Imoralidade
e indignidade explícitas
por Armando Soares

Os historiadores,
os filósofos, os pens
adores ensinam que não pode haver sociedade sem ordem, nem ordem sem regulação, podemos tomar como regra que o poder do costume varia na razão inversa da multiplicidade das leis, do mesmo modo que o poder do instinto varia inversamente em relação à multiplicidade dos pensamentos. Alguma normas são necessárias ao jogo da vida; podem diferir, conforme os grupos, mas dentro dum grupo têm forçosamente de ser as mesmas. Essas normas podem ser convenções, costumes, moral ou leis. Convenções são modos de conduta considerados bons pelo povo; costumes são convenções aceitas por sucessivas gerações, após a natural seleção da experiência; moral é o conjunto de regras de conduta que o grupo considera indispensáveis ao seu bem-estar e desenvolvimento. Nas sociedades primevas, em que não há leis escritas, esses costumes vitais, ou morais, regulam toda a existência humana e dão estabilidade e continuidade à ordem. Através dos tempos e pela continuada repetição se tornam a segunda natureza do indivíduo; se ele os viola, sente um certo medo, incômodo e vergonha; temos aqui a origem daquela coincidência, ou senso moral que Darwin tinha como a mais impressionante diferença entre animais e o homem. Em seu mais alto desenvolvimento a consciência é consciência social – o senso de que o indivíduo pertence ao grupo e lhe deve lealdade e consideração. Moralidade é cooperação da parte com o todo, e de cada grupo com um grupo maior. Sem isto a civilização se torna impossível.
adores ensinam que não pode haver sociedade sem ordem, nem ordem sem regulação, podemos tomar como regra que o poder do costume varia na razão inversa da multiplicidade das leis, do mesmo modo que o poder do instinto varia inversamente em relação à multiplicidade dos pensamentos. Alguma normas são necessárias ao jogo da vida; podem diferir, conforme os grupos, mas dentro dum grupo têm forçosamente de ser as mesmas. Essas normas podem ser convenções, costumes, moral ou leis. Convenções são modos de conduta considerados bons pelo povo; costumes são convenções aceitas por sucessivas gerações, após a natural seleção da experiência; moral é o conjunto de regras de conduta que o grupo considera indispensáveis ao seu bem-estar e desenvolvimento. Nas sociedades primevas, em que não há leis escritas, esses costumes vitais, ou morais, regulam toda a existência humana e dão estabilidade e continuidade à ordem. Através dos tempos e pela continuada repetição se tornam a segunda natureza do indivíduo; se ele os viola, sente um certo medo, incômodo e vergonha; temos aqui a origem daquela coincidência, ou senso moral que Darwin tinha como a mais impressionante diferença entre animais e o homem. Em seu mais alto desenvolvimento a consciência é consciência social – o senso de que o indivíduo pertence ao grupo e lhe deve lealdade e consideração. Moralidade é cooperação da parte com o todo, e de cada grupo com um grupo maior. Sem isto a civilização se torna impossível.
A moral não perde o
valor pelo fato de variar no tempo e no espaço, que seria a revelação da nossa
cultura em história o desembaraçar-nos dos costumes morais do grupo em que
vivemos. Antropologia em doses muito pequenas é coisa perigosa. Não há a menor
dúvida que a moralidade, como diz Anatole France, “é a soma dos preconceitos
dum grupo “, e que, como disse o grego Anacarsis, se fossemos juntar todos os
costumes considerados sagrados em algum grupo, e depois retirar dele tudo
quanto fosse considerado imoral em outro grupo, nada restaria no monte. Mas
isto não prova a desvalia da moral; só prova de quantas maneiras diferentes
pode a ordem social ser preservada. Essa ordem é indispensável à vida dos
grupos; não há jogo que possa ser conduzido sem regras; o homem necessita saber
o que lhe pode vir de outro, nas circunstâncias ordinárias da vida. Daí a
unanimidade com que os membros duma sociedade praticam o código moral, coisa
tão importante como o conteúdo desse código. Nossa heroica rejeição dos
costumes e da moral da nossa tribo, quando na adolescência descobrimos a
relatividade da moral, apenas revela imaturidade de julgamento; mais uma década
que se passe e começamos a perceber a muita sabedoria do código moral que
condenávamos, pois que ele consolida a experiência de gerações e gerações
anteriores. Cedo ou tarde nos vem a percepção de que mesmo o para nós
incompreensível pode ser verdadeiro. As instituições, convenções, costumes e
leis que formam a complexa estrutura duma sociedade provêm do trabalho de
centenas de séculos e milhões de espíritos; um só espirito não pode esperar
compreende-lo durante apenas uma vida – e muito menos aos vinte anos de idade.
