A tragédia da Venezuela. 

Por Vanderli Camorim



A tragédia da Venezuela é a sua opção pelo socialismo. Embora isso tenha sido repetido inúmeras vezes há sempre o empenho permanente em abstrai-lo como causa principal. Há quem diga ser a dependência do petróleo. Quem diz isso mostra que tem uma ideia muito superficial do problema. Bem verdade a Venezuela se fez dependente do petróleo. Há três anos atrás, por exemplo, a dependência deste era cerca de 80%, agora está em 100%. Agravou ainda mais com a queda do preço. E não se pode culpar os yankees, pois estes continuam comprando o petróleo venezuelano desde quando o Chávez chegou ao poder. Mas nada explica a tragedia venezuelana senão pela sua escolha pelo socialismo. Esta escolha demonstra uma estreiteza de vista cavalar que uma vez dominante leva qualquer país ao desastre. A razão é ignorar os ensinamentos da moderna ciência econômica. 

A Venezuela fez tudo ao contrário que uma nação desejosa de progresso poderia fazer. Preservar o capital e até aumentá-lo. Mas o que ela fez foi destruí-lo com programas sociais apelidados de transferência de renda. Os impostos foram os instrumentos desta insanidade. Respeito a propriedade privada, outra condição de progresso, foi praticante invalidada frente a intrusão do estado na economia. 

A liberdade de imprensa também sumiu. A Venezuela fez sua opção pelo socialismo, hoje concorre com o Haiti, para ver quem primeiro desaparece da face da terra. Isso que sirva de alerta, não para os venezuelanos que já foram destruídos, mas àqueles que não se dão conta que tem correndo em suas veias bastante dos dogmas deste socialismo que lá chamaram de socialismo do século 21. 

Não adianta olhar para o rabo dos outros. A Venezuela já é uma ditadura com militarização, isto é está nas mãos dos militares que por sua vez são dirigidos pelos cubanos. Venezuela passou a ser um distrito de Cuba. Ela não chegou até aí por engano. Muito menos a culpa foi de Cuba. Foram os intelectuais com sua aversão à ciência econômica que favoreceram com que as falacias do socialismo penetrassem nas massas. Alertas foram dados muito modestamente, mas o barulho que os intelectuais faziam pelo novo evangelho abafaram as poucas vozes da razão. Hoje é uma tarefa bastante difícil reverter essa situação. Não há vislumbre de que alguém na Venezuela tenha alguma ideia do que seja capitalismo. O dia que surgir pelo menos um, então se poderá dizer que a Venezuela viverá novamente. Enquanto isso não ocorre só se pode esperar o pior. 

Vanderli Camorim    



Camorim é articulista de Libertatum