Uma lei antitruste há de enquadrar empresas submetidas às regras de funcionamento de um mercado regulado, mas nem por isto ela deixa de ter outros concorrentes, muitas vezes mais poderosos. No caso da Argentina, o maior concorrente do Clarín é, indubitavelmente, o casal Kirchner que, encarnando o próprio estado, guardam a prerrogativa de praticar a rivalidade mais desleal por simplesmente possuir o monopólio de declararem como foras-da-lei seus desafetos.
O estado brasileiro não nescessita de lei específica que lhe permita controlar a imprensa, pois ela já é controlada de outra maneira com absoluta eficácia. Vejam-se os assuntos e as opiniões que circulam na altamente concentrada mídia brasileira, aquela que se considera a portavoz oficial das verdades nacionais. Num país do tamanho do nosso e com a enorme população que possui, deveria haver diversidade nos assuntos veiculados e, principalmente, nas opiniões emitidas por quem os veicula. No entanto, o que assistimos é uma monótona mesmice, como se tudo saisse da mesma cabeça.
ResponderExcluirNão acredito que essa mesmice seja apenas fruto da vontade dos jornalistas. Afinal de contas, os meios de comunicação existem pela obra e graça das concessões públicas e, por isso, dependem da boa vontade dos agentes públicos. Já pensaram que a simples falta de qualquer um dos pomposos e inúteis carimbos que as enfeitam, poderia levar ao fechamento de uma empresa de comunicações? Além disso tem também a publicidade das empresas estatais, sempre presentes nos meios de comunicação. Dificilmente algum deles se arriscaria a perder as polpudas rendas daí obtidas, em troca da divulgação de idéias próprias. Por prudência, convém divulgar, na forma de notícias, os assuntos e as ideias do patrão e nunca dele discordar. Assim é controlada a imprensa ‘livre e isenta’.