Brasil das Sanguessugas
Por Armando
Soares
As
sanguessugas são Anelídeos da classe dos hirudíneos, marinhos, terrestres ou de
água doce. São sugadores de sangue de vertebrados; com corpo achatado, dividido
externamente em anéis, sem cerdas ou parapódios e dotado de uma ventosa anterior
e outra posterior. Entre os humanos sanguessugas são aqueles que exploram
outros.
O Brasil
está cheio de sanguessugas na política e na administração que sugam o dinheiro
do povo brasileiro. Essas sanguessugas humanas não trabalham, por isso querem o
poder, a boa vida que lhe é concedida por milhões de brasileiros palermas.

O Brasil precisaria ter em nossos
dias um Balzac, o genial observador do seu tempo, que soube captar como ninguém
o “espírito” do século XIX. Mesmo com o passar do tempo o cenário social em que
viveu Balzac pouco mudou se considerarmos que homem e sociedade – tecnologias à
parte – seguem as mesmas imperfeições, egoísmos e singelas mesquinharias. Tudo
se resume na ganância, a “ouro e prazer”, uma busca incessante e desgastante,
ilusões que se criam e se esvaem diante de um mundo contraditório; um
comportamento que prega boas ações aparentes, como preservação do meio ambiente
e distribuição da renda através de bolsas eleitoreiras, que resulta em fortuna
para poucos e sofrimento e frustrações para quase todos. Aproveito de Balzac o trecho “... sabe como alguém caminha
por aqui? Pelo brilho do gênio ou pela habilidade da corrupção. É preciso
entrar nessa massa de homens como uma bala de canhão, ou por ela se imiscuir
como uma peste. A honestidade de nada serve.... A corrupção está em alta, o
talento é raro. Assim a corrupção é a arma da mediocridade que abunda, e você
sentirá sua presença em toda parte.” A corrupção e a incompetência destoem um
país e a prova maior é a crise que atingiu o Brasil.
Vem do Ministro
Gilmar Mendes do STF o grito da verdade que está preso na garganta de todo
brasileiro digno e violentado moralmente por maus brasileiros. Todos os
brasileiros esperam do STF uma postura firme diante de cenário pútrido, moral e
ético brasileiro, diante de sua importância como instituição. Entrevistado por
uma emissora de TV diante da ameaça do PT em processá-lo por causa de suas
críticas, assim falou com propriedade e autoridade o Ministro Gilmar Mendes: “É
bom que eles (PT) processassem toda a estrutura que eles montaram, e que se
instalou no país nesses últimos anos que está sendo revelado no ‘Lava jato’. Um
modelo de governança corrupta, algo que merece o nome de cleptocracia. Vejam o
que fizeram com a Petrobrás hoje. Por isso que defendiam com tanta força as
estatais. Não é por conta de que as estatais pertencem ao povo brasileiro, mas
porque pertence a eles. Eles se tornaram donos da Petrobrás. Esse era o método
de governança. Infelizmente para eles e felizmente para o Brasil deu errado.
Isso revelou que nós estamos no caos por conta desse método de governança
corrupta. Nós temos hoje um modelo de governança cleptocrata. Eles não roubam
apenas para o partido, roubam para comprar quadros. Isso lembra muito o
encerramento do regime alemão...” Essas
afirmativas para uma emissora de TV não é qualquer um brasileiro, é de um
ministro do STJ, um homem sensato, corajoso e ciente de sua responsabilidade, atitude
que deveria ser seguido pelo Congresso Nacional que não adota uma atitude em
defesa do povo brasileiro preferindo negociar interesses políticos mesquinhos. Endosso as palavras de Marco
Antonio Villa que mostra com fidelidade o cenário brasileiro. “Vivemos em tempo
sombrio, uma época do vale-tudo. Desapareceram os homens públicos. Foram
substituídos pelos políticos profissionais. Todos querem enriquecer a qualquer
preço. E rapidamente. Não importam os meios. Garantidos pela impunidade, sabem
que, se forem apanhados, têm sempre uma banca de advogados, regiamente paga,
para livrá-los de alguma condenação. São anos marcados pela hipocrisia. Não há
mais ideologia. Longe disso. A disputa política é pelo poder, que tudo pode e
no qual nada é proibido. O Brasil de hoje é uma sociedade invertebrada. Amorfa,
passiva, sem capacidade de reação. É uma República bufa, uma república
petista.”
