sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Reforma política.

Por Vanderli Camorim


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Como diz uma reportagem "a cada eleição uma nova regra".  E elas não deixam de surpreender pelas medidas tomadas e que são sempre as vésperas do ano eleitoral. Esta pressa é muito conveniente porque dá chance de aproveitar medidas que de outra maneira dificilmente passariam como a que cria um fundo eleitoral bilionário onde se supõe que o dinheiro dos impostos fosse coisa que caísse do céu ou de outra fonte mágica inesgotável. Isto tem consequência na economia pois são recursos tirados do setor produtivo para ser simplesmente dissipado, recursos que diminui o montante do capital que deixa de produzir mais bens para a satisfação das necessidades humanas assim como a geração de mais emprego ajudando a aprofundar a miséria e o crime. 

Mas o mais importante de todas essas medidas adotadas as pressas é que não resolvem o problema principal da representatividade. Os políticos eleitos a cada eleição não refletem o interesse da sociedade como um todo, mas tão somente os variados grupos de interesses que disputam a proteção do governo. E é por essa razão que as medidas aprovadas sempre levam a suspeita de proteger o interesse de poucos, particularmente daqueles que estão no poder. 

Foram ao todo 14 alterações ao longo de 22 anos e cinco comissões formadas para discutir a reforma política em 3 décadas e todas elas só tratam de assuntos superficiais e a elas se dão caráter providenciais...  Isto quer dizer que a essência do problema sequer é tocada.

Partidos  políticos que representam o interesses de toda a população em contraste com os interesses dos grupos de interesses são produtos do capitalismo e só funcionam nele não tendo a mínima chance de funcionar se por acaso a orientação política mude de capitalismo para socialismo. 


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Como a nossa era é a era do socialismo os partidos deixam de representar os interesses todos da população para representar apenas os interesses dos grupos particulares criando um ambiente social semelhante aos períodos pré-capitalista onde prolifera as facções e as disputas violentas pelo poder. 

É por essa razão que a palavra de ordem "reforma política" nunca saí de moda. É a lembrança do período do capitalismo quando derrubou os partidos dos interesses privados que tinham a proteção do estado dos reis absolutistas pelos partidos dos interesses de todos que em tese está na motivação das reformas. 

É fundamental se reforçar a ideia: que se não for em um ambiente onde o capitalismo prevaleça, não há como a reforma política dar certo. Será sempre a prevalência dos interesses de grupos que vinga ao arrepio dos interesses gerais e sobretudo dos grupos menores que ficam de fora. 

Fora do capitalismo a reforma política como todas as outras que estão sendo propostas está fadada ao fracasso. 

Vanderli Camorim

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Camorim é articulista de Libertatum

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