quarta-feira, 8 de junho de 2016

O poder da conversão civilizatória.

Por Ivan Lima



 Há conversão e conversão. Mas trataremos aqui apenas da conversão que eleva a espiritualidade no homem. Para não ir mais longe, iniciemos com um tenaz perseguidor de cristãos. Saulo encontrou sua hora de verdade e conversão na estrada de Damasco. E a abraçou profundamente, com consciência e missão, tornando-se Paulo - menor – para ser o maior divulgador do Cristianismo em todos os tempos. O apóstolo Paulo, ajustou e moldou um mundo de luz que alicerçou e fortaleceu a civilização ocidental juntamente com os elevados valores hebraicos, e Greco-Romanos. A conversão de Saulo foi um marco na história do homem, pois o cristianismo era o farol que faltava para o seu caminhar á transcendência. Paulo ratificou a sua fé imortal ante um Império, foi preso, decapitado, e ganhou o mundo para a luz do Cristianismo.

E, durante vários períodos históricos, foram inúmeras as ocorrências de conversão civilizatória com o cristianismo. As verificamos na Idade Média, sobretudo durante a defesa que a Igreja Católica fez ao cristianismo e á civilização ocidental ante os ataques do Islamismo. Sim, as Cruzadas são um marco notório e digno da luta pela liberdade do poder da conversão civilizatória.   

Mas esse caminhar rumo á luz, permeia também outros campos e épocas, embora ás vezes paralelamente á religião cristã. Já no século XX, sob a diabólica ideologia comunista, temos inúmeros e extra-ordinários casos de pessoas que recusaram o jugo marxista e se tomaram mártires da liberdade por estarem civilizatoriamente convertidos e não abjurarem dessa sagrada condição mesmo ante os carrascos, a dor, e á morte eminente. 

Por isso os casos de conversão civilizatória de intelectuais, economistas, político, pensadores, filósofos, são também notórias e admiráveis no século XX. Dentre eles pode-se citar Mises e Hayek libertos das trevas socialista para a luz da razão e do liberalismo que certamente há de contribuir sobremaneira para a derrota do socialismo quando a humanidade finalmente mudar a mentalidade atual para uma nova e esplendida aurora liberal.   

E, voltando á abordagem da temática á luz do cristianismo, hoje ainda é incontável o número de pessoas que se convertem a ele ou simplesmente se recusam a seguir o islamismo nos países muçulmanos, e destemidamente convertem-se ao Cristianismo e aos tradicionais valores da civilização ocidental.  A trágica conseqüência dessa livre escolha de indivíduos é ser esmagados ante a tortura, estupros, e execuções sumárias pelos bárbaros sob o silêncio torturante de um Papa que mais parece estar a serviço do islamismo e do comunismo que propriamente do cristianismo e da democracia.

Ainda nos dias que correm, podemos citar exemplos de conversão civilizatória, no Brasil, gente notória e oriunda dessa ideologia bárbara que é o socialismo, como o professor Olavo de Carvalho, e o jornalista Reinaldo Azevedo; podemos citar também o cantor-roqueiro Lobão, ex-militante das hordas petistas que um dia também acordou da sua letargia marxista. Nesse sentido, e localmente, cito como testemunho pessoal, o caso do meu amigo Vanderli Camorim, que por mérito de esforço próprio costumava questionar abertamente o socialismo nas reuniões de um determinado partido comunista. O silêncio era a resposta. A dissolução da URSS e a queda do muro de Berlim foram à gota d’água naquele debate da razão ante as trevas. Abandonou partido e ideologia. Foi quando no seu insaciável esforço auto-didático conheceu na internet, Ludwig von Mises e sua extraordinária obra "Ação Humana" - Um Tratado de Economia. Baixou o que pode, em inglês e português do “velhinho”, como carinhosamente chama Mises. Então, de imediato se deu a explosão de luz em seu ser, porque todas as pontas causadoras de incompreensão foram definitivamente ligadas.  Sim, certamente, mundo afora, existem e continuarão a existir muitos casos de conversão civilizatória como o de Camorim, sobretudo agora que os institutos liberais somam-se aos milhares no mundo com o advento da internet; e essa é sua mais visível expressão, adentrando essa revolução em muitos campos, mas, sobretudo no acadêmico, com a fundação de universidades da Escola Austríaca de Economia.  

 Para finalizar podemos citar outro exemplo de conversão civilizatória em nossos dias e país no testemunho dessa bela jovem que se chama Sara Winter. E que recentemente esteve em Belém para proferir palestra a convite de liberais e conservadores paraenses, do qual o Grupo Reaja Pará, que planejou sua vinda, e o nosso Libertatum fazem parte. Ex- militante de vetores do marxismo cultural na sociedade, como feminismo, aborto, esquerdismo, repúdio explícito ao cristianismo, á família tradicional, e apologia ás drogas e ao gaysismo, Sará Winter também encontrou a luz imortal da verdade na sua estrada de Damasco. Hoje, bem casada, mãe de um belo menino, Sara Winter divide com orgulho suas tarefas de dona de casa ás de palestrante e militante pela causa da família, liberdade, cristianismo, e vida, pois sua própria decisão em ser mãe já é um admirável ato de fé, razão e verdade no que prega com sua brilhante inteligência e destemor paulino.

Sim, meus amigos, o mundo só não é o inferno que alguns desejam em sua militância e conversão ao mal, por causa das conversões civilizatórias de muitos ao sumus bônus a que Aristóteles aludia.

Lutando o seu bom combate preservam a fé; dos campos abertos ou das masmorras em que se encontram, iluminam o mundo.  Que Deus os protejam e os tornem dignos de santidade.   


Ivan Lima é publicitário e editor de Libertatum. 

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