O sistema de saúde está falindo.
Por Vanderli Camorim
Este foi o título de uma reportagem publicada em 19/05 referente a uma entrevista à ISTO É dado pelo médico paulista Claudio Lottenberg, presidente do United Health Group Brasil, que controla a Amil, e do Instituto Coalizão Saúde. É um pequeno embate entre a visão estatista representada pela revista e um médico representando a visão da iniciativa privada. O entrevistado pisa em ovos por motivo óbvios. A revista é defensora incondicional do estatismo e mostra nas entrelinhas a sua aversão de tudo que representa a iniciativa privada.
Poucas pessoas se dão conta que o Estado de Bem Estar Social, eufemismo para socialismo, é autodestruidor. Os sinais que emite são sempre considerados como crise do capitalismo e ensejam ações corretivas em seu rumo para afastar esse incomodo e avançar mais no desastre. E por isso que a palavra reforma não sai da agenda politica.
O congresso esta agitado com reformas de todo tipo, e como em economia tudo está interligado, é difícil tratar uma reforma sem não ter o olho nas outras. A reforma previdenciária tem estreita conexão com a reforma trabalhista que tem relação com a reforma fiscal que tem relação com a reforma politica que tem relação com a reforma tributaria e essa com a reforma da assistência saúde e assim por diante. Já se disse que a função do governo é a segurança e que deve se manter afastado da economia, pois se se meter nesta área só arruma confusão que é prenúncio de destruição. Mas a luta contra o livre mercado é secular e não passa pela cabeça ceder um palmo.
“Estima-se que, se nada for feito hoje, em menos de vinte anos os gastos na área chegarão a 25% do PIB, o que representará investimento adicional de R$ 10 trilhões. Como tudo isso será custeado é a grande pergunta. A saúde é um direito colocado na Constituição. O problema é que quem fez isso se esqueceu de que essa conta deve ser paga por alguém. E nossa sociedade não consegue mais arcar com esses custos, e conclui que o sistema está falindo”. Diz a revista transcrevendo a fala do médico.
No final todos acham que com mais dinheiro se pode resolver o problema tornando a coisa mais eficiente.
Dito desta maneira até parece verdade, mas é um truque de propaganda que tenta desviar do fato que se trata do serviço oferecido pelo governo que não tem jeito de funcionar como se deseja tal como o serviço oferecido pela iniciativa privada que é mais eficiente com qualidade e preços acessíveis e prontidão. Enquanto isso, na periferia das cidades médias e grandes tem surgido inúmeras clínicas cuja concorrência entre si tem feito o preço do atendimento médico despencar fazendo com que o médico fique mais próximo do paciente e com um grau menor e quase inexistente do estado. O fato de a iniciativa estar bombando e a do governo falindo, não é em absoluto por falta de dinheiro, mas devido à natureza do governo que foi constituído para a única e exclusiva função do fornecimento da segurança.
A administração pública é sempre formalística e burocrática e por isso lenta e quase sempre negligente. Quando se fala em governo as pessoas não se dão conta que estão falando do aparato da violência, constituída de policiais armados, prisões e outros instrumentos e departamentos cujo objetivo é fazer com que os indivíduos obedeçam à lei e a ordem e que sua ausência seria o caos. Para que o indivíduo ou grupos deles designados para a direção desta formidável máquina não exorbite de suas funções e passe a usá-lo em benefício próprio tornando-se um déspota, um ditador ou usando-a contra a população que deveria proteger e defender, ele é hierarquizado e burocratizado com normas, regras, portarias e uma série de dispositivos disciplinadores, proibitivos e restritivos. Se chamar o governo a assumir qualquer serviço da área econômica, como o serviço da prestação da saúde, ele inevitavelmente torna esta prestação de serviço igualmente a sua imagem e semelhança: burocrática, formalística lenta e negligente. E não adianta reclamar e nem culpar os funcionários, pois há uma rígida hierarquia que tem que ser seguida, pois tem como fim impedir que a pessoa designada a servir nestas unidades confunda o público com o privado e passe a usar em seu proveito pessoal ou se torne arbitrário. Há muitos profissionais que são abnegados, prestativos e capacitados, mas são impedidos de fazerem mais do que podem em função destes impedimentos burocráticos. A hierarquia é rígida e os funcionários não podem exercer outras funções senão a designada pelos seus chefes ou para a que foram admitidos. Como não tem por meta o lucro não tem como julgar se estão servindo adequadamente a população nem possuem o controle de material que é mais demandado cuja provisão depende de setores superiores que são desarticulados entre si. Todos ficam como tateando no escuro e se torna rotina faltar até esparadrapo e algodão para um simples curativo. Os funcionários são estimulados a agradarem mais a seus chefes de quem dependem do que aos clientes que são relegados a segundo plano e às vezes identificados como um incomodo. O roubo, a corrupção, embora constante preocupação das normas e disposições variadas são parte de seu cotidiano o que vai refletir no serviço que inevitavelmente se torna da pior qualidade gerando reclamações e tumulto dos clientes que procuram as unidades iludidas pela politica de “almoço grátis”. Os funcionários, diante da iminente agressão dos clientes claramente insatisfeitos, se defendem exibindo um aviso bem visível que pode dar cana para o exaltado e mal agradecido.
