segunda-feira, 11 de abril de 2016

Trevas

Por Ivan Lima

Já é rotina faltar energia elétrica também de madrugada em vários locais da Zona-Metropolitana de Belém. E ocorre justo justo quando estou cuidando da edição do blog. Com insuficiência de luz ou bateria é muito ruim trabalhar. Muito embora eu já o tenha feito á luz de velas e lanterna algumas vezes, quando ainda havia energia na bateria do computador. Além disso existe a apreensão de se estar trabalhando e de repente haver o black out ou a energia ficar apenas numa fase. Lampadas já foram queimadas. Quase me acidento uma das vezes na pressa de desligar o refrigerador. Mas as vezes que o black out ocorreu felizmente o computador ainda estava desligado. Conta muito a boa sorte, penso. Mas é um jogo do acaso, logo... Vizinhos do condomínio já tiveram televisores, refrigeradores, lampadas, e computadores queimados na falta ou retorno - as vezes imediata, e seguido de uma sucessão de liga desliga  - de energia. O máximo que tive até agora foi atraso na edição e desacerto em relação ás matérias planejadas. O que muito me aborrece. 

No país do faz de conta, as privatizações mostraram claramente a brutal diferença entre serviços estatais e da iniciativa privada. Evidentemente, deu-se uma imensa respirada de alívio em serviços como telefonia e até mesmo de energia elétrica e outros. Mas o dedo sujo do Estado continuou por trás de todos os serviços privatizados para garantir o botim de políticos e burocratas e a "necessidade" estatal da sua presença "benevolente" e de "anjo da guarda", maquiada de regulatória na vida das pessoas, máscara para sanha estatal de arrecadação de impostos. O resultado é que para as concessionárias amigas do rei os preços praticamente são cartelizados, e a privatização é monopolizada, garantida. Não há efetiva livre concorrência, a começar da matriz mesmo da energia, - hidroelétrica, atômica, eólica, e o escambau a quatro, - trazendo qualidade de serviço, livre escolha, e preço baixo ao consumidor. O resultado, é óbvio, se expressa no péssimo sinal de algumas operadoras de celular e nesse outro inferno que é o serviço de energia elétrica.  

Mas isso tudo de real livre concorrência é sonho refinado da luta de um liberal por uma sociedade verdadeiramente livre, dirão alguns. Por enquanto vamos consumindo-nos em indignação de ter de conviver com esses absurdos e outros como ameaça e derrubada de torres de transmissão elétrica por terroristas e outras insanidades como o que vi a alguns anos em noticiário da TV: bando do MST invadiu grande central de transmissão de energia elétrica no sul - não me ocorre o nome agora - e ameaçava depredá-la caso suas reivindicações não fossem atendidas. Seu líder, com o dedo indicador ameaçava desligar o botão vermelho do complexo, interrompendo o fornecimento de energia para milhões de pessoas. Foi preso? Respondeu judicialmente pelo que fez? Foi indiciado e condenado com o resto dos bandoleiros? Você sabe as respostas. 

Como sabemos porque o conluio público privado de serviços é tão nefasto ao cidadão brasileiro. 

      

Ivan Lima é editor de Libertatum




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