Aborto.
Por Ivan Lima
Vida. Todo ser humano luta por ela. Nobres e plebeus.
Sábios e ignorantes. Diz-se que ela é curta, mas ninguém quer abandoná-la. Aprende-se,
constrói-se, e, às vezes, destrói-se. Ama-se e odeia-se. Deixá-la, voluntariamente, ato que
pode causar respeito, mas não nunca poderá ser inteiramente compreendido e
aceito. Vida equivale a crescimento espiritual e civilização. Sentido de
liberdade e beleza. Criação de maravilhas e contemplação da sua recriação e
glória. Porque só no homem reside a razão e a capacidade de transcendência.
Sófocles,
na Grécia Antiga, certamente foi um dos filósofos que mais compreendeu a razão
da existência humana quando afirmou que “há muitas maravilhas mas nenhuma é tão
maravilhosa quanto o homem”. Há quem,
nos dias que correm, graças a filosofias espúrias, gente que conceda o último lugar de
direito à vida sobre a terra, ao homem. Selvas, feras, insetos, dizem essas
filosofias e seus discípulos, não são felizes por causa do homem. Já se
disse mesmo que o homem é o câncer da natureza. É preciso erradicá-lo,
completam essas filosofias.
Sabe-se que a origem dessa revolta das trevas contra o
homem, contra a determinação divina quando o autorizou a crescer, multiplicar, dominar e levar a vida humana para toda a terra, está presente em várias vertentes
dessas filosofias, que o tem apenas como um animal nascido para a escravidão, o abate e a cova rasa. Deve ser rigidamente controlado por iluminados, espécime apenas de aparência humana, mas deuses regentes da vida e da morte
sobre a humanidade.
E com sua visão degradada, muitas vezes edulcorada por vasto
saber jurídico, arraigadas convicções materialistas, arrogantes e nauseabundas
obediências às suas filosofias anti-homem, todas coletivistas e estatistas, disseminam a cultura da morte,
protegidos em suas togas de onde perpetram trevas e dor sob o mundo. A
vida na terra sem o ser humano não tem sentido. Mas o nefasto pensamento
contrário a esse tenta impor-se para a glória do ateísmo e da ausência do homem
na terra. Está disfarçado, muitas vezes, das mais piedosas medidas, algumas como a
capa criminosa do aborto.
Conheci gente, de todas as condições financeiras, que criaram com o
mais desvelado amor filhos em situações especiais que lhes foram postos sob guarda pela providência
divina. E que não teriam, mesmo nascidos assim, tido o
encantamento de ver a luz do sol, a lua, as estrelas, o mar, ouvido o trinar
dos pássaros, proporcionado e recebido carinho e alegria, e
aprendido. Sim, porque o ser humano de alguma maneira sempre aprende algo do bem, sobretudo na infância, e
crê no melhor se lhe é passada essa cultura.
Seres humanos, mesmos os nascidos especiais, têm em seus pais, avós,
irmãos, tios, sua família, guerreiros um dia nascidos
para os desafios e a garantia e proteção da vida, inclusive das suas vidas.
Mas o que dizer de muitos seres humanos que não tiveram ou não têm a
oportunidade de nascer, porque lhes foi alcançada a liberação monstruosa para não
viver?
Ivan Lima é editor de Libertatum
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