Justifica a existência do Estado?
“Quando um homem atinge a velhice, cumprida a sua
missão, tem o direito de confrontar, a ideia da morte em paz. Não necessita de
outros homens; conhece-os e sabe bastante a seu respeito. Necessita é de paz.
Não é bom visitar este homem ou falar-lhe, fazê-lo sofrer banalidades. Deve-se
desviar a porta de sua casa, como se lá ninguém morasse.”
(Meng-Tse)
Por Armando Soares
No
Brasil quem mais incomoda o homem é o Estado que perdeu a razão de ser; sua
função agora é tirar a paz dos brasileiros sugando-lhes grande parte de seus
salários, rendas, seus direitos. “Tire a justiça – e o que é um Estado a não
ser um grande bando de ladrões?” escreveu Agostinho em seu “Estado Divino”.
Acontece que no Brasil nem a justiça escapa do que afirmou Agostinho, pois ela
se tornou uma peça de decoração, um enfeite caro e inoperante.
Gildo
Magalhães, livre-docente da Universidade de São Paulo, esclarece com muita
propriedade que o conceito de soberania nacional entrou em declínio nas últimas
décadas do século XX e início do XXI, à medida que a ideologia do liberalismo
econômico exaltou a vitória da visão oposta, a de globalização, com sua suposta
abolição de fronteiras, de forma que o Estado nacional passou a soar como um
anacronismo inconcebível numa era do virtual e da comunicação praticamente
instantânea. A soberania passou a ser considerada apenas uma prática
discursiva, como na pregação pós-modernista de Michel Foucault, e nesse enfoque
o discurso apenas serviria para mascarar relações sociais de um grupo que exerce
o poder e que não tem uma justificativa filosófica para além de um determinado
contexto. Nessa visão, a democracia e a igualdade são apenas relativas e
submergem nesse tipo de discurso porque não teriam uma sustentação moralmente
válida para todas as pessoas e em várias épocas. São dados como exemplos
precursores desse relativismo do Estado nacional o que aconteceu na Alemanha e
no Japão, após perderem a Segunda Guerra Mundial: impedidos de ter um exército,
sua soberania ficou limitada pelos ocupantes aliados. Um exemplo semelhante e
mais recente desse ponto de vista foi o Iraque, após ter sua invasão comandada
pelos EUA e Grã-Bretanha, cujos exércitos se transformaram em poder de
ocupação, não só militar, mas também policial. Sem falar, para ficar mais perto
das questões nacionais locais, nas constantes ameaças à soberania que o Brasil
sofre há décadas por pressões de grupos ligados a interesses estrangeiros na
região amazônica, especialmente em territórios de fronteiras.
O Estado
brasileiro se transformou numa tirania que subjuga os brasileiros para que
sirvam aos interesses dos vândalos que ocupam o poder, sejam eles comunistas,
socialistas, democratas ou os que vistam qualquer outra camisa com o nome de
corrupção. Ninguém no Brasil está livre das garras malditas e destruidora desse
Estado tirano. Tomemos por base a questão econômica de responsabilidade do
Estado e sua repercussão no meio da sociedade brasileira. Uma crise econômica
provocada pelo governo traz como consequência desemprego, inflação, falência e
paralização de diversas atividades econômicas de qualquer tamanho. O governo
gerador da crise insensível aos danos causados aos brasileiros afundados em
dívidas fiscais e de outras naturezas usa irresponsável e criminosamente o
Estado para cobrar mais impostos. Quanto mais incompetente e desastroso se
torna o governo, mais perverso e policialesco se torna, massacra sem piedade o
povo trabalhador. Quanto mais tirano e irresponsável um governo mais eficiente se
torna para sangrar o bolso dos brasileiros ignorando sua responsabilidade pela segurança,
pela eficiência econômica garantidora de empregos, e da integridade econômica
das empresas. A existência do Estado só se justifica se for para atender os
interesses do povo. Impostos e taxas foram criados para que o Estado possa prestar
serviços ao povo, para defender a nação de ataques de inimigos, e internamente para
