ALGOZ BRASILEIRO:
POLUIÇÃO, AMBIENTALISMO, ONG, INSEGURANÇA...
Por Armando Soares
A poluição, o ambientalismo com suas
ONGs e o Estado a serviço do banditismo matam milhões de pessoas no Brasil,
uma prova insofismável de que o brasileiro é um povo passivo, idiotizado e gosta
de ser maltratado e dominado.
A poluição no ar, água, solos e locais de
trabalho é responsável por doenças que respondem por uma em cada seis mortes em
todo o mundo, mas o número pode ser ainda maior, devido ao impacto de muitos
agentes poluentes ainda pouco estudados. As vítimas da poluição representam o
triplo das mortes combinadas causadas pela AIDS, malária e tuberculose, e 15
vezes o número de vítimas de guerras e outras formas de violência. “A poluição
coloca em perigo a estabilidade dos sistemas de suporte da Terra e ameaça a
sobrevivência contínua de sociedades humanas”, diz o boletim de imprensa
divulgado pela revista (The Guardian, 19/10/2017). A grande maioria das mortes
causadas pela poluição ocorre nos países mais pobres e subdesenvolvidos.
O
impacto econômico das vítimas da poluição é estimado em 4,6 trilhões de dólares
anuais, equivalente a 6% do PIB mundial. “Esses custos são tão vultosos que
podem arrastar para baixo as economias de países que estão tentando avançar.
Nós sempre ouvimos dizer que ‘não podemos arcar com os custos da limpeza da
poluição’ – eu digo que não podemos arcar com os custos de não fazer a
limpeza”, disse o Dr. Richard Landrigan, professor da Faculdade de Medicina
Icahn de Mount Sinai, EUA, um dos coordenadores do estudo.
O
editor-chefe da Lancet, Dr. Richard Horton, completou: “Nenhum país está livre
da poluição. As atividades humanas, inclusive a industrialização, urbanização e
globalização, são todas causadoras de poluição. Nós esperamos que os resultados
da comissão possam persuadir os líderes, nos âmbitos nacionais, estaduais,
provinciais e municipais, a fazer da poluição uma prioridade. As atuais e
futuras gerações merecem um mundo livre da poluição.”
Por sua
vez, Landrigan fez outra observação crucial: “A poluição não tem recebido nem
de longe a atenção dada às mudanças climáticas, à AIDS ou à malária – é o
problema de saúde mais subestimado no mundo.”
Sem
contestar a atenção que merecem tanto a AIDS (1 milhão de mortes em 2016) como
a malária (438 mil mortes em 2015), o Dr. Landrigan colocou o dedo na ferida,
quando menciona a vasta mobilização em torno do clima global, fenômeno sobre o
qual a influência da humanidade oscila entre nula e irrisória. Com uma fração
dos recursos humanos, técnicos e financeiros que têm sido desperdiçados com um
problema que não tem nem de longe a dimensão atribuída a ele, seria possível
corrigir boa parte dos problemas reais criados pela poluição, em especial, a
dos cursos d’água prejudicados pelas deficiências de saneamento básico. Da
mesma forma, a elevação dos níveis de vida das populações mais pobres,
dando-lhes acesso a simples fogões a gás ou elétricos, técnicas de produção
mais modernas e transportes mais eficientes poderiam reduzir consideravelmente
os índices de poluição interna e externa responsáveis por tantas mortes.
Talvez, de forma mais discreta e menos espetaculosa e desinteressante para a
grande mídia, mas, sem dúvida, bem mais relevante para as populações
beneficiadas e para a humanidade em geral.
De um lado tem o ambientalismo
contribuindo para matar mais brasileiros desviando a atenção do governo
brasileiro para a poluição, de outro lado o ambientalismo prioriza a
preservação ambiental que instala no país, especialmente na Amazônia
territórios indígenas e quilombolas, com a colaboração da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Em audiência convocada por
solicitação do aparato ambientalista-indigenista e órgãos da sua rede de apoio
jurídico, para apresentar “a situação de vulnerabilidade e opressão enfrentada
pelas comunidades quilombolas do país, sobretudo em razão da não titulação de
suas terras tradicionais, e traçar um mapa da situação de direitos humanos dos
povos indígenas, envolvendo também recentes ameaças ao direto à terra”, como
afirma um boletim do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), uma das ONGs
envolvidas no processo (Cimi, 23/10/2017). Não esqueçamos que o flanco dos
“direitos humanos” é parte da agenda do Establishment oligárquico internacional
para a imposição de um regime de soberania restrita do Estado brasileiro sobre
grande parte do seu território, em especial, na Amazônia. A investida se
confunde com as campanhas do aparato ambientalista-indigenista, também
controlado pelos mesmos círculos oligárquicos.
A representação em favor dos
quilombolas foi feita pelas ONGs Coordenação Nacional de Articulação das
Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Terra de Direitos, Associação de
Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia (AATR), Comissão Pastoral
da Terra (CPT), Conectas e Justiça Global. Comissão Pró-Índio de São Paulo e
Instituto Socioambiental (ISA). Para os indígenas, as entidades foram o
onipresente Cimi e Associação Juízes para a Democracia (AJD), além da
Defensoria Pública da União (DPU) e do Ministério Público Federal (MPF).
