O horror do comunismo: um banho de sangue em números
por LUCAS GANDOLFE*
Com a queda da União Soviética e dos governos comunistas do Leste Europeu, muitos passaram a crer que o marxismo e a religião do comunismo estavam mortos. Ledo engano. O marxismo está vivo e vigoroso ainda em muitos países, como Coréia do Norte, Cuba, Vietnã, Laos, em vários países africanos e, principalmente, na mentalidade de muitos líderes políticos da América do Sul.
De todas as religiões, seculares ou não, o marxismo é de longe a mais sangrenta — muito mais sangrenta do que a Inquisição Católica, do que as várias cruzadas e do que a Guerra dos Trinta Anos entre católicos e protestantes. Na prática, o marxismo foi sinônimo de terrorismo sanguinário, de expurgos seguidos de morte, de campos de prisioneiros e de trabalhos forçados, de deportações, de inanição dantesca, de execuções extrajudiciais, de julgamentos “teatrais”, e de genocídio e assassinatos em massa.
No total, os regimes marxistas assassinaram aproximadamente 110 milhões de pessoas de 1917 a 1987 (70 anos). Para se ter uma perspectiva desse número de vidas humanas exterminadas, vale observar que todas as guerras domésticas e estrangeiras durante o século XX mataram aproximadamente 85 milhões de civis. Ou seja, quando marxistas controlam Estados, são mais letais do que todas as guerras do século XX combinadas, inclusive a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais e as Guerras da Coréia e do Vietnã.
Os “vermelhos assassinos” enxergavam a construção de sua utopia como uma guerra contra a pobreza, contra a exploração, contra o imperialismo e contra a desigualdade — e, como em uma guerra real, não-combatentes também sofreriam baixas. Haveria um necessariamente alto número de perdas humanas entre os inimigos: o clero, a burguesia, os capitalistas, os “sabotadores”, os intelectuais, os contra-revolucionários, os direitistas, os tiranos, os ricos e os proprietários de terras. Assim como em uma guerra, milhões poderiam morrer, mas essas mortes seriam justificadas pelo “Bem Estar da Nação”, como na derrota de Hitler na Segunda Guerra Mundial. Para os marxistas no governo, o objetivo de uma utopia comunista era suficiente para justificar todas as mortes.
A ironia é que, na prática, mesmo após décadas de controle total, o marxismo não apenas não melhorou a situação do cidadão comum, como tornou as condições de vida piores do que antes da revolução. Não é por acaso que as maiores ondas de fome do mundo aconteceram dentro da União Soviética (aproximadamente 5 milhões de mortos entre 1921-23 e 7 milhões de 1932-33, inclusive 2 milhões fora da Ucrânia) e da China (aproximadamente 30 milhões de mortos em 1959-61). No total, no século XX, quase 55 milhões de pessoas morreram em vários surtos de inanição e epidemias provocadas por marxistas — dentre estas, mais de 10 milhões foram intencionalmente esfaimadas até a morte, e o resto morreu como conseqüência não-premeditada da coletivização e das políticas agrícolas marxistas.
A lição supremamente importante para a vida humana e para o bem-estar da humanidade deve ser aprendida com este horrendo sacrifício oferecido no altar de uma ideologia: ninguém jamais deve usufruir de poderes ilimitados. Quanto mais poder um governo emprega para impor as convicções de uma elite ideológica ou religiosa, ou para decretar os caprichos de um ditador, maior a probabilidade de que vidas humanas sejam sacrificadas e de que o bem-estar de toda a humanidade seja destruído. À medida que o poder do governo vai se tornando cada vez mais irrestrito e alcançando todos os cantos da sociedade e de sua cultura, maior a probabilidade de que esse poder extermine seus próprios cidadãos.
Infelizmente, nossos acadêmicos e intelectuais marxistas da atualidade desfrutam de um passe livre. Eles não devem explicações a ninguém e não são questionados por sua defesa de uma ideologia homicida. Eles gozam de um certo respeito porque estão continuamente falando sobre melhorar as condições de vida dos pobres e dos trabalhadores, suas pretensões utópicas. Porém, sempre que adquiriu poder, o marxismo fracassou miserável e horrendamente, assim como o fascismo. Portanto, em vez de serem tratados com respeito e tolerância, marxistas deveriam ser tratados como indivíduos que desejam criar uma pestilência mortal sobre todos nós.
Assim, quando nos depararmos com marxistas ou com seus quase equivalentes, os fanáticos esquerdistas, perguntemos como eles conseguem justificar o assassinato dos mais de cento e dez milhões de seres humanos que sua fé absolutista provocou, bem como o sofrimento que o marxismo criou para as outras centenas de milhões de pessoas que conseguiram escapar e sobreviver, e como trazer para o mundo fenomênico aquilo que almejam na sua eterna utopia.
*Lucas Gandolfe é estudante de Direito na Faculdade de Direito de Sorocaba (FADI).
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