Segundo Aristóteles, conhecer a verdade é um dom natural do ser humano, só obstaculizado por fatores acidentais ou privações forçadas. Aristóteles não conheceu o Brasil.
Por Anatoli Oliynik
Impossível falar das Organizações
Globalistas e da Nova Ordem Mundial abarcando toda a sua amplitude a partir do
texto de um artigo. O assunto é complexo, maior do que se pode imaginar a
primeira vista e exige um mergulho profundo nos meandros das estratégias
políticas e labirintos do poder para compreendê-lo em sua inteireza. Embora a
literatura seja vasta, apresenta o dificultador de ser praticamente toda ela em
língua inglesa.
Assim, no ideário brasileiro “globalização” passa a
ser sinônimo de capitalismo e imperialismo ianquista e a “Nova Ordem Mundial”
não passa de “teoria da conspiração” e fim de papo.
Um dos poucos brasileiros que escreve sobre o assunto
é o jornalista, ensaísta e filósofo, Olavo de Carvalho, mas nem todos leem
Olavo porque o establishment brasileiro
faz-lhe ferrenha oposição impedindo o seu acesso a grande mídia brasileira. Com
isso a maioria das pessoas desconhece o verdadeiro significado da “globalização”
e “Nova Ordem Mundial”, e o que isso representa para o Brasil e para o mundo
hodierno.
O meu objetivo não é suprir essa
lacuna, pois não tenho todos os elementos e nem conhecimento para tanto, mas o
de trazer o assunto à tona, para fora do establishment
brasileiro, e com isso despertar a curiosidade das pessoas motivando-as na busca
de mais informações.
Inicio esse despertar apresentando um quadro onde
figuram cronologicamente as principais organizações e fundações globalistas.
CRONOLOGIA DAS FUNDAÇÕES E ORGANIZAÇÕES GLOBALISTAS
Fundações e Organizações Globalistas que visam a instituição da
Nova Ordem Mundial
* Objetivo:
Controlar o Mundo *
Ano
|
Nome
|
1896
|
Carnegie Institute of Pittisburgh
|
1902
|
Carnegie Institution of New York
|
1910
|
|
1911
|
|
1901
|
Comitê dos 300 2
|
1902
|
Rhodes Trust 3 è Rhodes Scholarship
|
1910
|
Round Tabe [Mesa Redonda] –
(jornal) 4
|
1913
|
Round Tabe [Mesa Redonda] –
(grupos)
|
1913
|
Fundação Rockefeller
|
1920
|
Instituto Real de Assuntos Internacionais (RIIA) 5
|
1920
|
Liga das Nações
|
1921
|
CFR - Council on Foreign Relations [Conselho de Relações Exteriores]
|
1923
|
Escola de Frankfurt 6
|
1936
|
Fundação Ford
|
1945
|
Organização das Nações Unidas (ONU) 7
|
1947
|
Instituto Tavistock de Londres 8
|
1952
|
Conselho Populacional [braço operacional da
Fundação Rockefeller]
|
1954
|
Clube Bilderberg
|
1968
|
Clube de Roma
|
1970
|
Fundação MacArthur
|
1973
|
Comissão Trilateral
|
1982
|
Inter-American
Dialogue [Diálogo Interamericano] 9
|
Elaborado
por: Anatoli Oliynik
1 Direcionada ao
entendimento diplomático das nações. Núcleo central que vigora até hoje.
2 1901 é a data
provável de fundação que coincide com o ano da morte da Rainha Vitória.
3 Fundada por
testamento de Cecil John Rhodes (1853-1902) a Rhodes Trust mantém duas
subsidiárias: A Cecil Rhodes
Scholardship em homenagem ao seu patrono e o Rhodes Trust Fund.
4 Heitor De Paola
indica dois livros fundamentais para entender a Mesa Redonda: The Anglo-American Establishment, de Carroll Quigley
e o Tragedy & Hope, também do Quigley.
5 Royal Institute of International Affairs
(RIIA). Também conhecido como “Chattan House” fundado em Londres. O
RIIA equivale ao CFR – Conselho de Relações Exteriores sediado nos EUA.
6 A Escola de
Frankfurt tem por missão a destruição da Cultura Ocidental - “Revolução
Cultural”.
7 Sucessora da
Liga das Nações. A mudança de nome foi estratégica: mesma missão; mesmos
objetivos.
8 Função: Estudos
da ciência comportamental na linha freudiana para
"controlar" humanos.
9 Fundado por
David Rockefeller. Fernando Henrique Cardoso, membro do Dialogo, é quem
estabelece a sua ligação com o Brasil.
|
As organizações supracitadas, todas elas,
sem exceção, atuam sob duas camadas: uma pública, de fachada e a outra oculta
ou até mesmo secreta da qual o público não tem o mínimo conhecimento. É sobre a
face oculta que falarei de ora em diante.
Inicio suscitando algumas perguntas que
por certo o leitor ou a leitora está fazendo. Vamos a elas:
O que são essas fundações e organizações descritas no
quadro supra e quais são seus projetos?
Respondendo a primeira parte da pergunta:
“São forças
históricas, algumas originárias de famílias nobiliárquicas, outras não, mas
todas elas visando um único objetivo: Controlar o mundo.”
Complementado a resposta e falando sobre a elite
globalista que se forma a partir dessas forças históricas:
“É uma entidade
organizada, com existência contínua há mais de um século, que se reúne
periodicamente para assegurar a unidade de seus planos e a continuidade da sua
execução, com a minúcia e a precisão científica com que um engenheiro controla
a transmutação do seu projeto em edifício”. (CARVALHO,
pp. 78-9)
Quanto ao projeto:
“O projeto
globalista é herdeiro direto e continuador do socialismo fabiano, tradicional
aliado dos comunistas.” (CARVALHO, p. 55)
Qual a repercussão dessas organizações
para o Brasil?
