Recuperação nacional
Por Armando Soares
Toda atenção da sociedade está
voltada para saber como será feita a recuperação do Estado brasileiro incluindo
os Estados e municípios federativos, como o Brasil vai sobreviver depois desse
saque monumental.
Antes de
entrarmos na questão da ‘recuperação nacional’ é oportuno enfatizar que a
educação é a causa maior do desmantelamento institucional do Brasil. Um País
que tenha um povo com boa educação jamais se deixaria levar pelos argumentos
político e social do lulopetismo que adotou, como exemplo, a Bolsa Família para
legitimar toda sorte de desvios morais e financeiros, do mensalão, as
pedaladas fiscais com objetivo de reduzir a desigualdade entre ricos e pobres;
jamais um povo aculturado aceitaria esse discurso politiqueiro irresponsável
que foi destruído tecnicamente pelo estudo Radar IDHM (Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal), coordenado pelo Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro. O estudo esclarece que embora
indicadores como expectativa de vida, anos de estudo e renda familiar tenham
melhorado no Brasil, ainda existe uma distância enorme que ainda separa as
camadas mais pobres da população dos mais ricos. Os estudos tiveram como base
os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) para
verificar o ritmo de evolução do bem-estar das famílias entre 2011 e 2014. A
expansão média anual no quadriênio foi de 1%, um resultado menor do observado entre
2000 e 2010 (1,7%). O estudo não reflete os dados referentes a 2015 e 2016,
período de profunda estagnação econômica no País, sendo razoável supor que uma
próxima versão apresente uma queda ainda mais acentuada no ritmo de diminuição
da desigualdade social, desafio que o Brasil não está sabendo enfrentar
enquanto estiver nas mãos de políticos viciados e incompetentes.
Podem-se
buscar outras causas, mas a maior e a mais significativa é a educação de baixa
qualidade que gera a má qualificação profissional para alguns, uma vez que
muitos nem chegam a esse ponto e logo vão para as ruas expulsos de casa pelas
mães e se transformam em bandidos. Atrás desse cenário está uma constituição
chamada demagogicamente cidadã que gerou uma democracia vagabunda sem ordem e
disciplina, onde fez aparecer políticas públicas demagógicas e eleitoreiras,
direitos humanos que defendem bandidos e outras aberrações que são as causas
que determinam o aumento da pobreza, fonte de desvio de dinheiro público e
responsável pela destruição das famílias brasileiras.
O
Brasil é o campeão de crises. Não houve nenhuma geração de brasileiros que não
enfrentasse uma crise. A causa dessa anomalia está lá trás, no berço
civilizatório. De tanto sofrer crises, o brasileiro parece ter se acostumado a
esse meio de vida anômalo, por isso, acredito nunca reage com contundência,
mesmo que esteja em risco sua família e seus negócios. Mesmo quando a
tecnologia tirou o véu que escondia a verdade despindo a imundície política,
administrativa e institucional chamada simplesmente, de crise política, crise
econômica, crise ética reveladora de uma corrupção sistêmica, que afeta todo o
corpo estatal, em nível jamais visto em toda a história brasileira, o
brasileiro não reagiu como devia reagir. O brasileiro foi às ruas, é fato, uma
ação muito suave para afastar os aventureiros do poder, cínicos profissionais
em enganar e expertos em se apropriar do dinheiro público. O movimento das ruas
deveria ter dado continuidade apresentando aos políticos, aos Três Poderes, a
‘Castália’ inoperante diretamente responsável pela crise, as suas
reinvindicações bem definidas. Agindo dessa forma o brasileiro estaria de fato
e de direito exercendo a prática de uma democracia dando um stop no processo de
destruição da república brasileira. Os Três Poderes ou os ‘Três Patetas’ que
não governam a ninguém a não ser a eles mesmos, pouca importância deram as ruas
porque nunca foram verdadeiramente peitados para cumprir com seus deveres
constitucionais. Dentro desse cenário patético não há mais nada para completar
a indignação da sociedade brasileira, tudo já foi exposto e experimentado através
da má qualidade do serviço público, sobretudo a saúde, a educação e a
segurança. A sociedade está convencida que é urgente passar o Brasil a limpo, mas
quem fará? O atual governo que até o momento ainda não compreendeu sua
verdadeira missão e se tornou frágil, com receio de estourar o tumor político
que está envenenando o corpo estatal?
Sabemos
que a missão de recuperar o Brasil não é fácil. A incompetência e os
privilégios estão arraigados nas mentes dos políticos, e por isso é difícil
remove-los. Em paralelo a esse cenário estão os movimentos ideológicos idiotas
que ainda não aprenderam com o fracasso repetido de suas ações; são ações
inócuas que representam custos enormes ao País que no momento só tem um
propósito incendiar os ânimos com uma bandeira gasta e mentirosa em defesa dos
pobres, as maiores vítimas de suas ações tresloucadas.
