sábado, 28 de julho de 2018

Nicarágua 

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por Vanderli Camorim

Ao que tudo indica a revolução sandinista na Nicarágua não entregou a mercadoria prometida e hoje a população está revoltada. Ortega passou de herói a vilão. As ruas estão dizendo que ele é pior do que o antecessor que ele ajudou a derrubar prometendo o paraíso. Dizem que ele procura se perpetuar no poder e para isso está criando até uma dinastia. De qualquer maneira as coisas não estão boas para o lado dele como mostra a insatisfação popular que está beirando a insurreição. 

As pessoas têm demonstrado que preferem o governo democrático do que o governo despótico. Porém parece que não sabem fazer muito bem a diferença entre os dois, pois continuam, com o processo eleitoral livre e democrático a escolher seu candidato exclusivamente no pressuposto de que o plano dele é o que melhor se ajusta para ao eleitor, o que equivale a estar na espera sempre de um ditador, seja ele pelo golpe de estado, revolução, ou mesmo pelo processo eleitoral. 

Deste modo, por ignorância ou má fé, renunciam à sua liberdade individual iludidos de que serão atendidas as suas esperanças cifradas nas bondades da autoridade paternal. A herança colonial ainda pesa muito nos países latino-americanos e não seria diferente na Nicarágua. Tudo isso começou no século 19, o melhor século do capitalismo. Seu surgimento coincide com a derrubada da monarquia absoluta da Espanha, o que destruiu todo o seu sistema colonial. Subitamente as antigas colônias se viram livres e a necessidade de se autogovernarem e de formarem novas pátrias se impôs com peso excessivo. A Espanha tinha mantido suas colônias no controle administrativo absoluto e direto não permitindo que pessoas estranhas a metrópole as governassem, o que impedia o treinamento nos assuntos de governo pelos residentes. As colônias tinham como finalidades o fornecimento de bens para o engrandecimento da coroa e elas não queriam criar uma cobra que lhes iria devorar. De certa maneira estavam cientes que a despeito disso as colônias se desenvolveriam e seus naturais reclamariam participação no governo, a exemplo do que viam em outras colônias, como na América. Procuraram ignorar e ate a lutar contra este fato o que provocou animosidade entre os naturais e os que vinham da sede do império nascendo desde aí uma eterna animosidade contra o que é estrangeiro. Diante do desafio de organizar uma nova pátria esses sortudos não tinham outro exemplo a copiar senão aqueles que tinham sido legado pelo governo colonial. 

O liberalismo lhes parecia algo distante, elaborado por um povo distante e que suas vivências estavam muito aquém para compreender inteiramente os seus fundamentos. Em consequência continuaram com os governos arbitrários apenas modificando alguns dos seus aspectos exteriores, conservada a sua essência, o que mantinha um ambiente de eterna conspiração.

Tudo se resumia na conquista do poder por um grupo que procurava derrubar o outro grupo. A paz que se seguiu a algum desses momentos foram apenas tréguas para novas investidas. A convivência democrática e a disputa parlamentar na procura pacífica e voluntariamente na busca do bem-estar geral, valores trazidos pelo capitalismo e que só nele pode vingar, permaneceria distante dos novos países por gerações até hoje. 

O mal da Nicarágua como também de toda América Latina é o repudio ao capitalismo. 

Enquanto permanecer este ambiente não haverá nunca Paz e Progresso. 

O capitalismo é sobretudo uma comunidade de pessoas pacíficas e voluntariamente fazendo negócio em um ambiente de Franca Liberdade que nunca combina com o país em que o governo e sua autoridade tenha sempre um plano para seus cidadãos.


Vanderli Camorim

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