Ambiente de imoralidade, de criminalidade, de
falsidades e
caótico.
Por Armando Soares
Ambiente
de imoralidade, de criminalidade, de falsidades e caótico esse é o Brasil que
vivemos. Há esperança de melhorias? Não encontro onde me apoiar para responder. Alguém
tem? Se alguém tiver
que responda: Política a quem serve? Poder a quem serve? Democracia a quem serve? Globalização a quem serve?
Mudanças climáticas a quem serve? Política ambiental a quem serve?
A
política suja praticada no Brasil, o poder usado apenas para enriquecer
bandidos e seus asseclas, o caos mascarado de democracia, o novo colonialismo
chamado de globalização, a enganação chamada de mudanças climáticas e a
incompetência chamada de política ambiental são os principais responsáveis pelo
ambiente brasileiro.
Historiadores
de renome e confiáveis dizem que as civilizações experimentam ciclos de
nascimento, vida declínio e morte. A que ciclo se
enquadra o Brasil? A sensação que se tem é que a civilização brasileira nasceu aleijada,
teve uma vida curta, entrou em declínio e caminha rapidamente para a morte.
Numa perspectiva evolucionista civilização
é o estágio mais avançado de determinada sociedade humana, caracterizada
basicamente pela sua fixação ao solo mediante construção de cidades, daí
derivar do latim civita que designa cidade e civile (civil) o seu habitante.
Observe-se que essa noção traduz os conceitos etnocêntricos do início da
antropologia onde se contrapõe as sociedades complexas às primitivas. É nesse
contexto que também aparece à sequência evolutiva selvajaria - barbárie -
civilização, entendida por Gordon Childe como os estágios evolutivos
obrigatórios das sociedades antigas desde a passagem de um sistema
social/econômico/tecnológico de caçadores-coletores ("selvageria")
para agricultores e pastores ("barbárie") até a concentração em
cidades e divisão social ("civilização"). É Gordon Childe que
populariza os conceitos de revolução neolítica (ou revolução agrícola) e
revolução urbana para marcar a passagem entre tais estágios evolutivos da humanidade.
Para Darcy Ribeiro, a revolução sociocultural consiste no movimento histórico
de mudança dos modos de ser e de viver dos grupos humanos, desencadeado pelo
impacto de sucessivas revoluções tecnológicas (agrícola, industrial, etc.)
sobre sociedades concretas, tendentes a conduzi-las à transição de uma etapa a
outra, ou de uma a outra formação sociocultural.
Para
Darcy Ribeiro, progressos e regressões são dois mecanismos de configuração
histórica que representam o avanço ou retrocesso dos aspectos produtivos,
sociais e culturais de uma determinada sociedade em seu percurso evolutivo
relativo a outras sociedades e não a um fim específico, que é a nossa
sociedade, como os evolucionistas pressupõem. Num sentido mais amplo e
comumente empregado, a civilização designa toda uma cultura de determinado povo
e o acervo de seus característicos sociais, científicos, políticos, econômicos
e artísticos próprios e distintos. Fica difícil enquadrar o Brasil na
perspectiva evolucionista do historiador diante do cenário atual que configura
um processo degenerativo civilizatório lembrando que o processo civilizatório
brasileiro teve em determinado momento um pequeno impulso, mas não teve força
para acompanhar o processo evolutivo da civilização europeia, e principalmente
o da civilização americana.
O modelo
do atraso da sociedade brasileira como um vício de origem, gerado pela herança
do patrimonialismo ibérico. As mazelas do Estado e da nação brasileira são consequências
do colonialismo forjado pelo Estado português e transplantado para a colônia
brasileira. América do Sul foi colonizada com povos de mentalidade Católica e
não protestante isso fez essencialmente a diferença. A colonização da América
do Norte, não visava ser um braço de sua metrópole, ou seja, fonte de sustentação
da Inglaterra, pelo contrário pensava fazer da nova colônia, uma nação prospera
livre da própria matriz como princípio colonizador, isso ajudou e muito na
atual concepção da cultura americana. As pessoas que aqui desenvolveram a
colonização brasileira vieram para cá a serviço dos Estados, o que levou a
criar uma concepção não de liberdade, prejudicando na formação cultural dos
povos distintos, Norte e Sul. A colonização brasileira foi fruto da iniciativa
do Estado, cuja mentalidade não era liberal, atendia apenas a perspectiva dos
interesses, da metrópole. Os ingleses, diferentemente dos portugueses
desencadearam o caminho do trabalho, por meio de duas companhias; os povos
adotaram caminhos diferentes, ao espírito da modernidade. Os portugueses e
espanhóis realizaram a colonização como empreendimento estatal. No caso do
Brasil, a Coroa Portuguesa estabeleceu capitanias hereditárias visando assentar
colonos e impedir que as Terras fossem invadidas, estabelecendo colônias em
toda a faixa litorânea. Na América do sul foi estabelecida uma forma de
produção visando à sustentabilidade da metrópole, cuja relação de trabalho, ou
seja, a mão de obra foi essencialmente escrava. Atrasando é muito no processo
da criação do proletariado e o desenvolvimento da iniciativa privada, o
espírito inicial não estava em jogo o desenvolvimento capitalista, ambos os
Estados na época atrasados a respeito de uma possível revolução industrial. Ao
passo que os grupos puritanos de ideologia protestantes perseguidos na
Inglaterra, instalaram na América do Norte com outros objetivos e não aqueles
essenciais à coroa. Os ideais protestantes ingleses, eram contrários aos
princípios do catolicismo português e espanhol, defendiam ideais de liberdade,
de livre comercio e filosofia capitalista em defesa do trabalho assalariado.
A
civilização brasileira enquanto não se libertar do estatismos trazido pelos
portugueses que gerou o atual ambiente de imoralidade, de criminalidade, de
falsidades e caótico não construirá um País semelhante aos EUA. Ficará sempre
sujeito ao que determinam os países ricos, como está acontecendo em nossos dias
com a política globalizante e ambiental.
O Brasil
de nossos dias tem dois grandes obstáculos para poder se libertar de um
processo civilizatório equivocado e de políticas intervencionistas
internacionais: o político e o ambiental. O político porque é quem pode e tem
credenciais para mudar o rumo do País apoiado pela iniciativa privada, pelo
modelo capitalista de mercado que gera desenvolvimento e o ambiental que deve
ser usado para apoiar o desenvolvimento e não para contê-lo como está
acontecendo com políticas ambientais nocivas que atendem interesses
estrangeiros.
Exemplo
de como a política ambiental interfere no setor econômico e produtivo é o que
acontece com a leitura do artigo 225 da CF. O artigo tem sido lido pelo Poder
Público, como sendo da responsabilidade exclusiva --nem dele, nem da
coletividade como um todo--, mas apenas de uns poucos proprietários a
preservação ambiental, assim como a assunção das limitações impostas ao uso da
terra pelo Poder Público. Em outras palavras, as imposições da M.P. n.
1956-50/2000 no que concerne à preservação das reservas legais, como do velho
Código Florestal, não são nem de responsabilidade do Poder Público, nem da coletividade
como um todo, mas exclusivamente daqueles proprietários que exploram áreas
agrícolas, podendo conforme a região variar de 20 a 80% (floresta amazônica).
Reserva Legal nada mais é do que um confisco disfarçado de custo econômico
insuportável que mata no tempo a célula produtiva silenciosamente, sem que o
produtor rural perceba. Esse não é o único custo e obstáculo criado para
impedir o desenvolvimento da Amazônia e dificultar o avanço das exportações da
agropecuária brasileira.
Armando Soares – economista
e-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com
Soares é articulista de Libertatum
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