“Quem quer que
tenha acompanhado as grandes mudanças na política econômica, jurídica e
cultural do Brasil nos últimos vinte anos sabe que todas elas vieram prontas
das centrais globalistas – ONU, OMS, UNESCO, Bilderberg, Rockefeller, Fundação
Ford, George Soros, etc.” (CARVALHO, p.76)
Essas as organizações não atuam isoladamente, embora
possam fazê-lo e o fazem, elas formam uma espécie de “Consórcio” que Olavo de
Carvalho assim descreve:
“O Consórcio atua
por meio de uma multiplicidade de organizações subsidiárias espalhadas pelo
mundo todo, [ ... ] mas não tem ele próprio uma identidade jurídica. Isso é uma
condição essencial para sua atuação no mundo, permitindo-lhe comandar
inumeráveis processos políticos, econômicos, culturais e militares sem poder
jamais ser responsabilizado diretamente pelos resultados, seja ante tribunais,
seja ante o julgamento da opinião pública.” (CARVALHO,
p. 80)
No Brasil esses processos são operacionalizados da
seguinte forma:
A técnica em si
consiste, como sempre, em uma rede de fundações estrangeiras financia outra
rede de ONGs do país nativo, para que esta última siga em conjunto as diretivas
planejadas no exterior. A rede de ONGs locais aparenta agir por livre
iniciativa, mas constitui, na verdade, uma rede de organizações criadas ou
mantidas pelas fundações estrangeiras, que impõe aos nativos as estratégias
externas. Pela falta de recursos locais, as ONGs nativas não podem fazer senão
aquilo que lhes é ditado pelas fundações que lhes fornecem os recursos. Deste
modo, devido à ausência de informação, no país alvo, sobre os detalhes deste
método de trabalho, as fundações estrangeiras podem dar-se ao luxo de planejar
a modificação, sem grande resistência, dos costumes, da moral e da legislação
da nação, mesmo contra a vontade do povo nativo e sem que este tenha uma idéia
das verdadeiras razões do que está acontecendo. Ao povo, e às autoridades civis
e religiosas, é dada a impressão de que tudo é o resultado do destino natural e
inevitável da história. (A NOVA ESTRATÉGIA
MUNDIAL DO ABORTO, p. 10)
Esta técnica, utilizada para financiar o aborto no
Brasil, se aplica, igualmente, a todos os projetos emanados das “centrais
globalistas”.
Com relação a rede de ONGs brasileiras, elas exercem um
papel duplo: Por um lado atuam como braços operacionais das “centrais
globalistas” e por outro como aparelhos
privados de hegemonia, na expressão de Gramsci, para ocupação de espaços e
hegemonia de pensamento visando a implantação do comuno-socialismo no Brasil.
Para fundamentar a ocupação de espaços nas mãos dos aparelhos privados de hegemonia, vejamos
os dados que coligi a partir das informações do IBGE e IPEA. Em 2004 existiam
no Brasil:
§ 276
mil Fundações e Associações sem fins lucrativos;
§ 1,5
milhão de pessoas trabalhavam nelas;
§ R$
17,5
bilhões/ano salários e remunerações;
§ 1/3
situadas em São Paulo e Minas Gerais:
-
21%
em São Paulo;
-
13%
em Minas Gerais.
§ 62%
criadas a partir dos anos 90.
§ US$
36 milhões foram aplicados no Brasil pela Fundação MacArthur
entre 1990 e 2002.
Hoje,
este número ultrapassa a 500 mil, segundo informações da Associação Brasileira
das Organizações Não-Governamentais (ABONG). As informações do IBGE e do IPEA desapareceram
do domínio público, razão pela qual não foi possível atualizar os dados.
De onde vem todo esse dinheiro e qual a razão da Fundação
MacArthur aplicar tamanhos recursos financeiros no Brasil?
A resposta de onde vem o dinheiro aponta para uma única
direção: Para as organizações globalistas.
Quanto a razão dessa dinheirama toda ser despejada no
país a resposta também é única. Vejamos o que nos diz o maior estudioso do
assunto no Brasil.
“Toda a
bibliografia existente sobre o Consórcio atesta que o objetivo dele é a instauração
de uma ditadura socialista mundial.”
E complementa:
“Mas pessoas que
desconhecem essa bibliografia, e ademais acostumadas a raciocinar com base nos
significados usuais das palavras, sem ter em conta a tensão dialética entre
estas e o objetos reais que designam, encontram uma dificuldade medonha em
entender que capitalistas e banqueiros possam desejar o socialismo.” (CARVALHO, pp. 82-3)
O assunto é empolgante, complexo, desafiador e acima
de tudo GRAVE, mas é dado o momento para interrompê-lo, mesmo estando distante anos-luz
de esgotá-lo. Sequer chegamos a arranhá-lo, mas tendo em vista que o meu
objetivo não foi de esgotar o assunto, mas o de despertar o leitor e motivá-lo
no seu aprofundamento, espero ter alcançado tal desiderato.
De agora em diante é com você.
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Olavo. “Os EUA e a Nova Ordem Mundial”. São
Paulo: Vide Editorial, 2012.
Comissão
em Defesa da Vida do Regional Sul-1 da CNBB. “A Nova Estratégia Mundial do Aborto”. 2012.
DE
PAOLA, Heitor. “O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial”.
São Paulo: É Realizações, 2008.
ESTULIN,
Daniel. “Clube Bilderberg”. Tradução Lea P. Zylberlicht. São Paulo:
Editora Planeta, 1ª edição, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! Seja benvindo! Se você deseja comunicar-se, use o formulário de contato, no alto do blog. Não seja mal-educado.