Por Janer Cristaldo -
Extraído do Blog Lorotas Políticas e Verdades Efêmeras
Fins de setembro, recebi esta mensagem:Prof. Janer Cristaldo,
Sou aluno da Direito-GV de São Paulo e faço parte de uma instituição recém-criada: CEJUR (Centro de Estudos Jurídicos Júnior). Dentre outras coisas, o CEJUR tem a finalidade de organizar palestra sobre temas relacionados à sociedade e ao universo jurídico.
Assim sendo, pretendemos realizar um debate sobre as reações do filme "Inocência dos Mulçumanos" no mundo e também no Brasil - que, como o senhor deve saber, já produziu um julgado sobre o tema no dia 21.09. Após ler seu texto na Folha de São Paulo no dia 26, acreditamos que o senhor possa ter opiniões interessantes sobre o tema.
Envio este e-mail, então, a fim de saber se o senhor possui interesse de participar de um debate sobre o tema. Seria uma grande honra cont armos com a sua presença que seria, certamente, enriquecedora.
Att.,
Guilherme Franco
Diretor Financeiro
Centro de Estudos Jurídicos Júnior
Ora, nada mais prazeroso que um debate, e particularmente sobre o Islã, assunto tão contemporâneo e tão pouco conhecido no Brasil. Aceitei o convite com entusiasmo. Seria uma oportunidade de ouro de contar aos participantes aqueles fatos que o correspondente da Folha de São Paulo em Teerã devia contar e não nos conta. De trazer ao debate nacional o que está acontecendo na Europa: os imigrantes muçulmanos querendo impor ao continente suas práticas teocráticas e a Europa se rendendo, lenta e inexoravelmente, à barbárie.
Poderia falar da fórmula singela que o Irã encontrou para acabar com o homossexualismo. Em um primeiro momento, condena-se o homossexual à morte. Mas Alá é generoso e o Estado iraniano incentiva as cirurgias transexuais. Você é hom em e gosta de homem? É simples. Corte esse incômodo apêndice que o perturba, construa uma vagina e poderá gostar de homens à vontade. Tudo se conserta quando o bom Deus permite.
Pensei também em falar de solução não menos genial encontrada pelos aiatolás para esse eterno problema do Ocidente, a prostituição. Este caminho é o sigheh, o matrimônio temporário permitido pelo ramo xiita do Islã, que pode durar alguns minutos ou 99 anos, especialmente recomendado para viúvas que precisam de suporte financeiro. Reza a tradição que o próprio Maomé o teria aconselhado para seus companheiros e soldados. O casamento é feito mediante a recitação de um versículo do Alcorão. O contrato oral não precisa ser registrado, e o versículo pode ser lido por qualquer um. As mulheres são pagas pelo contrato e ofereceriam seus serviços em "casas de castidade".
Esta prática foi aprovada após a "revolução" liderada pelo aiatolá Khomeiny, que de rrubou o regime ocidentalizante do xá Reza Palhevi, como forma de canalizar o desejo dos jovens sob a segregação sexual estrita da república islâmica. Num passe de mágica, a prostituição deixa de existir. O que há são relações normais entre duas pessoas casadas. Não há mais bordéis. Mas casas de castidade. A cidade está limpa.
Pensei também comentar fatos que nossa imprensa esconde dos brasileiros, como o aumento considerável de estupros na Suécia decorrente da invasão muçulmana. Como a pretensão dos árabes de instaurar tribunais islâmicos na Europa. Como o desejo de imigrantes de expulsar cães de certas cidades europeias... porque o Profeta não gosta de cães. Como a ablação do clitóris e a infibulação da vagina, práticas que constituem crime na Europa mas estão sendo importadas pela imigração muçulmana, a ponto de médicos europeus já sugerirem um corte simbólico do clitóris – desde que haja sangue; sem sangue não vale – para aplacar as necessidades culturais dos imigrantes.
Pensei também em falar da Finlândia, onde somalis mortos de fome – que recebem do Estado assistência social, saúde, emprego e educação – exigem que seus filhos sejam educados por professores. Assim, no masculino. Pois um macho somali não dirige a palavra a uma mulher.
Pensava eu em contar estas e outras coisas, para as quais me faltaram espaço naquele artigo na Folha, quando algo preocupou-me, o formato do debate. Perguntei ao Guilherme se disporia de um bom tempo para a exposição.Sim! A ideia é uma exposição de 10 a 15 min do seu ponto de vista e depois teriamos uma ar mais de bate-papo entre os debatedores e a plateia.
Tentaremos focar em:
• Liberdade de expressão, seus limites e a decisão judicial no Brasil
• Intenção do enunciador e reação do público
• A influência da religião mulçumana
• A intensidade da reação
São apenas umas ideias de temas para a discussão.
Por motivos administrativos, a sala só será liberada às 14h, então podemos marcar para 14:10?
Att.,
Maravilha, pensei. Terei até tempo para mostrar alguns livros poucos conhecidos no Brasil, como Nomade e Infiel, da Ayaan Hirsi Ali. Ou os inéditos entre nós da Oriana Fallaci: La Rabia e l’orgoglio, La Forza de la Raggione, Oriana Fallaci intervista sé stessa. A escritora italiana, que já havia publicado alguns livros no Brasil, mal denunciou a invasão árabe da Europa sumiu de nossas livrarias. Pensei levar também Os últimos dias da Europa – Epitáfio para um velho continente, de Walter Laqueur. Neste livro, o historiador alemão critica a imigração maciça de populações da Ásia, da África e do Oriente Médio para os países europeus – sobretudo porque estas levas de migrantes não buscam a assimilação nas sociedades europeias, mas apenas se beneficiar dos generosos serviços oferecidos por aqueles países. Os desafios que o velho continente enfrenta, adverte o autor, podem ser mortais. E aos que consideram suas análises excessivamente pessimistas, alarmistas e sombrias, ele lembra que os museus estão cheios de restos de civilizações desaparecidas.
Pensei tudo isso, dizia. Não que pretendesse fazer uma síntese de cada livro. Pensava apenas exibi-los. Apenas pensei. Ontem à noite, recebo mail do Guilherme:Caro prof. Janer,
Por motivos alheios a nossa vontade vamos ter que cancelar a abertura do evento na Direito-GV e realizá-lo apenas com membros desta.
Peço desculpas pelo inconveniente diante de seu demonstrado interesse no debate que pretendíamos realiz ar, com pessoas de dentre e fora da instituição, e também de sua gentileza em manter o contato comigo e o CEJUR.
Como o CEJUR é uma empresa júnior recém-criada, sofremos alguma pressão da diretoria para fazer um evento de menor porte, a fim de ver como nos saimos na sua realização para, posteriormente, organizar eventos maiores.
Por razões "políticas" foi decido internamente ao CEJUR seguirmos as orientações da Direção da Direito-GV. Espero que você entenda nossa situação.
Também espero que possamos manter contato e de fato realizar algum debate futuramente com a sua presença, já que o senhor possui argumentos interessantes de serem explorados.
Novamente, peço desculpas pelo ocorrido.
Abraços.
Grato, Guilherme. Você fez o que pode. Jovem, você ainda não deve ter percebido que qualquer crítica ao islamismo é proibida no Brasil. Ao que tudo indica, a fatwa de 1989 do aiatolá Khomeini se estendeu à FGV. O q ue espanta é ver uma instituição de Direito, que pretende debater a liberdade de expressão e seus limites, começar censurando qualquer debate.
O Islã chegou até nós e já exerce sua censura, tanto na universidade como na imprensa.
10 de outubro de 2-12
janer cristaldo
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