quinta-feira, 14 de julho de 2016

vg
Jamais saberia que houve mais uma cena de perobagem em novela da Globo sem os comentários no Facebook. Vocês olham essas porcarias porque querem.
Aliás, purpurinagem fora de contexto é o menor dos problemas; claro que vai formando um imaginário distorcido em quem a assiste, mas até o Leandro Karnal é capaz de perceber que o negócio é postiço, forçado -- e, por isso mesmo, ainda que seja um tanto influenciado, não mudará muito seu pensamento.
Em novelas, na quase-totalidade das séries (não adianta forçar para enxergar alta cultura nelas), em filmes de comédia romântica, enfim, nessas porcarias televisivas, o problema verdadeiro é sutil -- e é realmente grave. Já vi filme em que um casal heterossexual terminava feliz para sempre, firmando o compromisso na tradicionalíssima instituição do casamento, mas cujo imaginário legado era muito mais prejudicial que uma cena tosca de "empoderamento" no Brasil Colônia. Por quê? Porque o casalzinho, depois de idas e vindas pelos motivos mais bobos, mas sempre tratados como se devessem ser levados a sério ("Ó! Não sei se estou pronto para abandonar a curtição do mundo..."), se une de forma superficial, estimulada por apetites mesquinhos, em uma cerimônia que mais parecia a celebração do clubinho de Pokémon da quarta série. Esse tipo de enredo, que amacia o gado para o abate enquanto mostra cenas de um gado feliz e pra-frentex, é o que pode haver de mais perigoso no âmbito do entretenimento.
De que adianta ser o machão das trevas, maior pegador da quebrada, mas se comportar como um retardado, como um adolescente que não vive sem joguinhos e diversõezinhas inúteis? Gay sempre existiu, com ou sem revolução cultural, mas este mundo de velhos descolados e desmiolados, de velhas marombeiras e fúteis, de turistas profissionais e adictos por bichinhos e badalações, esta geração de gente que paga centenas de reais para ouvir Leandro Karnal e Clóvis de Barros Filho dando conselhos no nível das dicas da revista Capricho dos anos 90 está sendo forjada a Netflix com "gordices".
PS: não estou dizendo que não se deve assistir a filmes e Netflix, que não se deve comer "gordices", que não se deve viajar ou ter animais; é tudo coisa que eu faço (exceto ouvir palpiteiro metido a filósofo). Enfim, acho que dá para entender meu propósito. Se não, explico com mais detalhes. Como diz o professor Olavo de Carvalho, no Brasil é preciso explicar, desenhar, explicar o desenho e desenhar a explicação.
* * *
Nada na história fez mais mal às mulheres do que a "revolução sexual", a "libertação das mulheres". Essa evolução (rumo ao abismo) gerou um mundo de mulheres inseguras, vulneráveis, prostituídas (de muitas formas) e abandonadas (mesmo quando acompanhadas) e de homens imaturos, comportamentalmente retardados e muitíssimo bem-servidos do que sempre quiseram em primeiro lugar (sexo).
Olhe em volta, para suas relações, para suas amigas com entre 20 e 40 anos totalmente perdidas, fragilizadas, rebaixadas, e me diga se não são de fato “as mulheres as grandes vítimas da revolução sexual”. A mulher de hoje é a grande vítima do feminismo, da libertação sexual. O caos é completo. Mulheres não se respeitam, seja porque esta é muito liberal, seja porque aquela é muito conservadora. Homens não respeitam mais as mulheres, seja porque esta “não deu” na primeira vez (e aí não têm paciência e a descartam), seja porque aquela “deu” de primeira (e aí “não serve para ser amada e respeitada” – e acaba sendo igualmente descartada). A mulher está atônita, não sabe mais como agir para conquistar um homem. Vê-se paralisada ante a percepção surpreendente de que não é transando de todas as formas possíveis na primeira noite que o homem lhe amará pela eternidade, a despeito de tudo que lhes disseram e prometeram por décadas os grandes gurus e especialistas em livros, revistas e programas de TV – “Cem formas de ganhar um homem na primeira transa”; “Não se reprima, faça tudo que você tiver vontade!”; “Seu corpo, suas regras”. (Do meu artigo O "machismo" cristão.)
 Mídia Sem Máscara

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