segunda-feira, 7 de maio de 2007

O Aborto, sob uma Perspectiva Política

Por Klauber Cristofen Pires

Creio que muito já tenha sido escrito sobre a questão do aborto, hoje tão polêmica, abordando-o quer seja do ponto de vista religioso, biológico ou sob o ponto de vista das doutrinas do liberalismo ou conservadorismo. A análise que se seguirá, todavia, pretende inovar, ao tratar o tema sob uma perspectiva especialmente política.

A coluna-mestra será o argumento principal usado pelos defensores do aborto: a questão da liberdade de escolha da mãe. De antemão, já seria um convite à reflexão perguntar aos cidadãos simpatizantes do argumento dos abortistas se não acham nada estranho esta intransigente luta pela liberdade das mulheres, justo por parte de partidos que têm dado demonstrações contumazes de que pretendem suprimir, cada vez mais, a liberdade dos cidadãos.

Todavia, este convite vai mais longe, e convida o leitor a buscar fatos esquecidos lá atrás. Quem se lembra de uma eloqüente propaganda eleitoral para as eleições presidenciais de 2001, onde um jovem, diante de uma platéia, ergue o punho, declara-se filho de mãe solteira e brada “Sou Lula!”? Aquele “reclame” jamais me saiu da cabeça, e não por pouco, mas justamente por ter sido tão representativo...

Entrementes, convido o leitor para recordar também o seguinte:

a) Quantas novelas não mostraram aquele casal, ocupando os papéis principais, terminando juntos – mas sem casar – afinal, de que vale uma mera folha de papel? Seria ela que garantiria uma relação? Curioso é que as pessoas que detratavam “a folha de papel”, por considerá-lo tão precário, preferiam juntar-se sem nenhum compromisso a buscar meios alternativos, que, pelo menos supostamente fossem mais eficazes...

b) Quantos scripts foram entregues a belas atrizes para protagonizarem mães solteiras, heroínas, corajosas, numa sempre constante mensagem de desdém aos homens?

c) Quantas propagandas pró-camisinha (lembro particularmente de uma em que um sujeito fala tranqüilo, sentado em uma cadeira de preguiça, em meio a um bloco de carnaval), todas com a mensagem: transe à vontade, mas use camisinha...

Será mais compreensível agora? A questão é: jamais se tratou de um exercício de liberdade da mulher! As que assim pensaram, agiram segundo os desígnios traçados por outrem! Agiram como fantoches, por grupos interessados em obter poder por meio da formação de um exército de inocentes úteis, seus filhos!
Raciocine: por quê outro motivo então, não teria sido inserida a cláusula constitucional que permitisse o voto aos 16 anos? E com um requinte de estratégia: o voto facultativo, para que somente os militantezinhos adestrados saiam marchando para as urnas, enquanto os jovens de famílias tradicionais, tendendo a assumir justamente um comportamento mais maduro, irão, em sua maioria, abster-se de comparecer!

Há mais um parâmetro que não podemos esquecer: pari passu à “produção independente” e ao abandono do casamento, restou também o abandono do convívio no meio religioso, e com ele, dos costumes que traduziam um legado de condutas morais *. Bingo! Afinal, a família sempre foi um estorvo para a turma da engenharia social!

Mães solteiras, relegadas à solidão, sem o apoio de um marido responsável ou de verdadeiras boas companhias, verão seus filhos, desde a tenra idade, serem vítimas da doutrinação, aprendendo a proferir palavras de ordem em apoio a sujeitos inescrupulosos, coisa que, certamente, farão com orgulho, bradando o punho ao alto, e gritando o nome do ídolo da hora (Alguns irão ganhar um cachê por mostrarem a própria estupidez em rede nacional...).

Aí está uma boa questão a se tratar quando falamos de aborto. Quem realmente, agirá com liberdade? Pois, parece-me claro que, mais uma vez, as moças e rapazes servirão de instrumento de políticas infames! Pense, quem lê este artigo, o quanto possa ser fácil ao Estado inventar subterfúgios que façam a mãe abortar pensando que está tomando uma decisão própria!

Será que os advogados do aborto querem tanto assim a liberdade da mulher? Ou, antes, não pretendem, agora que estão no poder, administrar os danos colaterais do plano bem-sucedido? Que tal, por exemplo, fazerem-se livres dos futuros bandidos? Ora, quem já não viu reportagens televisivas anunciando o alegado sucesso de tais medidas tomadas alhures como forma de prevenção ao crime? Ou será que não querem se livrar de algumas despesas com médicos, escolas e tantos “vales-isso-e-aquilo”? Ou, será ainda que não planejam controlar a taxa de desemprego, eliminando os futuros desempregados?

Veja que motivos ao estado e aos seus futuros pretendentes para a causa do aborto, não faltam, mas eles usam como pretexto uma alegada liberdade da mulher, assim como usaram como pretexto a diminuição da violência quando queriam aprovar a lei do desarmamento.

Quem quer ser o próximo ratinho de laboratório?

* A declaração não pretende questionar, em tese, os valores morais assumidos por ateus ou agnósticos, mas simplesmente asseverar que, no meio religioso, encontra-se um círculo social onde estes valores são cultivados de forma permanente, e onde as pessoas se apóiam umas às outras.

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