“Os filhos não são mais
dos pais, são do estado”
(Lei da Palmada)
Em
regime chamado democrático, político e governante saem do povo, portanto, não
cabe nenhuma desculpa quando eleitos alegarem desconhecer os reais problemas da
economia, dos serviços públicos que atingem o povo.
Por Armando Soares - economista
Eleitos ao assumirem seus
postos como legisladores e governantes, certamente vão encontrar a região ou o
país com sérios problemas sem solução. Alegar desconhecimento desses problemas
ou falta de tempo e de recursos para resolvê-los, significa que não usaram de
honestidade durante a campanha eleitoral e buscaram o poder apenas para atender
interesses pessoal ou ideológico.
Essa é a verdade política brasileira que o
povo desconhece e vem engolido sem nenhuma reação, talvez, porque nunca ninguém
teve verdadeiramente interesse que o Brasil seja administrado por pessoas
competentes e honestas e tenha leis compatíveis com a sua grandeza. Resultado:
vive-se num país do “me engana que eu gosto”, criando-se situações para desviar
a atenção da incompetência e desonestidade, como o surgimento de movimentos
chamados populares formados com o único intuito de intimidar, criar intranquilidade,
atemorizar.
Seria admitir que a grande maioria do povo brasileiro fosse idiota
para aceitar que político e governante eleito não conhecessem os reais
problemas brasileiros regionais e nacionais como, por exemplo, a redução da
maioridade ou menoridade penal para conter a onda de crimes brutais; ...
que armas
que matam inocentes entram com extrema facilidade em quantidades absurdas
através de nossas fronteiras, assim como drogas, enquanto o governo age com
firmeza desarmando o povo para facilitar os assassinatos, sem garantir
segurança; ...
que nossa educação é péssima, não educa ninguém, sendo o aluno apenas
um instrumento para atender interesses mercadológicos de professores que na
realidade não são educadores; que doenças poderiam ser evitadas se fosse
priorizado a construção de sistemas de esgoto para erradicar focos de doenças que
rola nas ruas e contaminam com maior facilidade os bairros e municípios pobres; ...
que nosso sistema de transporte é o pior do mundo, fator de estresse e
responsável pela baixa produtividade das pessoas; que o sistema de saúde é uma
desgraça, uma vergonha, que brinca com a vida e não atende os doentes e, pior,
não valoriza a classe médica; que os centros urbanos estão em total processo de
degradação e falência em consequência de repetidas administrações pífias,
demagógicas, insensíveis à qualidade de vida da população e corruptas; ...
que os
serviços públicos são péssimos e os burocratas não são mais servidores públicos,
não servem bem a ninguém atendem mal as pessoas, pois se acham protegidos pelo
Estado que lhes garantes aposentadorias burguesas e ricas, tudo pago com o
sacrifício do trabalho do besta do povo; que os impostos não são impostos, não
passa de puro confisco da renda uma vez que não retorna em favor da sociedade e
do seu desenvolvimento, mas antes se presta para alimentar a corrupção, os
interesses dos apaniguados e de empresas vampíricas que sobrevivem à custa de
‘jogadas’, de privilégios, anomalias que anulam a função do imposto; ...
que as
instituições, poder legislativo, poder judiciário e ministério público não
funcionam, e quando funcionam é apenas para atender interesses do poder
executivo, o que é o mesmo que sustentar uma ditadura na sombra da
constituição, que faz desparecer, sem golpe, o regime republicano democrático; ...
que
contratos e regulamentos são papéis sem valor, não têm credibilidade, espantam
investidores, núcleos de desenvolvimento legítimos, uma vez que governo não
produz nada, não gera emprego produtivo e é incapaz de realizar desenvolvimento
econômico sozinho, a não ser em regime comunista, experiência como se sabe
desastrosa que faliu todos os países que o adotaram o modelo
comunista-socialista.
Ignorância proposital que serve para outros objetivos. O
caminho político-administrativo que governantes teimam em seguir, por falta de
propostas, já deu mostras de fadiga e improdutividade, e só produz mais
sofrimento para o povo, que por nunca ter tido qualidade de vida se satisfaz
com esmolas.
O Brasil vive
um momento crítico repetitivo, difícil de solução, um diálogo de surdos entre
políticos, governos e sociedade. Governos, políticos e sociedade nunca se
entenderam, convivem e conviveram por conveniências.
Enquanto governo como o
americano, o canadense, o inglês tem como princípio representar os legítimos
interesses empresariais que se confundem com o econômico e os interesses do
Estado, o governo brasileiro não prioriza o empresário, o núcleo produtivo,
pois sempre se conteve em apoiar abertamente o capitalismo e o liberalismo
econômico, verdade que pode ser constatada pela história e pelo atraso
econômico.
Esse é o principal problema brasileiro, o político e governante versus
modelo econômico. Quando um país não tem convicções consolidadas e considera o
núcleo empresarial nocivo aos interesses políticos ideológicos, o resultado é o
que todos estão presenciando, um Brasil vacilante, sem força econômica
propulsora e um Estado inchado, doente e improdutivo que suga toda a renda do
trabalho produtivo.
Povo
e sociedade ignorados faz lembrar o magnífico show-espetáculo “Brasileiro
Profissão Esperança”, protagonizado por Paulo Gracindo e Clara Nunes, com base
nas músicas de Dolores Duram e textos de crônicas de Antonio Maria. Em um dos
textos de Antonio Maria, declamado por Paulo Gracindo serve para orientar a
sociedade e o povo brasileiro. ...
Pouco a pouco foram reduzidos o meu direito
a minha humanidade, tiraram meu semelhante de junto de mim, limitaram o uso de
meu cérebro a operações mais simples, arrancaram com aminha carta de cidadania,
extinguiram a minha capacidade de influir, diminuíram meu cérebro, dissolveram
a minha consciência.
Agora eu apenas faço parte da paisagem quase morta. Sou
uma planta encostada aqui neste banco de praia. Quando haverá outro dia
esperança, quando? ... Não, não vou por ali. Só vou por onde me leva meus
próprios passos. Se o que busco saber nenhum de vós responde, por que me
repetis vem por aqui. Prefiro escorregar nos becos lamacentos redemoinhar os
ventos como farrapos arrastar os pés sangrentos a ir por aí. ... Ide. Tendes
estradas. Tendes jardins. Tendes pátrias. Tendes tetos e tendes regras e
tratados, filósofos e sábios. .... Aqui ninguém me dê piedosas intenções, não
me peça, definições, ninguém me diga vem por aqui. A minha vida é um vendaval
que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou.
Não sei por onde vou, não sei pra onde vou, sei que não vou por aí.
A
Lei da Palmada é uma excrecência, uma ofensa aos pais, à sociedade brasileira,
um passo a mais para implantar instrumentos comunistas repetindo o que já
aconteceu em Cuba, na União Soviética e na China, onde o governo substituiu a
família e os filhos passaram a denunciar os pais. Não, não aceito esse caminho que reduz os
brasileiros a escravos de ditadores cruéis e apátridas, e afirmo com toda a
minha força, nenhum Estado construído por mentes doentes tira de mim o pátrio
poder.
O
saudoso Nelson Rodrigues já dizia: "A unanimidade é burra". Se você
não faz parte da unanimidade e não compartilha do diálogo de surdos, sugiro que
siga o famoso pensamento oriental que diz: "O homem comum fala, o sábio
escuta, o tolo discute”.
Armando Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br
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