Temos de concluir que a moral é relativa, mas indispensável.
Parte da função da
família está na transmissão do código moral. Porque a criança é mais animal que
humana; a “humanidade” tem que lhe ser dia a dia embutida. Biologicamente, a
criança aparece mal equipada para a civilização, desde que os instintos só
proporcionam reações para as situações tradicionais ou básicas, e reações mais
próprias para a vida nas florestas do que nos agrupamentos humanos. Cada vício
já foi uma virtude indispensável na luta pela existência; a virtude passa a
vício depois que as condições que a tornam indispensáveis desaparecem; um
vício, portanto, não constitui nenhuma adiantada forma de conduta, mas em geral
um retorno atávico a situações que deixaram de existir. O propósito de um
código moral consiste em ajustar os impulsos humanos que não mudam – ou mudam muito
lentamente – às mudanças ocorridas na vida social.
Todos esses belíssimos ensinamentos sobre a
moral, costumes, convenções, foram destruídos pelos governos civis chamados
impropriamente democráticos pós-regime militar. O Brasil durante esses governos
se tornou um antro de imoralidade e indignidade a um ponto que os brasileiros
acham que é uma coisa normal sujeitar-se a essa realidade sem esboçar nenhuma
reação, ou apenas através de pequenas reações que não amedrontam a turba dos
imorais e dos indignos que se apossaram do governo e do Estado.
Será que os
brasileiros esqueceram o significado da palavras imoral e indigno? Imoral é quem é contrário a moral, às regras
de conduta vigentes em dada época ou sociedade ou ainda àquelas que um
indivíduo estabelece para si próprio, que é indecoroso, que causa vergonha, que
ofende os outros com a sua indignidade. Quem é indigno é desprovido de moral, é
imoral, desonesto, libertino, indigno, torpe, desprezível, calhorda, uma pessoa
ordinária, um pulha, sem caráter, um homúnculo. Como o Brasil poderia
sobreviver com tanta imundície, com tanta imoralidade? Como a família
pode transmitir aos seus filhos um código moral, se a família foi destruída e
empobrecida por governos com fachada socialista e comunista corruptos,
incompetentes e imorais? A prova dessa imoralidade, dessa incompetência, dessa
corrupção está nas ruas, no crescimento da bandidagem.
O que se viu e
cresceu no Brasil nesses últimos 40 anos foi uma quantidade imensa de
políticos, governantes, juízes, funcionários públicos, procuradores,
jornalistas, advogados, indigenistas, ambientalistas, antropólogos imorais e
indignos, se apropriarem do governo brasileiro submetendo o país a atender seus
interesses e suas práticas ordinárias, o que levou o Brasil a enfrentar uma
crise econômica, social, política e institucional capaz de travar o
desenvolvimento do país por muitos anos. Esse cenário pútrido é o cenário que
os brasileiros vão encontrar para eleger os novos governantes brasileiros e os
políticos que farão as leis, os representantes do povo no Congresso Nacional – Câmara
e Senado.
Diante dessa
realidade grotesca e imunda e da quantidade de políticos que estão se
apresentando para concorrer as próximas eleições, tudo leva a crer que, caso o
povo brasileiro, não rejeite a grande maioria desses políticos contaminados
pela imoralidade e pela indignidade, a desinfecção política não acontecerá e o
Brasil irá navegar em mares revoltosos com possibilidade de naufrágio.
Armando Soares – economista

E-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com
A moral em grande parte é imposta pelas lideranças do momento e não necessáriamente se baseia em reflexões, podendo advir de meras manias de um lunático elevado à liderança ou que alicia seguidores por qualquer motivo.
ResponderExcluirA moral ideológica não se atém a princípios, mas a supostos FINS.