A
sociedade brasileira queira ou não vai ter que debater com o governo a
transformação de uma cultura que está levando o Brasil para um beco sem saída. Um
montão de reformas terá que ser feita como a melhoria dos serviços públicos,
ampla reforma política corrigindo a prostituição da criação de partidos
políticos mercantis, combater e acabar com os interesses corporativos, melhoria
da gestão governamental, boas práticas éticas, redução progressiva de impostos
extorsivos que alimentam ações desonestas, e que sobrecarregam as células
produtivas capitalistas, reforma trabalhista para libertar o trabalhador da
canga de sindicatos vermelhos e prostituídos e necessários para reduzir o custo
Brasil indispensável para poder concorrer numa economia de mercado global,
melhoria da qualidade dos programas sociais como de sua gestão, priorizar a
discussão do grau de abertura da economia para permitir a inclusão do Brasil
nas cadeias produtivas de valor agregado e nos fluxos dinâmicos de comércio
para estimular uma nova fase de industrialização incluindo a verticalização dos
produtos da agropecuária da Amazônia, do Centro-Oeste e do Nordeste que sofrem
ataques do aparato ambientalista-indigenista internacional.
Existe
uma célula política em crescimento nascida da reação da sociedade contra o
poder podre como o Movimento Brasil Eficiente, o Movimento Brasil Competitivo,
o Humanitas 360, o Centro de Liderança Pública, o Movimento Vem Pra Rua e o
Movimento Brasil Livre, O Antagonista e outros que podem melhor organizados ter
a incumbência de fiscalizar pari passu
o governo que se dispuser a realizar a recuperação do Brasil. É necessário e
indispensável que esteja no rol das reivindicações à questão amazônica, uma
região riquíssima que tem sofrido um saque secular e ações deletérias de um
endocolonialismo representante de uma elite política brasileira estrábica e
incompetente. A Amazônia e com ela o Pará, um dos Estados mais rico da região,
não podem continuar a se submeter a políticas públicas estaduais e federais de
um grupo de saqueadores modernos e de governos regionais medíocres. O amazônida
não é gado que se toca para um curral para facilitar o saque e enriquecimento
de administrações comprometidas com o ambientalismo nocivo. A Amazônia, como o
Brasil precisa com urgência de um programa de recuperação e de se afastar de
governo que ainda a considera como um território federal sem autonomia.
Sou
um revoltado contra o tratamento que sempre foi dado ao Pará e a Amazônia, mas
pouco adianta minha indignação se não houver uma consciência coletiva regional
contra essa patifaria histórica contra os interesses do Pará e da região
amazônica como um todo. Uma das maiores patifarias realizada contra a Amazônia
ocorreu em 2005, na infausta justificativa do então maldito presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ao governador de Roraima, Ottomar Pinto, e a bancada
federal do estado, para determinar a demarcação em área contínua da reserva
indígena Raposa Serra do Sol. Otomar disse a Folha de S.Paulo na ocasião: “O
presidente Lula disse na minha frente e da bancada que toda vez que ia ao
exterior recebia pressões e reclamações favoráveis a homologação da reserva.
Disse que ela tinha pressa em atender a essas demandas.” Pouco importou que
“pressa” presidencial contrariasse o desejo da maioria da população do estado,
incluída grande parte dos próprios indígenas, além das recomendações de cinco
comissões e organismos que estudaram profundamente o problema – sendo quatro
comissões do Executivo e do Judiciário estaduais, da Câmara dos Deputados e do
Senado e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Mais patifaria se
verifica na declaração do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, em
junho de 2010, diante das queixas sobre a inviabilização do estado para um
modelo de desenvolvimento baseado na agroindústria, devido a colossal extensão
das áreas de proteção ambiental e indígenas, o ministro cinicamente admitiu que
“a população de Roraima está pagando o preço em função da necessidade nacional
de respeitar o conceito de desenvolvimento sustentável”. Em outras palavras,
“tem que ser considerado que o bioma da Amazônia é um dos mais importantes do
planeta e esse seria um preço a se pagar”. Essa patifaria implicou na expulsão,
em 2009, de milhares de pessoas, inclusive indígenas, e na perda de uma das
principais atividades econômicas do estado, o cultivo do arroz irrigado, embora
as fazendas produtoras não representassem mais de 2% da área total da reserva
que tem 1,73 milhão de hectares. Todo esse massacre, essa sacanagem foi
consolidada no STF, o que inclui esse tribunal como subordinado aos interesses
estrangeiros e não aos do Brasil.
Esse
tipo de comportamento indecente tem que ser atacado na recuperação do Brasil,
pois os estados amazônicos não podem continuar a ser obstaculizados por ações
do tipo descrito acima sobre qualquer justificativa. Ignorar essa realidade é
aceitar a patifaria e impedir o desenvolvimento da região. Como se vê a
recuperação do Brasil não é fácil e de tamanho descomunal dado o estrago
produzido por anos e anos de irresponsabilidade, roubo e patifaria.
Armando Soares – economista
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! Seja benvindo! Se você deseja comunicar-se, use o formulário de contato, no alto do blog. Não seja mal-educado.