O relator da CIDH para o Brasil, o
advogado estadunidense James Cavallaro, qualificou como “chocantes” as
denúncias apresentadas e afirmou ser preciso “efetivar a promessa
constitucional e fazer valer os direitos” dessas populações. Para ele, a inação
do governo em relação às pautas indígenas e quilombolas é “injustificável”.
Cavallaro é um veterano agente do aparato intervencionista internacional que
atua com a pauta dos “direitos humanos”, com larga experiência em assuntos
brasileiros. Na década de 1990, chefiou o escritório da Human Rights Watch no
Rio de Janeiro. Em 1999, fundou a Justiça Global, hoje uma das ONGs brasileiras
mais ativas no setor. Entre 2014 e março de 2017, atuou na CIDH, tendo
presidido o órgão no último ano. Mesmo com a ausência dos representantes
oficiais brasileiros nas audiências, seguramente, a ofensiva prosseguirá. O
próprio Cavallaro já anunciou que estará no Brasil, na semana de 12 de
novembro.
Não satisfeitos com as ações nocivas
contra a Amazônia e o Brasil, o ambientalismo incrustado no governo brasileiro
através do Ministério do Meio Ambiente, está soltando foguetes de alegria com
uma indústria instituída pelo governo de multas ambientais no País. Em nota
publicada em 24 de outubro, o blog Ambiente Inteiro denuncia que o Decreto
9.179, publicado no Diário Oficial da União no mesmo dia, institui uma
indústria de multas ambientais no País. O decreto permite que os recursos
provenientes de multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) possam ser transferidos para projetos
ambientais selecionados pelo governo, inclusive, de ONGs ambientalistas. Os
infratores que aderirem ao plano terão descontos de até 60% nos valores das
multas. Segundo a presidente do Ibama, Suely Araújo, o montante de multas
passíveis de conversão chega a R$ 4,6 bilhões. O blog, de maneira desrespeitosa,
ironiza: Sempre que os ambientalistas do governo precisarem de recursos, basta
acionar a máquina de emissão de multas via satélite e convida os autuados a
lhes entregar o recurso com o generoso desconto.
“O céu é o limite considerando as
multas que ainda serão lavradas pelos agentes do Ibama e do ICMBio [Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]. Alguns estados já pensam em copiar
o decreto de do ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho e reproduzir o
esquema com as multas dos órgãos estaduais de meio ambiente”, diz o blog.
“Quanto mais multa, mais recursos
terão os ambientalistas. Quanto mais dano ambiental, mais recursos terão as
ONGs. É a ‘glamourização’ do dano ambiental, que pode acabar em um grande
esquema de autuação e desvio de recursos. Depois do Mensalão e do Petrolão,
poderemos ter aí o Multagate.”
E, continua a ação criminosa do
ambientalismo, agora com megacompanhias globais de braços dados com Greenpeace
& cia. Um grupo de 23 grandes companhias globais acaba de anunciar apoio ao
Manifesto do Cerrado, lançado em setembro último por mais de 40 ONGs
ambientalistas, com o qual pretendem obstaculizar o avanço da produção
agropecuária nas terras daquele bioma. Demonstrando uma grande sintonia com a
agenda do aparato ambientalista que opera no Brasil, a carta afirma, em parte:
“O Código Florestal brasileiro é elaborado para assegurar que a produção
agrícola e a proteção ambiental sejam equilibradas. É um importante mecanismo
legislativo, requerendo, por exemplo, o registro de terras e compensações por
perdas históricas de florestas; porém, ele oferece pouca proteção no Cerrado,
onde a lei exige que apenas 20% de cada propriedade privada sejam reservados
para a conservação. Como se sabe, os “verdes” nunca engoliram o índice de 20%
de Reserva Legal no bioma Cerrado, pretendendo que seja elevado para pelo menos
50%. Entre as empresas, destacam-se: Carrefour, Colgate-Palmolive, Kellogg,
L’Oréal, McDonald’s, Nestlé e Walmart.
A iniciativa denota não apenas a
importância que tais megaempresas atribuem ao “marketing verde” nas suas
estratégias comerciais, mas também a sua intimidade com os escalões superiores
do aparato ambientalista internacional. Previsivelmente, os “verdes”
celebraram. "Trata-se de uma clara sinalização que essas empresas dão aos
seus fornecedores de que o mercado não aceitará mais produtos com origem no
desmatamento, seja na Amazônia ou no Cerrado. Esperamos que o próximo passo
seja o anúncio de políticas concretas de compra alinhadas com o critério do
desmatamento zero no Cerrado", disse Cristiane Mazzetti, da campanha de
florestas do Greenpeace Brasil (Greenpeace, 25/10/2017).
“Partindo de referências de sucesso
na Amazônia, um maior compromisso da iniciativa privada será chave para a
proteção do bioma”, reforçou Edegar Rosa, coordenador do programa Agricultura e
Alimentos do WWF-Brasil.
Enquanto o Brasil e os brasileiros
não combaterem o ambientalismo, não haverá desenvolvimento.
Armando Soares – economista
E-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com
Dados fornecidos pelo
Alerta Científico e Ambiental
Soares é articulista de Libertatum
Soares é articulista de Libertatum
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