Tudo isso não existe na iniciativa privada e é a razão do porque é que são mais eficientes e produtivos e com recursos infinitamente menores que a da administrarão pública. Todos tem uma única função: fazer lucro. Se não ganhar dinheiro a coisa fecha as portas e todos perdem. O lucro é um indicativo que estão sendo aprovados pelos clientes. Embora a iniciativa privada tenha por objetivo fazer dinheiro isto não quer dizer que agem como uns ditadores, muito pelo contrário, veem-se obrigados, para ganhar dinheiro, a primeiro prestar um serviço melhor e pelo menor preço estando sempre preparados para emergência e aumento súbito de serviço. Além do mais tem a concorrência que pode tomar parte de seu lucro. Todos trabalham sem descanso e tem o foco no cliente que é o patrão, o que paga a conta e os salários de todos e remunera o capital investido. A contabilidade orienta o que saí e o que entra; se está dando lucro e se não está; que departamento tem que ampliar e o que tem que se descontinuado; quem é mais eficiente; quem trabalha e produz e quem não acompanha a meta estabelecida, e as melhorias são o todo o momento incrementadas e os desperdícios são prontamente evitados e o mau uso dos equipamentos são preocupações constantes. A higiene é parte da oferta do serviço e não é descuidada. Tudo para agradar o verdadeiro patrão: o cliente.
Ninguém proíbe nem diz que o governo não deve se meter na prestação deste serviço. Apenas é preciso que se faça notar que em função de sua natureza seu serviço redundará sempre de alto custo e péssima qualidade e sua oferta que pretende ser pública e universal não atinge o objetivo. Não tem como mudar isso, pois é um assunto de natureza econômica que é inteiramente ignorada. Não se pode medir pela estimativa de lucro e perda o serviço prestado por uma delegacia de polícia. O seu serviço é um bem essencial e a sua estimativa é única e exclusiva: a segurança. Se há paz e o crime é combatido é o que importa. O quanto custa não vem ao caso, outras esferas se ocupam dele e sempre implica no emprego do dinheiro do pagador de imposto que nesse caso pode entender que está fazendo um bom investimento neste item.
Mas aí aparece a velha pergunta: e o "pobre" como fica? É a velha crença de que a iniciativa privada só atende os ricos. Ora isto é outro assunto, mas vale adiantar: o pobre é um produto do governo que interfere no mercado de trabalho e faz surgir o desemprego crônico que gera a miséria, o vício e o crime. O mesmo que ocorre na saúde, se repete no mercado do trabalho assim como em qualquer atividade de natureza econômica, educação, transporte, energia. A finalidade do governo é única e exclusiva: a segurança para preservar o ambiente de paz para que as pessoas possam perseguir e alcançar o resultado daquilo que julgarem por si só o que melhor lhe convêm para o seu bem estar, ponto de partida da atividade econômica e da criação da riqueza.
Fora do seu ramo de atividade, a segurança, exigir do governo bom desempenho e eficiência, é o mesmo que exigir a destruição da economia e a criação da riqueza, o mesmo que exigir que galinha ponha ovo de avestruz.
Fora do seu ramo de atividade, a segurança, exigir do governo bom desempenho e eficiência, é o mesmo que exigir a destruição da economia e a criação da riqueza, o mesmo que exigir que galinha ponha ovo de avestruz.
Vanderli Camorim
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