segunda-feira, 23 de outubro de 2017

REINO DO ÓDIO E DA COBIÇA


Por Armando Soares


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                O mundo ainda não conseguiu se libertar do reino do ódio e da cobiça, como mostra o estado de beligerância existente entre os povos. Apesar do morticínio selvagem de duas guerras mundiais terríveis, e de ameaças permanente de uso de artefatos atômicos, o ser humano não evolui, não assimilou os ensinamentos divinos e continua a matar, a odiar e a cobiçar.


                Tem razão Tzvetan Todorov quando adverte que “A vida perdeu para a morte, mas a memória ganha seu combate contra o nada”.


        Existe uma luta permanente no mundo para não deixar a morte prevalecer deixando em seu lugar nada, um vácuo que facilita a supremacia do ódio. O ódio e a cobiça sempre estão presentes no seio dos povos, crescendo tão logo quando o povo, que guarda no subconsciente o ódio, permite que chegue ao poder um Hitler, um Mao, um Foday Sankoh, um Charles Taylor, um Ho Chi Minh, um Benito Mussolini, um Ante Pavelic, um Yahya Khan, um Idi Amin, um Mullah Omar, um Jonas Savimbi, um Hideki Tojo, um Haji Muhammad Suharto, um Josip Broz Tito, um Saddam Hussein, um Jean Kambanda, um Leonid Brezhnev, um Yakubu Gowon, um Michel Micombero, um Kim Il-Sung, um Pol Pot, um Ismail Enver  , um Jozef Stalin, um Leopoldo II da Bélgica, um Mao Ze Dong, um Fidel Castro, um Lula ou uma Dilma.


                Leopold V. Ranke explica que o comportamento desses senhores do ódio e da cobiça “não é cegueira ou ignorância que levam à ruina os homens e os Estados. Não demora muito que descubram até onde os levará o caminho escolhido. Mas há neles um impulso, que sua natureza favorece e o hábito reforça, ao qual não podem resistir, e que continua a impeli-los enquanto lhes resta a mínima energia. Aquele que consegue dominar-se é um ser superior. A maioria vê diante dos olhos a ruína, e avança em sua direção. ”


                O ódio é tão poderoso que se transformou no alimento da Inquisição, que é produto da Igreja católica na busca do poder. Inquisição significa açoite, prisão, galés, confisco de bens, condenados à morte pela prática do judaísmo. Os inquisidores eram considerados acima da lei. A Inquisição, de 1478 a meados do século XVIII foi a mais poderosa instituição da Espanha e de suas colônias nas ilhas Canárias, na América Latina e nas Filipinas. A partir de 1536, em Portugal e nas colônias portuguesas na África, na Ásia e no Brasil, a Inquisição foi preeminente durante 250 anos. Uma força significativa em quatro continentes por mais de três séculos. Foram instaurados processos contra feiticeiras no México, bígamos no Brasil, franco-maçons sediciosos, hindus, mulçumanos, e protestantes, padres fornicadores e marinheiros sodomistas. O poder estava no cerne da Inquisição, assim como, inevitavelmente, a religião permeava o campo da política. A Inquisição foi a primeira semente dos governos totalitários e da institucionalização do abuso racial e sexual. A Inquisição acreditava que o medo era a melhor forma de alcançar fins políticos. Como afirmou o historiador francês Bartolomé Benassar, tratava-se de uma “pedagogia do medo”: uma armadura político-institucional destinada a propagar o terror na população, cujos interesses supostamente deveria defender. O medo se espalhava no seio da sociedade devido ao poder da Inquisição de provocar a ruína social e econômica, confiscar os bens das vítimas e condená-las à pobreza, expulsá-las de sua cidade natal e decretar que seus descendentes não poderiam ocupar nenhum cargo público nem usar joias, sedas e outros adornos de prestígio. O medo provinha, acima de tudo, do princípio do sigilo, o que significava que o acusado desconhecia o nome de seus acusadores. A igreja católica na busca do poder trocou o amor ao próximo pelo ódio e a cobiça e assassinou no mínimo 150.000 pessoas. Com esse passado odiento pode-se entender porque a igreja católica ajudou a criar o PT que roubou o povo brasileiro enquanto esteve no poder, e permitiu que houvesse uma matança no Brasil que atingiu o patamar de 60.000 assassinatos ano, 5.000 por mês e 167 por dia; 1 em cada 10 pessoas assassinadas no mundo é brasileira. Um cenário dantesco que não pode passar sem o conhecimento do ser humano.


