Insensatez, a opção política brasileira
Por Armando Soares
Barbara
W. Tuchman, notável historiadora norte-americana, começa o seu livro “A Marcha
da Insensatez”, destacando que o fenômeno observável ao longo da História, que
não se atém a lugares ou períodos, tem sido o da busca, pelos governos, de
políticas contrárias aos seus próprios interesses. Nossa espécie, ao que tudo
indica, quando se trata de governar, apresenta resultados bem menos brilhantes
do que os obtidos em outras atividades humanas. Nessa esfera, a sabedoria – que
pode ser definida como exercício de julgamento atuando à base de experiência,
senso comum e informações disponíveis – é menos operativa e mais decepcionante
do que seria de se esperar. Por que os homens com poder de decisão política tão
frequentemente agem de forma contrária àquela apontada pela razão e que os
próprios interesses em jogo sugerem? Por que o processo mental da inteligência,
também frequentemente, parece não funcionar?

De
vários exemplos de insensatez nominados por Tuchman, destaca-se o seguinte: porque
os dirigentes de Tróia permitiram o ingresso dentro de seus muros daquele
cavalo de madeira extremamente suspeito, não obstante terem todos os motivos
para imaginarem tratar-se de um ardil por parte dos gregos? Em todos os campos
que não o de governo, o homem vem realizando maravilhas, por quê? “Enquanto
todas as demais ciências progrediram”, confessou John Adams, segundo presidente
norte-americano, “a de governar marcou passo; está sendo praticada, hoje,
apenas um pouco melhor do que há três ou quatro milênios...” Conclusão a que se
estende até os nossos dias onde o Brasil é exemplo. O desgoverno, segundo
Tuchman, é de quatro tipos: 1) tirania ou opressão; 2) ambição desmedida; 3)
incompetência ou decadência; 4) insensatez ou obstinação. Por que o governo
brasileiro permitiu o ingresso do ambientalismo no Brasil e na Amazônia? A
resposta está no desgoverno do PT que se caracteriza pela opressão, ambição
desmedida, incompetência e insensatez, ao que se associam as instituições e os
tribunais de justiça.
Os
militares, enquanto governo, se mostraram muito superiores a qualquer governo
civil. Em se tratando do governo do PT então a diferença é abissal.
Lamentavelmente a democracia implantada no Brasil propiciou a subida ao poder
de governantes incompetentes com o agravante de trazerem em sua bagagem o
socialismo e o comunismo, ambos comprovadamente regimes fracassados e
responsáveis pelo inchaço do Estado e de programas sociais que no Brasil, mais
do que em outros países estimulam a preguiça, a malandragem e políticas
travosas ao desenvolvimento.