garantir a segurança do povo, para garantir saúde pública, para garantir boas
escolas públicas, para garantir bons transportes coletivos, para garantir água
e esgotos sanitários, para garantir a propriedade privada de invasões, para garantir
uma justiça rápida, honesta e eficiente, para garantir aposentadorias honestas,
para garantir uma justiça do trabalho honesta e não uma casa de comércio do
trabalhador desonesto, e, acima de tudo garantir um futuro decente através de
um projeto de nação. Se nada disso o Estado pode garantir, e está sendo usado
para outros fins, para garantir a prevaricação de políticos desonestos e
incompetentes, então qual é a razão da existência do Estado? Apenas cobrar
impostos e taxas extorsivas sem reverter esses impostos e taxas em favor da
sociedade? Apenas para garantir boa vida para juízes, legisladores e
governantes, os responsáveis pelo bom funcionamento de Estado, mas que se
eximem dessa obrigação? Se o Estado não atende os interesses do povo, se a sua
presença serve apenas para se apropriar da renda do brasileiro, sua presença é
nociva. O único meio de tornar o Estado palatável e mantido pelo povo é afastar
os que estão destruindo o Estado e colocar no governo pessoas que possam
justificar sua criação e seus benefícios. Resulta daí que a preocupação maior
dos brasileiros que deve ser a volta do Estado a sua verdadeira função e
objetivo, ou seja, voltar a se ter um Estado que preste serviços ao povo
brasileiro, que esteja voltado para o desenvolvimento, um Estado sadio e não um
ente demoníaco a serviço de grupelhos políticos, de sanguessugas, de piratas do
dinheiro público resultante do trabalho de milhões de brasileiros. Esse deve
ser a principal razão de afastar do governo os atuais ocupantes, e colocar o
Estado a serviço do povo e não a serviço de meia dúzia de aventureiros. Para
esse objetivo ser atingido o brasileiro precisa ter vontade para tirar o Brasil
do nada onde se encontra vencer a fatalidade de ter no poder incompetentes e
irresponsáveis, ter vontade de crescer, de vencer o atraso, de estender e
intensificar a vida. Ninguém, nenhum brasileiro pode ser obrigado a conviver
com governantes que utilizaram o Estado para seus interesses particulares e
suas ideologias falidas. O Brasil só pode se desenvolver, só pode sair da
estagnação econômica se o Estado estiver verdadeiramente a serviço do povo e
não de espertalhões, de bandidos e de mercantilistas travestidos de comunistas.
No Brasil atual a tirania do Estado se caracteriza pelo total controle do
dinheiro dos brasileiros, exceto os dos donos do poder e seus apaniguados.
Margareth Tacher
A sociedade brasileira tem que
encontrar alguém semelhante à Margaret Hilda Thatcher, um ser com um currículo
extraordinário, exemplo de honradez, competência, coragem, firmeza nas suas
convicções. Implacável na defesa da liberdade, do capitalismo, do liberalismo,
da propriedade privada e a da livre iniciativa com coragem que reduziu o tamanho
do estado puxando seu país do abismo assistencialista que vicia o povo e
compromete a economia.
Em resposta aos seus opositores dizia: “Não sou uma
líder de consenso, sou uma líder de convicção”. Thatcher apesar de vilipendiada
pelos que mamavam nas tetas do Estado, por seus acertos se manteve firme em
suas convicções deixando um imenso vácuo ao mundo atual quanto a sua
desassombrada defesa das liberdades e responsabilidades individuais. Sua
intervenção foi mínima usando a força e poder do estado na vida das pessoas e
no funcionamento dos mercados.
Corajosamente privatizou empresas estatais,
isolou sindicatos e aboliu controle do estado resultando na queda da inflação
resistindo a todas as pressões, mas convencida que suas reformas estabilizariam
a economia gerando crescimento. Esse o perfil do bom governante que os
brasileiros devem procurar para governar o Brasil.
Armando Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br
Armando Soares é articulista de Libertatum
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