                O ódio de Mao matou 65 milhões de chineses. Andrew J. Nathan declara que nenhum outro líder na História teve tanto poder sobre tantas pessoas e por tanto tempo quanto Mao Zedong, e nenhum infligiu tamanha catástrofe ao seu país. Sua sede de controle e seu medo de traição deixavam a corte e o país em constante pandemônio. Sua inspiração e suas manobras levaram a China ao Grande Salto para a Frente, com todas suas terríveis consequências como a grande fome e a Revolução Cultural, com dezenas de milhões de mortos. Será que o desenvolvimento econômico que a China teve nos últimos anos paga o assassinato de milhões de chineses. Essa matança está historicamente esquecida? Essa é a maneira de se desenvolver um povo?

                Comunismo é a ideologia e religião mais autêntica de ódio. Stéphane Courtois, descreve com propriedade os crimes do comunismo mostrando que já se escreveu que a “história é a ciência da infelicidade dos homens”; nosso século de violência parece confirmar essa fórmula de maneira eloquente. É verdade que nos séculos precedentes poucos povos e poucos Estados estiveram isentos de violência de massa. As principais potencias europeias estiveram implicadas no tráfico de negros; a república francesa praticou uma colonização que, apesar de algumas contribuições, foi marcada por numerosos episódios repugnantes, e isso até o seu término. Os Estados Unidos permanecem impregnados de uma certa cultura da violência que se enraíza em dois dos mais terríveis crimes: a escravidão dos negros e o extermínio dos índios. Não resta dúvida de que, a esse respeito, nosso século deve ter ultrapassado seus predecessores. Um olhar retrospectivo impõe uma conclusão incômoda: este foi o século das grandes catástrofes humanas – duas guerras mundiais, o nazismo, sem falar das tragédias mais circunscritas, como as da Armênia, Biafra, Ruanda e outros países. Com efeito o Império Otomano entregou-se ao genocídio dos armênios, e a Alemanha ao dos judeus e dos ciganos. A Itália de Mussolini massacrou os etíopes. Os tchecos têm dificuldades em admitir que seu comportamento em relação aos alemães dos Sudetos, em 1945-1946, não esteve acima de qualquer suspeita. A própria Suíça é hoje alcançada por seu passado como o país que gerenciava o ouro roubado pelos nazistas dos judeus exterminados, apesar desse comportamento não ser em nenhuma medida tão atroz quanto o do genocídio. O comunismo insere-se nessa faixa de tempo histórico transbordante de tragédias, chegando mesmo a constituir em dos seus momentos mais intensos e mais significativos. O comunismo, um dos fenômenos mais importantes deste século XX – que começa em 1914 e termina em Moscou em 1991 -, encontra-se no centro desse quadro. Um comunismo que preexistia ao fascismo e ao nazismo, e que sobreviveu a eles, atingindo os quatros grandes continentes. O ódio comunista assassinou, no mínimo 30 milhões de pessoas.


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                O ódio transformado em programa de governo - Genocídio nazista – 6 milhões de judeus. “Certo dia, um homem me disse: ‘Ouça, se você fizer isso, a Alemanha desaparecerá dentro de seis semanas’. E eu retruquei: ‘Que quer dizer com isso? ‘A Alemanha afundará? ‘Que, quer dizer, eu insisti. ‘O povo alemão sobreviveu outrora às guerras com os romanos. O povo alemão tem sobrevivido à migração dos povos. O povo alemão sobreviveu ainda aos grandes combates posteriores ao começo e ao fim da Idade Média. O povo alemão sobreviveu em seguida às guerras religiosas. O povo alemão sobreviveu depois à Guerra dos Trinta Anos. O povo alemão também sobreviveu mais tarde às guerras napoleônicas, às guerras de libertação, e chegou mesmo a sobreviver à guerra mundial, e ainda à revolução – e sobreviverá a mim também! ”. Adolf Hitler, 1938. Opinião que é o suficiente para se entender a questão do nazismo, do comportamento do povo alemão e de outros povos, e como a ausência do sentimento do amor ao próximo está ausente no concerto das nações e da igreja que optaram pela política e pela dominação.


                “Amai aos vossos inimigos. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. O que digo a vós digo a todos: vigiai! O meu fardo é leve e o meu jugo é suave. A todos vós serei pedra de tropeço. Como pode a espada semear as bênçãos do amor?”  Valeu o sacrifício desse grande Homem para salvar a humanidade que proferiu essas verdades? Será que ódio venceu o amor? Que diga a consciência de cada um, o templo da verdade.


Armando Soares – economista

E-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com


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Soares é articulista de Libertatum

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