A candidata do PPS à prefeitura de São Paulo, a Soninha do PT, disse ter visto no PT a Revolução dos Bichos. Não entendeu nada do que leu...
Por Klauber Cristofen Pires
Raramente leio jornais; quando muito, ao me pôr a limpar a caixinha higiênica da nossa cachorrinha Nuvenzinha, folheio aquelas páginas ao abri-las para a melhor serventia que se lhes pode atribuir. Não bastassem os jornais serem constituídos daquelas folhas enormes, que apenas com dificuldade se pode manuseá-las, que sujam nossas mãos e nossas rupas e que caem porque não grampeadas, raramente dali se aproveita algo de verossímil ou crível.
Prefiro muito mais auferir informação e conhecimento diretamente de bons livros, que quase nunca estão nas livrarias, e da internet, isto é, dos sites e blogues a que reputo como confiáveis, um dos quais do ilustre amigo Aluízio Amorim, de onde puxo uma entrevista concedida pela candidata do PPS à prefeitura de São Paulo, Soninha do PT à revista Veja do dia 10 de agosto de 2012, onde ela se queixa de ter visto no seu partido do coração "A Revolução dos Bichos".
Pra início de conversa, não estou desatualizado, como alguns distraídos podem vir a pensar; escrevi no título "Soninha do PT", assim, mesmo, sem ao menos conceder-lhe umas aspas, pelo simples fato de que ela jamais deixou de ser "petista", conquanto hoje milite no PPS, o que o breve artigo adiante há de demonstrar.
Refiro-me especialmente à esta sua declaração: "Quando veio o mensalão, continuei defendendo o PT, porque acreditava que desvio de conduta poderia acontecer em qualquer lugar. A questão era corrigir. Quando vi que a direção do partido começou a acobertar, amenizar, quase defender os desvios, acabou para mim. É a Revolução dos Bichos! Um dos livros que mais me abalou na vida e que vi acontecer."
Se for útil dizer, não me senti tão abalado com a satírica alegoria de George Orwell tanto quanto justamente por sua obra-prima, 1984, bem como outra leitura a mim contemporânea, Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Digo, A Revolução dos Bichos, consistindo somente de uma historinha quase infantil que debocha da revolução comunista na Rússia, é um bom livrinho para os neófitos, mas nem é tão profundo assim.
Todavia, se haveria de abalar a plúmbea consciência entorpecida, quiçá, em boa parte, pela marijuana que no fim das contas, resume em si os créditos por tornar A Francine do PT nacionalmente conhecida, suas próprias convicções marxistas restariam amainadas ao ponto de ao menos colocá-la naquele saudável estado de latência que antecede as melhores mudanças de convicção e de atitude.
Mas quê! Sua índole totalitarista nem se viu arranhada: "As alianças políticas foram feitas com os piores tipos e critérios. Os aliados não se renderam ao programa de governo do PT. Eles disseram: quero esse ministério, a secretaria tal, quero indicar a diretoria de determinada estatal". (os grifos são meus)
Deste modo é que, ao avaliar o quanto a fábula orwelliana a influenciado, em coerência com o seu histórico partidário e ainda com o que disse no restante do seu diálogo, somente tenho a concluir que ela atribuiu o malogro da revolução na fazenda do expropriado Mr. Jones ao espírito corrupto de Napoleão e da classe dirigente formada pelos outros porcos. Em outras palavras: Para Francine do PT, a revolução, em si, teria futuro, não fossem os corruptos...Óinc, óinc, óinc...("gargalhadas", em suinês)!
Ainda me resta perguntar qual a corrupção que a Soninha do PT realmente desaprova, se aquela com a qual desde sempre conviveu sem problemas durante sua ativa militância - porque o PT jamais deixou de ser cleptocrata - ou somente a outra, digo, a que veio a aparecer nos jornais. Há quem diga que o corvo crocitou depois de Soninha ter negado o PT pela terceira vez...
óinc, óinc, óinc, óinc, óinc ....
ResponderExcluira Soninha, de fato, muito superficial no seu comentário. O PT, e sua super-estrutura gramciana, é bem maior e mais complexo que a fazenda da "Revolução dos bichos"