quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Brasil, Hong Kong, e a FGV.


Por Vanderli Camorim


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Quando perguntaram a Sir James Cowperthwaite,      o administrador britânico designado para Hong Kong porque ele não dava importância para estatista, ele respondeu que seria perigoso se o país caísse nas mãos dos burocratas. Essa espécie de gente que não tem muito o que fazer logo encontraria uma maneira de usá-lo em suas experiências de engenheiros sociais da mesma maneira que os cientistas usam os ratos em laboratórios. 

Quando assumiu o cargo, em 1961, Hong Kong estava pior que nós, - miserável e literalmente dominado por ladrões, assassinos e contrabandistas, - Haiti e os tigres asiáticos. Passadas algumas décadas e Hong Kong brilhava com o nome de pérola do sudeste asiático. Fora os tigres asiáticos que alcançaram semelhante progresso os demais países permaneciam no atraso e despotismo. 

Seria fácil observar que ele estava certo. Mas ele não era original em suas ações, pois apenas seguia as recomendações dos clássicos do liberalismo entre eles Adam Smith de quem dizia ser fã.

Mas o Brasil detesta e até ignora qualquer coisa que não esteja sob o controle absoluto do governo, vale dizer dos burocratas sobre os quais Sir James tanto alertou. O ninho desta espécie de "cientistas sociais" aqui no país é a renomada FGV - Fundação Getúlio Vargas. Nas suas salas refrigeradas, um punhado desses burocratas trabalham febrilmente em análises estatísticas que nas mãos dos governantes são como estímulos para novas experiências que nos faz lembrar desde Platão até Augusto Comte. 

Pensam que uma lei baseada na matemática com a ajuda da estatística e não da economia seria mais que necessário para colocar o indivíduo no caminho do progresso, esta é a visão de mundo desses burocratas da FGV. 

E por aí entram, com uma de suas pérolas e nos oferecem uma pesquisa de amostragem por domicílios sobre o trabalho infantil. Suas conclusões possuem uma macrabilidade fria e insensível a qualquer apelo da razão. Discorrem sobre a exploração infantil com a naturalidade de um psicopata quando relata as minucias de seus crimes, que considera algo natural.

O trabalho humano é uma resposta biológica que o indivíduo exerce desde que nasce. Na linguagem alegórica da Bíblia o homem foi condenado a comer o pão de cada dia com seu esforço e o suor de seu rosto. Podemos também considerar como uma correia de transmissão de valores que o homem com o tempo reconhecerá essencial nas relações que o leva a solidificar os laços sociais fazendo surgir a entidade sociedade que é o meio pelo qual ele melhor atinge seus objetivos. Isolado lhe restará viver da mão para a boca como um selvagem. E é de pequenino que se torce o pepino. E é de criança que o bom homem se forma e o trabalho é o veículo. 

Através do trabalho infantil se adquire as primeiras lições da importância da cooperação baseada na divisão do trabalho e da propriedade privada. Mas a estatística na mente e nas mãos destes engenheiros sociais se torna um terrível instrumento que tem produzido uma juventude perdida com milhões de indivíduos irrecuperáveis como se pode observar facilmente através das reportagens policiais. O mais impressionante vindo desse universo burocrático, é ele apontar trabalho irregular, - https://folha.com/no1939132 em quase 1 milhão de crianças e adolescentes, conforme dita sua cruel e insensível estatística, nenhum pouco se importando concorrer para a fome, o vicio, o crime, a miséria desses jovens quando são relegados à perseguição e ociosidade a que as ditas medidas protetivas do menor são acionadas contra o trabalho e seu ganha pão.

Entretanto é necessário observar que burocratas não agem assim por maldade, mas porque acreditam piamente nas verdades por eles consideradas irrefutáveis contidas na teoria da exploração. Não conseguem observar que o que determina esta situação em que muitas crianças tem que trabalhar duro, é devido a precariedade da formação do capital. As políticas públicas, eufemismo para o controle absoluto do indivíduo pelo estado, que gostam tanto de recomendar como panaceia, são devoradoras de recursos cuja consequência é a dilapidação do capital. O resultado é que muitos pais que se veem obrigados a colocar seus filhos para trabalhar não os fazem por crueldade, mas como meio de sobrevivência física. A crueldade está nas políticas públicas que considera o homem, seja adulto, criança ou adolescente um mero número em sua planilha perseguindo implacável o ideal de Platão da sociedade construída tal como se constrói um muro de pedras. 

A substituição dos pais pelo estado não pode dar outro resultado senão a destruição da própria sociedade. Os resultados macabros estão aí na história dos países ditos socialistas e nos que sofrem forte intervencionismo do governo na economia, como o nosso. 

Hong Kong de Sir James Cowperthwaite ofereceu ao mundo a lição de como progredir e contar com uma juventude laboriosa, esforçada e criativa que cresceu livre dos estatísticos e da estatística. E foram os pais os responsáveis por esta façanha. A grandeza das autoridades residiu em manter o estado longe da vida das famílias fornecendo-lhes apenas a segurança para que cada um fizesse da sua vida o que bem entendesse. Hong Kong também teve um grande papel em ir demovendo a China do seu projeto socialista espelhando- se no capitalismo adotado pela pequena ilha. 

A economia de mercado, apelidada pejorativamente de capitalismo carrega uma lição que lhe é intrínseca: nele há liberdade para enriquecer e os invejosos são contidos pela força do estado nos assuntos econômicos, porém só alcançará sucesso quem primeiro servir seu semelhante com o melhor pelo menor preço. Ao reconhecer as vantagens obtidas neste ambiente de cooperação o homem se torna um animal social, nas palavras de Aristóteles, um animal político. Ao se colocar obstáculos à cooperação baseado na teoria da exploração se impede a sociabilidade e a sociedade se torna um campo de batalha e a destruição da mesma é inevitável. 

A crueldade dos cientistas sociais encastelados na FGV e sustentados por gordos salários cuja origem são os impostos é que não reconhecem que a miséria e a degradação da juventude começa aí em seus estudos, mas não na ganância do capitalista. 

E é assim que mais políticas destruidoras são elaboradas com requintes científicos. 

         Vanderli Camorim



  A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas sentadas, barba, área interna e close-up   

    vanderlicamorim@ig.com.br

Um comentário:

  1. Sempre Mais do MESMOdezembro 15, 2017 10:27 AM

    Aquilo que fez prosperar o mal foi exatamente a vontade de ser "bonzinho" e "maravilhoso" para com os canalhas. A vontade de parecer alguém "maravilhoso" sempre atribuiu BOAS INTENÇÕES aos FACÍNORAS e toda sorte de INTERESSADOS no banditismo estatal.

    Como alguém com um mínimo de cérebro pode atribuir boa vontade e elevada noção moral a quem esta cansado de ver as descraças promovidas pelo marxismo e socialismo em geral (seja o "científico" ou o utópico ou socialismo mercantilista pré Marx) e, mesmo assim, ainda defende estas desgraças e delas se beneficia?

    Já passou muito da ora de se envaidecer com ostentações de BOM MOCISMO cretino.

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