Neocolonialismo
Por Armando Soares
"O poder oligárquico não tem interesse pela humanidade; dado o tamanho de seu poder pode escolher o caminho a tomar sem resistência".
Esta é
uma tentativa de mostrar à sociedade a verdade sobre o ambientalismo
instrumento de domínio usado pelos economicamente poderosos que está de alguma
forma interferindo na vida das pessoas se apresentando como se fosse coisa boa
e necessária para garantir qualidade da vida e saúde para a Terra. Estou ciente
que a tarefa de mostrar a verdade sobre o que representa o ambientalismo é uma
tarefa inglória dada os interesses econômicos que estão por trás desse moderno
e poderoso instrumento de dominação. Entretanto, como me repugna a escravatura,
seja ela com o disfarce que se apresentem, minhas convicções me dão força para
enfrentar o Golias ambiental, o que significa lutar em favor da liberdade e do
desenvolvimento do Pará e da Amazônia.
Sobre
mudança de paradigma, de modelo econômico, anotemos preliminarmente o que Patrick
Drouot, físico doutorado pela Universidade Columbia de Nova York, nos ensina:
“não se pode mudar as coisas numa revolução brutal, poder-se-ia fazer mais
estragos que bem. É preciso dar prova de paciência. Só se mudam as coisas
fazendo-as evoluir lentamente.” Tudo evolui permanentemente em nosso universo e
nada hoje é exatamente idêntico ao que era ontem. No entanto, o homem em sua
escala temporal, nem sempre percebe essas mudanças. Ele se apega a uma
estabilidade ilusória, tentando reduzir o que o envolve a uma gigantesca
máquina, visão mecanicista que satisfaz seu desejo de fixar-se numa realidade
acessível a seus sentidos. Nos nossos dias, apesar das resistências, há convergência
para uma ciência global, holística, que coloca o homem em interdependência em
face do que o rodeia. É nessa área científica distorcida pelo ambientalismo que
os poderosos vão buscar as justificativas para enganar os incautos e tomar suas
terras e riquezas.
Este
artigo está baseado na magnífica palestra de Lorenzo Carrasco realizado no
Seminário “Defesa como Estratégia Nacional de Desenvolvimento e de Inserção
Internacional do Brasil” promovido pelo Comando Militar do Sul (CMS), sob o
título de “O neocolonialismo “pós-moderno” como ameaça do Estado nacional”.
Na
opinião de vocês que alternativas possíveis à civilização têm para o futuro,
assim como o Brasil e o Pará? Como sair da crise de ordem econômica e de forma mais aguda
e profunda da crise moral, produzida pela mudança dos valores fundamentais que
sustentam a ordem e a justiça mundial na qual se experimenta uma negação da
dignidade do homem?
O que
foi chamado o “fim da História” pelos analistas do Establishmen hegemônico depois da Cortina de Ferro e da vitória da
guerra fria, escondia a crise do sistema ocidental tragado pela
desregulamentação do setor financeiro, uma fábrica de bolhas financeiras
especulativas para sustentar um sistema global divorciado de economia física
real.
Por
que a humanidade ainda sofre horrores em várias partes do mundo quando sabemos
que nos dias atuais ela tem condições plenas de solucionar a quase totalidade
dos problemas físicos para sua existência em um elevado nível civilizatório, no
que diz respeito à alimentação, controle da grande maioria das doenças,
condições de habitação, capacidade de proporcionar trabalho decente a toda
população adulta, a despeito de todos os prognósticos alarmistas e infundados
sobre os “limites do crescimento” criados nos centros do poder
anglo-americanos. Essa perspectiva não está na agenda desses poderosos não é
por falta de recursos naturais ou limites físicos da biosfera ou da “suposta”
fragilidade do meio ambiente, mas por falta de vontade política e pelo sucesso
da capacidade de convencimento dos centros de poder hegemônico. Tome como
referência estas verdades e coloquem no cenário paraense, assim fazendo poderão
compreender o crime que o governo do Pará está praticando contra o povo
paraense e o Estado do Pará priorizando políticas ambientais que tem por
finalidade impedir o desenvolvimento como mostraremos a seguir.
O
poder oligárquico não tem interesse pela humanidade; dado o tamanho de seu
poder pode escolher o caminho a tomar sem resistência. O caminho que adotou foi
o de impor uma “Nova Ordem Mundial” que começou quando foi contra a
reunificação da Alemanha e em seguida realizando a operação militar contra o
Iraque, a um custo de 65 bilhões de dólares e 950 mil militares mobilizados. A
“Nova Ordem Mundial”, objetiva controlar os recursos naturais e o crescimento
populacional do mundo por meio de intervenções “extrajuridicionais” da OTAN. O conceito básico da nova ordem é a
imposição mundial da soberania limitada que permite a dominação estrangeira de
vastas regiões do planeta, especialmente aquelas ricas em recursos naturais,
particularmente energia e recursos minerais. Os pretextos mais diversos são
usados – a alegada ameaça do crescimento populacional, o tráfico de drogas, a
destruição do meio ambiente – para justificar a “preservação” de vastas áreas
do planeta, como a Amazônia, considerada um “patrimônio da humanidade”.