A
insensatez, a maldade, a estupidez e a incompetência se transformam em
políticas nocivas como se verifica na Transamazônica, no município de Anapu.
Enquanto os militares tudo fizeram para colonizar a região doando terras
incentivando a atividade agropecuária, o governo civil, a partir de sua adesão
a política ambiental imposta pelo governo mundial, tudo tem feito para matar as
células produtivas implantadas com muito sacrifício. É o cenário que relata
Silvério Fernandes, presidente do Sindicato dos Produtores de Anapu. “No início
da década de 70, muitas famílias de todo o Brasil foram convidadas pelo Governo
Federal para ocupar a Amazônia, com o lema de Integrar para não Entregar ou
Terras sem Homens para Homens sem Terras. Um projeto muito audacioso do então
Presidente do Brasil Emilio Garrastazu Médici, para colonizar e desenvolver a
Amazônia. O projetou consistia em trazer para transamazônica o pequeno produtor
garantindo-lhe 100 ha, ao médio 500 ha, e 3000 ha. Os de 100 ha receberam
terras com um custo simbólico para pagar com 20 anos; os de 500 da mesma forma,
e os de 3000 ha adquiriram essas propriedades através de licitação públicas,
onde o licitante vencedor pagava a vista seu lote de terras. No Programa o
governo se obrigava a construir estradas de acesso, escolas, postos de saúde,
etc., já que alguns lotes estavam a mais de 30 km da Transamazônica. Em
contrapartida o Licitante Vencedor (LV) tinha que começar a abrir a mata, ou
seja, desmatar para poder implantar o projeto agropecuário. Aconteceu que o
INCRA não construiu as estradas vicinais, inviabilizando parte ou em toda a
implantação do projeto. Passaram os governos Geisel, Figueiredo, Sarney,
Collor, Itamar, FHC, Lula e agora Dilma e em boa parte desse período os
produtores foram esquecidos pelos governos, e entregues a sua própria sorte. Há
aproximadamente 15 anos, no governo do PT, o INCRA iniciou um processo para
retomada dos lotes sob a alegação de que não se cumpriram as cláusulas resolutivas
do Contrato de Alienação de Terras Públicas (CATP’s), uma decisão arbitrária,
pois o INCRA vendeu lotes e recebeu a vista. É verdade que alguns lotes não conseguiram
implantar o Projeto Agropecuário devido à falta de estradas, mesmo assim existe
atividade de exploração e benfeitorias. Muitas vezes o INCRA tentou cancelar
estes CATP’s com apenas um ato administrativo através de simples funcionários,
e após as tentativas de cancelamentos vários processos foram levados a juízo e
correm na Justiça Federal em Altamira ou Brasília, alguns com decisão favorável
ao INCRA e outros com decisão favorável aos Licitantes Vencedor. Um registro que
se faz necessário é a presença da Comissão Pastoral da Terra (CPT) representado
pelo Padre Amaro Lopes, residente em Anapu, que é o maior líder das invasões no
Município, que tem como auxiliares duas mulheres que se intitulam freiras americanas
conhecidas como irmã Jane e irmã Kátia, as maiores incentivadoras das invasões.
Grupos comandados por elas invadem as propriedades, queimam as casas, currais,
barracões, cercas, pastagens, plantações, matam gado etc. Além desses crimes de
esbulho, depredação e roubo, estão invadindo as áreas de Reserva Legal
averbadas nos cartórios que deveriam ser preservadas por lei, mas que estão sendo
desmatadas e queimadas desordenadamente tipificando crime ambiental. Na verdade
o que acontece no Anapu é um comércio de terras invadidas e posteriormente
vendidas. Alguns invasores já estão na 10º invasão; eles invadem e vendem as
terras, com total anuência do Padre Amaro, que autoriza a comercialização dessas
áreas. Para piorar, e o que consta, o Ministério Público, a justiça, a
Secretaria de Segurança Pública, o Governo do Estado, todos assistem esses atos
de vândalos de braços cruzados e nada fazem ou não querem fazer. Os produtores
de Anapu lamentam profundamente a omissão do Governador do Estado que deveria
manter a ordem e defender quem produz e não rouba e saqueia. Destacamos nesse
cenário a existência de um ouvidor agrário, um ex-desembargador chamado Gercino
José da Silva Filho, que dá o maior apoio as invasões, ao ponto de chamar os
produtores de pretensos proprietários e os invasores de trabalhadores rurais,
sabedor de que terras invadidas não são passiveis de Reforma Agrária. A DECA de
Marabá que atende a região é totalmente alinhada com a Ouvidoria Agrária
Nacional, CPT, Defensoria pública Estadual, INCRA, todos do lado dos invasores.
Testemunhas dessa anomalia criminosa são todos os moradores de Anapu que sabem
quem são os criminosos menos o governo e a justiça. Diante de um Governo do
Estado inerte e uma justiça omissa, estamos nos sentindo impotentes, não
sabendo mais a quem recorrer. ( Silvério Fernandes /Presidente do Sindicato dos
Produtores de Anapu)”.


Essa é o
cenário que predomina em todo o Pará, em todo o Brasil que o governo do PT
chama de interesse social, que nada mais é do que sinônimo de desgoverno e
patifaria. Esse é o governo que quer permanecer no poder com apoio das
instituições contaminadas pelo vírus da mentira, do cinismo, da corrupção e da
incompetência.
Armando Soares – economista
Soares é articulista de LIBERTATUM
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