O Brasil
lamentavelmente está atravessando uma fase política e administrativa terrível
em todo o território. Vejamos a questão criminosa do imposto do cheque, o CPMF.
Delfim Netto em entrevista considera o CPMF um imposto cumulativo, regressivo,
inflacionário, tem efeito negativo sobre o crescimento e quem paga é o pobre
mesmo. Ele está sendo usado porque o programa do governo é uma fraude, um
truque, uma decepção – não tem corte nenhum, só substituição de uma despesa por
outra. Por considerar a CPMF coisa ruim para os brasileiros, o governador de
São Paulo é contra não só porque sabe dos efeitos maléficos desse imposto, como
também reflete uma postura de governo de um estado que tem sustentação
econômica. Diferente do governador de São Paulo é a postura do governador do
Pará que é a favor desse maldito imposto. O governador paraense só está
pensando na sua governança, nas dificuldades que vai enfrentar por razões que
não quer confessar em público, a de que o Pará não tem sustentação econômica e
não cresce porque não tem programa de desenvolvimento, tem apena um maldito e
antieconômico programa de preservação ambiental que está dizimando a base
produtiva agropecuária com apoio de uma política fundiária risível. Porque o
Pará não tem desenvolvimento econômico e depende de transferência de recursos
da União, o jeito é apelar para a criação da CPMF, que como afirma Delfim Netto
vai sair da bolsa pequena do pobre. O governo seja estadual ou federal precisa
tirar a coleira ambientalista que é contra o desenvolvimento e a produção. Enquanto
o governo paraense não definir regras que possam atrair investidores, o Estado
vai continuar de pires na mão pedindo esmola para a União. O mau administrador público
só tem um pensamento – cobrar impostos. Viver de cobrar impostos, taxas e
multas de trânsito qualquer indivíduo sem muito conhecimento pode administrar o Estado e prefeituras. Não se pode
continuar a ignorar governo sem o apoio da iniciativa privada e muito menos
sem o modelo capitalista, de mercado, o motor do desenvolvimento. Imazon e
Ministério Público, não podem ser a referência para nenhum governo induzir o
desenvolvimento, pois, especificamente no Pará têm se mostrados células nocivas
ao desenvolvimento. Estamos vivenciando no Pará um momento de endurecimento da
inteligência no poder público, nas instituições e justiça, todos achando que o
dinheiro cai do céu e não do esforço, competência e criatividade do setor produtivo
e mercantil.
Sobre o
caos político em curso, e diante da inoperância do Congresso Nacional, o
advogado Hélio Pereira Bicudo, apresentou denúncia à Presidência da Câmara dos
Deputados Federais do Brasil de crime de responsabilidade contra a Presidente
da República, Sra. Dilma Vana Rousseff. Na apresentação da denúncia Hélio
Bicudo afirma que o Brasil está mergulhado em profunda crise. Muito embora o
Governo Federal insista que se trata de crise exclusivamente econômica, na
verdade, a crise é política e, sobretudo, moral, o que exprime todo o
pensamento e sentimento dos brasileiros.
“De
tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver
crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser
honesto (Rui Barbosa).” Esta citação de Rui Barbosa reflete em poucas palavras
o sentimento dos brasileiros enojados de tantas imundícies políticas. Não se
pode viver nesse charco, diante desses atos sórdidos praticados por
aventureiros e maus governantes. Vamos sanear o Brasil, torna-lo habitável,
respirável e agradável.
Armando Soares - economista
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