A idéia de uma moral baseada na racionalidade, Ética ou filosofia da moral, não se apóia em sentimentos particulares ou grupais e não imporia comportamentos sem sentido.
Cada comunidade possui moral própria. Até mesmo uma gang tem uma moral a ser exigida dentro do grupo. Neste os integrantes exigem lealdade mútua e obediência ao líder como moral. Qualquer maníaco almeja impor suas manias, se lidera as transforma em apelo moral.
Exemplo fácil é considerar prostituição algo imoral. É absurdo. Tal atividade não causa dano algum a quem quer que seja. Condenar pouca roupa na praia também é moralismo superado. Claro que o bom senso tem que ser um exercício constante, a fim de não se extrapolar com base em questões mal pensadas. Porém o moralismo descontrolado, conhecido por POLITICAMENTE CORRETO, se baseia em propaganda sentimental moralóide irracional. Seja no presente ou como foi no passado.
O que é nocivo no moralismo é sua relatividade e irracionalidade, quando se implica com o cisco no olho alheio sem perceber a trave no próprio olho. Há que se conter as manias que geram desejos de comandar a vida alheia através dos moralismo doentios.
O que vem destruindo toda a noção de senso moral e sobretudo de Ética são exatamente as IDEOLOGIAS:
Ideologias NÃO BASEIAM SUA MORAL EM PRINCÍPIOS, mas unicamente nos FINS que PROMETEM para FUTURO SEM DATA e INCERTO.
Daí as contradições e aberrações lógicas que patrocinam o MORALISMO VOLÁTIL.
A prentensão Ética dos ESTÓICOS era a absoluta RIGIDEZ. A idéia era basear-se em PRINCÍPIOS e atraves destes nortear as relações e comportamentos. Sob a ética estóica nenhuma violação poderia ser tolerada pois apenas o comportamento seria JULGADO e não o indivíduo. Aliás vem daí a "justiça cega" ou de olhos vendados para não ver a quem estaria JULGANDO.
Todo vestígio da Ética estóica foi finalmente abolido no final do sec XX para prevalecer uma moral ascética absolutamente sentimentalóide. Julgar tornou-se imoral, mas sem julgar-mos uns aos outros NÃO É POSSIVEL A EXISTẼNCIA de QUALQUER VISLUMBRE MORAL.
Sem julgamento nada se pode cobrar em termos morais.
No novo moralismo sentimentalóide os pobres, os fracos ou deficientes de qualquer natureza tornam-se credores dos mais habeis, mais fortes ou com qualquer vantagem natural ou artificial justa.
Pela moral atual, piegas e contraditória ao condenar o julgamento moral, a idéia de justiça inexiste, mas apenas se faz através do sentimentalismo. Assim todo aquele que é superior torna-se um devedor dos inferiores, todos os felizes se tornam devedores dos infelizes e todo aquele que não possui mérito se faz credor dos meritórios. Afinal o mérito da nova moral ascética que sucedeu a pretensa Ética estóica é o desprezo por si mesmo em benefício alheio. Ou seja, a moral que matou a Ética estóica baseada em PRINCIPIOS, baseia-se em FINS, pois segui-la significa obter graças futuras num Paraíso pós morte ou mesmo num Paraíso construido na Terra. Perdoar os que erram conscientemente, amar inimigos e algozes e sobretudo NÃO JULGAR é exatamente um apelo a inexistência de qualquer moral para SUJEITAR-SE EXCLUSIVAMENTE Á OBEDIÊNCIA AOS LÍDERES IDEOLÓGICOS que não professam moral alguma, mas apenas almejam o FIM SUPREMO a que suas receitas de comportamento conduzirão os rebanhos fiéis.
Assim, sob pretensa moral tão volátil, que se transmuta ao sabor do momento, voltada unicamente para o INTERESSE, tudo torna-se invocável com base num COLETIVISMO que faz o INDIVÍDUO DESPREZÍVEL. Afinal não exige o respeito ao outro, mas o benefício ao outro como regra.
Claro que quem almeja benefício alheio ou o prêmio no FIM se entrega a tal patacoada moral e nada de ético sairá deste emaranhado sentimentalóide.