A
agenda da “Nova Ordem” foi implementada sem o uso militar em países como o
Brasil, e tomou a forma de uma “guerra irregular” por outros meios, aproximando-se
de um conceito que alguns estrategistas de hoje chamam uma “guerra de quarta
geração”, na qual um Estado nacional não se confronta diretamente com outro
Estado, mas com agentes não-estatais, que podem ou não estar a serviço de
outros Estados. Entre elas, destacam-se a proteção do meio ambiente e dos povos
indígenas (em ambos os casos, com a demarcação de reservas de dimensões
desproporcionais a quaisquer critérios racionais e vetos a projetos de infraestrutura
das Forças Armadas; a campanha de desarmamento civil; a imposição de um
“apartheid tecnológico (vide o desmonte de vários programas tecnológicos
avançados das Forças Armadas, restrição a energia nuclear etc.); a
desestatização das empresas públicas, etc. Com as exceções que confirmam a
regra, na maioria dos casos, as aplicações de cada uma dessas agendas setoriais
têm acarretado grande prejuízos para a sociedade brasileira.
Os ingleses não esqueceram o colonialismo
como muita gente pensa, eles estão por trás da ideia do seu restabelecimento
com outro nome; eles se afastaram do colonialismo estrategicamente para se
apresentar dominadores de outra maneira. Eles entenderam que era impossível a
manutenção da sua predominância colonial com os métodos tradicionais de ocupação
militar. O disfarce encontrado foi através de um “governo mundial”, para o qual
necessário era trazer os Estados Unidos como parceiro. Foi então idealizado a
estrutura politica da Commonwealth e, dentro dela, a criação de organizações
não-governamentais, as criminosas ONGs, por intermédio das quais se poderia atuar politicamente dentro de
diversos países, sem que isto configurasse uma intervenção estrangeira visível,
denominada sofisticadamente como exercício de soft power (poder suave), para
manter as politicas intervencionistas nas antigas colônias.
No
final da I Guerra Mundial foi explicitado o estabelecimento de um “governo
mundial”, com a consolidação do Establishment anglo-americano em três frentes:
a criação de duas organizações gêmeas de coordenação politica, o Conselho de
Relações Exteriores de Nova York (CFR) e o Real Instituto de Assuntos
Internacionais de Londres (RIIA ou Chatham House); a criação do Sistema da
Reserva Federal como o banco central privado dos EUA, atuando em estreita coordenação
com o Banco da Inglaterra; e a criação das primeiras fundações familiares
oligárquicas – Carnegie, Rockfeller etc., para utilizar o filantropismo como um
eficiente instrumento de intervenção politica em países alvo.
A
civilização não pode continuar nas mãos de um centro hegemônico ou de vários
deles sobre qualquer argumento. Após a II Guerra Mundial havia clima para
erradicar todas as formas de colonialismo, como era a intenção manifesta do
presidente Franklin Roosevelt. Lamentavelmente, o velho colonialismo está
substituído por uma variante de nações incapazes de estabelecer agendas
nacionais de interesse de maior parte das populações.
Nesse
contexto, em razão de suas dimensões e potenciais, o Brasil tem um papel
protagonista. Para isso os brasileiros terão que se empenhar para sair do
buraco que os comunistas o jogaram e ir para a grandeza e não aceitar a
imposição de quaisquer tipos de limite começando por recuperar a sua capacidade
de emissão de crédito, especialmente de longo prazo e direcioná-lo para
atividades produtivas abandonando sua condição de refém de um sistema
financeiro que tem no gerenciamento da dívida pública sua atividade lucrativa.
Necessário se faz recuperar urgentemente sua capacidade produtiva e inovadora,
sem o qual não poderá escapar dos “voos de galinha”, surtos esporádicos de
crescimento com tendência de desenvolvimento limitado muito abaixo dos seus
potenciais.
Essa
é uma visão realística resumida do mundo em que vivemos, trabalhamos, criamos
nossos filhos e fortalecemos nossas raízes que deve ser o farol para navegarmos
no rumo certo desviando do caminho insensato indicado por governantes e
políticos, caminho da escravidão sustentado por políticas ambientais criminosas
e apropriadoras de nossas riquezas.
Armando Soares – economista
Soares é articulista de Libertatum
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