba já houve momentos em que a OMS teve de enviar suplementos alimentares e de obrigar o governo de lá a subir a ração diária de 1600 para 1800 calorias, por conta de uma epidemia de doenças mentais causada por avitaminose! (Ver em http://www.olavodecarvalho.org/convidados/cuba.htm)

Muito antes do sucesso da tomada de La Moncada, mais especificamente, em 1949, expressava-se, com um teor um tanto profético, o filósofo Ludwig von Mises, em sua obra-prima, "Ação Humana" (2):

"Tem sido afirmado que as necessidades fisiológicas de todos os homens são idênticas e que essa igualdade pode servir de base para medir o grau de satisfação objetiva. Quem expressa tais opiniões e recomenda o uso desse critério na formulação de políticas governamentais na realidade está propondo que se tratem os homens da mesma maneira que um criador lida com seu gado. Tais reformadores não percebem que não há um princípio universal válido para todos os homens. O princípio que vier a ser escolhido dependerá dos objetivos que se quer atingir. O criador de gado não alimenta suas vacas com a intenção de fazê-las felizes, mas visando a objetivos específicos que ele mesmo estabelece. Pode preferir mais leite ou mais carne ou qualquer outra coisa. Que tipo de pessoas os criadores de homem querem formar: atletas ou matemáticos? soldados ou operários? Quem pretender fazer do homem a matéria-prima de um sistema preestabelecido de criação e alimentação na verdade está arrogando-se poderes despóticos e usando seus concidadãos como um meio para atingir seus próprios fins, que são indubitavelmente diferentes dos que eles mesmos pretenderiam atingir." (Ludwig von Mises, Ação Humana: Um Tratado de Economia, Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995, 2ª ed. p. 243.)
Mas, e quanto à educação? Aqui já não se encontram diferenças gritantes; ao contrário, as grades curriculares de ambos parecem assemelhar-se: uma das primeiras coisas que um jovem cubano e um novilho zebu aprendem é que não devem passar dos limites da cerca elétrica; outra, também muito importante, é que se decidirem fugir, devem antes saber quem são os vizinhos amigos de seu dono, pois basta um vacilo e podem ser devolvidos...

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Pirataria se Ensina na Escola


Por Klauber Cristofen Pires

Com alguma recorrência temos visto nos noticiários reportagens sobre caça a produtos originários de pirataria e contrafação. Com algum empenho, órgãos fiscais e policiais têm procurado deter o avanço da produção de produtos falsificados ou copiados tais como bolsas, relógios, bebidas, roupas e perfumes, e principalmente, CD’s e DVD’s.


Não é o foco deste artigo comentar sobre a eficiência das instituições no combate à pirataria; o certo é que, para as condições normais de qualquer país, o Brasil hoje aplica uma quantidade enorme de recursos em serviços de repressão; contudo, a cada dia, o que qualquer ser humano que saiba andar sobre duas pernas e tem consciência disso constata é que prospera nas ruas dos centros de qualquer cidade um verdadeiro shopping center deitado sobre lonas de estilo “pára-quedas”.


Em qualquer sociedade que pretenda se situar acima do estado de barbárie, um senso comum de respeito à propriedade privada, não aceito como uma restrição ou necessidade, e sujeito às mais variadas exceções e relativizações, mas como um valor propriamente, de cunho apriorístico, há de servir como a atmosfera que permite a todos conviver em paz.


Nestas sociedades, o serviço fiscal e policial ataca nas exceções, concentrando-se sobre os indivíduos que não compreendem os valores da sociedade ou não possuem força de vontade para arcar com os custos de uma autodisciplina. Claro se vê, portanto, que há muito não é o caso do Brasil, onde a exceção, há muito, é regra, donde se conclui que uma verdadeira cultura simpática aos produtos pirateados se dissemina progressivamente, mesmo entre pessoas que, ao olharem-se no espelho, se vêem como probas e honestas.


Tais indivíduos agem de tal forma talvez porque simplesmente devem ter sido acostumados a isto desde a juventude. Com efeito, em nenhum lugar do Brasil a pirataria se institucionalizou como algo plenamente normal como nas próprias escolas e universidades, tanto públicas quanto privadas. Em qualquer biblioteca escolar se pode constatar a presença de serviços de fotocópias; nas universidades, o desrespeito à propriedade intelectual é tão marcante que os próprios professores de Direito começam as suas aulas entregando aos alunos fotocópias de livros e revistas jurídicas. Não será de se estranhar, portanto, que futuros juízes, promotores e advogados venham no futuro a apoiar derrogações do direito de propriedade com relação a outros bens de consumo.


Ao desenvolver este tema, não haverá quem, inclusive dentre os universitários, venha a alegar estado de pobreza como justificativa para a reprodução ilegal de textos e livros; com relação a isto, em contra-mão, apenas digo: enganam-se redondamente!


Querem provas? Bom, primeiro, façamos o seguinte: experimente qualquer pessoa reproduzir um livro por meio de fotocópias e verá logo, sem que isto se torne uma surpresa, que o custo da reprodução e da encadernação será ou muito próximo, ou até mesmo superior ao do livro. A reprodução somente se torna interessante porque ou se extraem do livro apenas algumas seções, ou as escolas ou universidades custeiam os serviços reprográficos. Entretanto, quando se compara o custo da reprodução com o do livro original e usado, mesmo uma pequena quantidade de folhas já lhe ultrapassa o preço.


Este mercado de sebo, construído principalmente por pessoas não relacionadas ao comércio, são a tônica no ambiente universitário nos países onde o direito de propriedade é respeitado, cujo principal exemplo são os Estados Unidos.


Não pensem os brasileiros - nem os pobres, que alegam não possuir acesso ao livro, nem os mais abastados, para os quais a compra dos livros escolares dos filhos, muitas vezes feitas à base de empréstimos bancários ou, na melhor das hipóteses, adquirida graças a uma parcela reservada do 13º salário, aparenta um certo status social - que os americanos, sim, aquele povo muito mais rico que o nosso, desperdiçam um bom livro usado, barato e o que é melhor, já marcado com anotações estratégicas das aulas ministradas no ano anterior!


O livro usado, além de não ofender ao princípio do direito de propriedade, estimula e remunera os autores indiretamente, pois alavanca a venda dos livros novos (Sempre haverá alguém que pode preferir o livro novo, seja por conter revisões mais atualizadas, seja porque pretende permanecer com ele mais tempo, ou qualquer outro motivo). O bom livro, que se presta à consulta a qualquer momento, está a postos na estante ou no sebo mais próximo. A fotocópia, depois de feita e aproveitada por uns dias, nada mais é do que, literalmente, dinheiro jogado no lixo! Imagine a montanha de papel e toner gastos por ano no Brasil, e se terá uma idéia do quanto de dinheiro que este país amassa e joga na lixeira. Em dias de discurso ecologicamente correto, pense o leitor nas conseqüências.


Nada é pior, depois do que foi dito, somente para finalizar, da pobreza intelectual que constitui o estudo por meio de fotocópias. Um livro constitui uma estrutura de raciocínio, de um desenvolvimento que o autor pretende apresentar ao leitor e que para isto recorre a todo um corpo de demonstrações e argumentos. que as mais das vezes se torna incompleto e incompreensível se não lido no todo. O estudo por meio de fotocópias se traduz em um aprendizado pobre, feito de cacos desconexos e sem harmonia. O estudante viciado em fotocópias se torna, enfim, como diz aquela música, em alguém que sabe “de quase tudo um pouco e quase tudo maaaallll.”...